Tempos em que o amor se banaliza
Troca-se de “amor” como se troca de roupa
Fralda descartável ou absorvente usado
Amor que se diz eterno, pra vida toda, infinito enquanto
dure
Do naipe de Romeu e Julieta ou Tristão e Isolda
É trocado por algumas moedas, caprichos,
Vaidades ou coisas supérfluas
Tempo de amores líquidos, na modernidade líquida
O amor virou mais uma mercadoria
No fogo das vaidades do amor
Em que não existem mais laços nenhum
afetos, sinceridade
ou honestidade
Punhaladas pelas costas e no coração
Em quem sempre ajuda, estima e tem consideração
O cão morde a mão que o alimenta
Com que cara olharás para vossos filhos
Sempre pedindo a verdade, o que contarás?
Amar não é só concordar ou dizer amém pra tudo
Como dizia o russo Maiakóvski: desconfio que isso não seja
amar
Amores que vem de outras vidas
São vendidos ou rifados a preço de banana
Palavras não tem mais nenhum valor
Pessoas não tem coerência entre discurso e ação: não fazem o
que dizem pregar
Quero um amor verdadeiro e sincero, para o que der e vier
Amor do Vinícius, do Camões, do Raul ou do Renato Russo
Não um desses que se encontra na esquina e troca a qualquer
instante
Não desses que decepcionam e magoam em troca de ninharias