REBENTOS DO CELSO: Poemas, causos, memórias, resenhas e crônicas do Celso, poeteiro não-punheteiro, aquariano-canceriano. O Celso é professor de Filosofia numa Escola e na Alcova. Não é profissional da literatura, não se casou com ela: é seu amante fogoso e casual. Quando têm vontade, dão uma bimbadinha sem compromisso. Ela prefere assim, ele também: já basta ser casado com a profissão de professar, dá muito trabalho. Escreve para gerar o kaos, discordia-ou-concórdia, nunca indiferença.
sábado, 25 de julho de 2009
Proféticas
Eu vi a cabeça do Avatar do Leviatã do Leão de Chácara levantarem-se pelo mundo
A crise mundial de Das Kapital financeiro especulativo sacudiu o Império do caipira texano Bush que emplacou o Barck Obama como pseudo salvador do mundo
Em um instante toda grana derreteu como gelo: agiotas especuladores das bolsas do mundo inteiro começara ma infartar
As seguradoras no Japão também qubraram tudo começou com a crise imobiliária compravam a crédito sem ter a grana
Foi um peido e bosta para todo lados
Estava decretada a profecia anunciada por Maomé judeu alemão Karl Marx
as crises do Capital são ciclicas
mas mesmo assim uma revolução proletária mundial não está posta imediatamente como sonham alguns profetas seguidores barbichinhas
O dogma do Deus todo poderoso onipotente onipresente onisciente
e acima de tudo Livre-mercado e do estado não interventor
obrigou Barack Obama e todos governantes mundiais a usar a mão nada invisível do Estado para salvar empresas que ruiam e desmoronavam
O mito do estado neutro Juiz de uma corte com a opinião suprema
que pairava sobre as classes na sociedade ruiu mais uma vez
Para Hegel, a história se repete como farsa e depois como tragédia
Pois quando algo ameaça a ordem tem sempre ao seu lado policia o exército a escola o hospital o manicômio a tv o rádio a net para nos empulhar com sua ladainha mentirosa
Foi dado o anúncio da profecia de Maomé Osama Bin Laden derrubando as torres gêmeas e os EUA invadindo o Afegão e o Iraque justificando buscar o Talibã e as armas atômicas que nunca acharam mas saciaram a sede de sangue preto muçulmano para alimentar a orgia da sociedade pósindustrial de consumo
Passeatas se alastraram pelo mundo afora e só ele não sabia
O pau come no Irã após eleições e o Ditador da Coréia do Norte ainda preocupa os ianques
A China e sua ditadura disfarçada de comunista
em que trabalhadores se arregaçam para atingir as metas de crescimento impostas pelo comitê central
com seus secretários gerais do partido-fundido ao estado parecendo um semideus falando nas olimpiadas
O Dragão quando resolver soltar um peido pelo Butão
pode mudar a órbita da terra com seus mais de um bilhão de Chinas comunistas
já pensou eles guerreando é só todos darem um pulo simultaneo que tiram a terra da órbita
Já nós aqui nos tristes trópicos
vemos a escalada de diversas repetições de golpes no passado
como o de Honduras
Cresce a alteração na Nicarágua com antigos sandinistas
no Equador fazendo coro com os cocaleros da Bolívia e o milico Hugo Chavez
deposto e logo reposto no lugar, uma rvez que a revolução não será televisionada
os pinguins secudaristas Chilens e um padre oriundo da Teologia da Libertação chegou ao comando do pobre e muambeiro paraguai
Enquanto que o Brasil, terra do samba dionisíaco do caranaval
chegou um ex-metalúrgico socialista a presidência do pais
mas que governa dando uma mão cheia para os banqueiros ricos e outra um pouco mais cheia que antes para os trahalhadores
reduziu o desempregro aumentou o salario minimo
mas continua o laifúndio a concentração de renda a corrupção politica
entre outras mazelas
A europa parece caminhar para o avatad o fascismo
e os reacionários conservadores ganham mais e mais espaço com discurso xenófobo e conservador
na Frnça Itália e Alemanha após os traíras da terceira via na Inlgaterra e do vacilo dos socialistas que quase deixaram um Le pen a xenofobia a apatia o chauvinismo e um Caldeirão de Satã misturado com orixás da África produz a imensa bomba
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Bucólicas casabranquenses
Muitas vezes é bom dar uma escapulida para esvaziar o peso que carregamos nas costas e os trabalhos de Sísifo que realizamos no cotidiano que nos pica em mil pedacinhos mas que ainda assim gozamos com a nossa destruição. São algumas coisas destas que nos garantem um pouco de higiene mental e nos mantém vivos e prontos para outras.
Um amigo véio das antigas de Osasco chamou-me para uma idéia e um rolê pelo centro de Sampa. Peguei um busão para o centro velho, chegando lá encontrei o camarada, tomamos umas cervas, pedi um conhaque com limão como de praxe meu camarada uma pinga e depois almocei com este grande amigo, que me chamou para um rolê na Galeria.
Fomos olhamos a transformação da galeria em uma imensa boutique de roupas, piercings e alargadores, uma verdadeira vitrine, cheia de iluminações. Para minha surpresa ele beliscou o popô de umas emos que passavam e elas nem ligavam. Eu e ele rachávamos o bico e pra variar o maluco é ainda mais véio que eu. Se fosse antes, no tempo em que haviam anarco punks duronas e rockers o minimo que poderia acontecer seria uma carcada ou no máximo um belo de um sopapo no meio da fuça. O cerco fechava e o pau quebrava. Ainda mais se tinha carecas nazistas então por perto.Como ficou moleza tudo muito mais fácil que ótimo e elas nem ligam mais estão tão deprimidas ensimesmadas e tão aéreas que nem percebem.
O tempo a história e a sexualidade são a-morais, são as pessoas que criam os valores para cada época. Ainda assim digo está melhor mais facinho pois homem de verdade à moda antigas virou espécie em extinção está moleza elas tão carentes pacas a molecada não está retribuindo ou preferindo a mesma fruta que a deles e elas dão em cima até dos casados que não podem dar-lhe uma atenção maior pois tem que dar o número errado do telefone devido aos compromissos já assumidos, como o compa falou. São periguetes como diz a rapaziada de hoje. Por final acabam por ralar bombril, o que é uma boa saida possível e respeitável.
Não admito nenhum tipo de moralismo quanto a sexualidade desta época hedonista ou outra desde a Antiguidade greco-romana ou oriental. Dá para discutir o que é certo ou errado em termos morais ou pessoais? Cada um faz o que bem entende com seu rabo xana ou pica. Faz tempo que nem existe mais repressão sexual como houve em outras épocas do patriarcalismo católico Brasileiro. A estrutura familiar alterou-se, o que é louvável, ao menos nos Grandes Centros e capitais, pois nos grotões ainda tem. É pena que não podemos fazer o mesmo quando alguém coloca um berro na nossa cara ou nos proibem de fumar cigarros fecham um bar ou cabaré que gostávamos aumentam o preço da passagem ou qualquer coisa que faz mesmo o hedonista mais radical de academia fitness runner ter que sair da bolha ou da casca do ovo. Quando pisam no seu calo, a porca torce o rabo e o inferno são sempre os outros. e ai começa a gritaria. Mas isso é divagação demais fica pra outra. Nem era meu objetivo, procuraram pêlo em ovo. Mostra que o número de acessos tá aumentando, pois estão lendo e dando atenção. Pra quem disse que não valia nada e era uma droga o que escrevi, já está de bom tamanho.
Depois de nos despedirmos, ele tomou seu rumo e eu peguei o beco para o Tietê, com a mochila nas costas.
Chegando lá, tinha gente com seus stands enchendo o saco para que eu fizesse a assinatura de revistas baú sem alça da Abril. Eles são apenas contratados temporários precisam do emprego e eu não podia dizer nada fazem porque precisam. Dei um conto ele perguntou se era de coração e eu disse que sim mas não muito convencido. Logo mais as deixaria no banco do ônibus não tinha interesse naquilo uma revista falando mal da bomba atômica do ditador da Coréia não tinha saco para aquela outra modalidade de Veja! Peguei um lanche pois já era depois das seis. E pensei como esses lanches estão menores e mais caros. O tempo que eu tinha não permitia que fosse lá fora buscar num daqueles botecos ao lado da rodoviária o que seria melhor.
A viagem foi boa acompanhada de William Carlos William, Ledusha, Leminski, Bivar e um finalzinho de um Kerouac. E lendo o Bivar numa passsagem do chicabum sobre a Gisolda e um moleque fazia tempo e precisava muito para somente literatura me deixar de picadura. Eu também levava um material para preparar um curso de atualização para professores. Havia uma coitada deseperada querendo saber se podia pegar o dinheiro da sua passagem pois fora enganada. Só perguntava por Guaxupé mas queria ir para outro lugar. Falei que São Sebastião era mais perto mas para onde ela queria Mococa seria mais próximo. Ela vivia ligando no celular para um cara. Meu diálogo silencioso com todos aqueles autores somente foi interrompido ao pararmos em Campinas e Mogi Mirim onde desci dei uma mijada e comprei uma paçoquinha.
Cheguei naquela noite escura na rodaviária casabranquense segui na bota até a antiga estação ferroviária da Mogiana que carregava café cachaça e hoje está desativada e é a sede da Prefeitura sentindo o aroma das damas da noite. Passei pela estação, pois queria saborear um daqueles lanches maravilhosos, pois estava faminto. Não tanto pelos santos hambúrgueres bacon saladas ou outros ingredientes mas mais pelo tempero e a maionese caseiros. Eles são sagrados.
Ainda cheguei a tempo de chegar na casa da minha tia e curtir uma reportagem sobre o concurso da "Garota do Laje" no Rio de Janeiro (ver no meu perfil). As garotas do laje são umas mulheres lindas, loiras, morenas, negras, miscigenadas de cabelo cacheados ou lisos, suburbanas, periféricas da baixada fluminense. Falou das discussões delas sobre a violência, o tráfico, o funk, e a carestia. Havia um cara que era o apresentador do concurso e ele disse que era uma forma de discutir todas estas questões sociais, de como uma mina daquela leva duas horas e é caro para chegar da periferia a praia. Dai preferirem tomar sol na laje dos puxadinhos onde moram nas favelas nos morros pro desespero da mulherada da vizianhança. Quando vem do estudo ou do trampo no dia a dia suas mães ficam esperando nas pontes até alta madrugada. O prêmio para a vencedora é um carro usado 2001 uma piscina hidro aquecida e a cobertura na medida de uma laje (em azulejos). Mas é óbvio que o que eu curti mais do que o sociologuês barato do apresentador foi ver as cachorras funkeiras rebolando o popozão. Nossa como aquelas miscigenadas bundudas são lindas criaturas! Os pais que fizeram devia dar a receita pra fazer em série; O jogo de bunda de uma rebolando maravilhoso, e pude assim dormir mais contente e satisfeito.
Logo cedo mas não tão cedo pois tava quebrado, fomos dar uma caminhada naquele pedaço de terra com paisagem de casas ainda coloniais e paralelepídedos, mas que também o progresso chegou com suas lanhouses e comércios, mas só isso, pois a cidade é de aposentados, seviços e economia agrária. O engraçado que vi é que a cidade mal começa e mal acaba, pois muito cedo não há mais ninguém na rua, especialmente após nove dez da noite e de semana. E que o negócio principal são sorveterias, há várias todos concorrem entre si no mesmo negócio. E não se entendem e ninguém consegue vender nada. É fim de carreira para quem quer alguma diversão e prazeres da carne.
E beber sozinho por beber sozinho, prefiro beber em casa. Pois a bebida e o ritual de beber tem aquela coisa de sociabilidade que nossos antepassados da época das cavernas e da pedra lascada sabiam muito bem ao reunirem-se em volta das fogueiras.
Vi de longe um amigo sem um braço carregando uma sacola. Lembrei de um camarada, o Natal. O Natal era um desses bangers nervosos, muito simples e gente boa, morava numa casinha perto de uma roça mesmo. Era muito brincalhão, tirava uns baratos com todo mundo. Fazia e estava em altas noitadas como as de pingaiada 61 ou na casa do Serafim tomando também 61 no bico de garrafa de cerveja e tocando uns sons no violão. Tinha apelido de marimba, devido suas espinhas e seu cabelo parecer caixa de marimbondo. Ele curtia Sabbath do Dehumanizer, Metallica, Megadeth, Slayer, Ministry e dai para outras podreiras. Nós ficávamos escutando discos de vinil e tomávamos uma cana na casa do Cridão. Ele até colou em casa em Sampa lá para 1992, demos um role na galeria e tudo. Só sei que depois virou crente e quebrou todos os discos que falavam sobre o demo. A última vez qeu o vi acho que foi em 2001 ou pouco depois, mas bem mais calmo.
Fui conversando com minha tia, obtendo informações sobre a atual administração, vendo só o jeito dela compreender as coisas e aprendendo com seus comentários e sabedoria simples. Também lembramos de um fato antigo, em que fomos para Piracicaba em uma curandeira de todas doenças ela fazia o sangre de cristo escorrer de seus pulsos e escapou de um tiro devido ao seu crucifixo e era só fuligem preta de cana queimada a noite inteira e nós encaramos toda aquela doideira. E da outra em Leme um templo espírita ramatis que fazia cirurgias começaram a dar passe em minha pessoa na frente de Jesus Cristo baixou um saravá disseram que eu era médium puxa vida era mais de dez homens e mulheres tentando segurar o meu espírito e eu só vendo aquela treta. Hoje fiquei cético demais em relação a estas coisas.
Passamos na casa de uma prima minha, sua casa continua naquele mesmo caminho de ladeira, depois continuamos a subida até o Horto, sentindo aquele sol e a carne assando em um horário já tardio. No caminho todas as pessoas nos cumprimentavam, inclusive um senhor que ela chamava de tio Lio muito parecido com meu avô, simpático pacas. A sua figura trouxe-me um flashback do dia em que ele morreu tinha sete anos éramos dezenas de crianças de oito pais ou mães dormindo numa cama de casal nos fundo da casa enquanto ocorria o seu velório na rua abaixo alguém cuidava e nos olhava. Meu avô era um homem muito simples lavrador da roças mas tinha uma baita de uma presença. Só lembro dele bravo falando quando era contrariado: "ê, porquera!" ou que me colocava em seu cavalo branco quando eu era um naco de gente.
O horto florestal estava todo arrumado, limpo e com cheiro de eucaliptos, próprio para caminhadas. Ela fez umas perguntas sobre pedras redondas se elas sempre foram assim ou se foram tonando-se redondas eu disse que foi a ação do tempo e o desgaste e dai ela começou a pensar nos milhares de anos atrás e pra frente daquele lugar que estávamos passando. Senti minha pequenes com aqueles pensamentos mas parou por ai. Pegamos a estrada de entrada para cidade e voltamos.
Chegamos em casa ainda a tempo de tirarmos um racha de bilhar antes do almoço. Pois agora há uma mesa na casa de minha tia, uma mesa de sinuca para jogarmos a vontade! Fomos mandando ver no jogo e tomando umas cervas, lambiscando um tiragosto de mortadela cujo gosto foi melhor com a idéia que eu implementei de espremer um limão rosa sobre. Fomos jogando o jogo da lei da gravidade de forças e acelerações que é o bilhar, de dominio da Fisica, que só vai sacando e adquirindo experiencia e medida quando se pratica mais e mais. Ganhei a primeira de pois comecei a levar um coro, pois minha tia tava afiada e tinha treinado para bater. Enquanto isso ia rolando o cd do Carlos Careqa e eu pedia meu guaraná jesuis. Demos um tempo, eu consegui diminuir a diferença pra 5 a 2, e fomos almoçar. No caminho haviam mais periguetes, que ficavam sorrindo de longe e dando mole. Voltamos, eu tinha que sentar de volta para preparar o curso.
A noite resolvemos ir até um rodizio numa casa de pizza disputada, mas a fila de espera estava imensa, de modo que ficamos tomando duas cervejas e contando piada, emquanto que algumas moças e rapazes de várias cidades ficavam ao nossso lado um teve coragem de dizer que quando sua mãe xingava "filha da puta" na cozinha, ele respondia: chamou, mãe? Nunca vi coisa assim igual, fiquei pensando. Nós ficamos na nossa prosa, enquanto minha tia contou-me piadas de um gato que na espreita do buraco do rato, latiu para pegar o rato. Este, nas mãos do gato, perguntou pelo cão. O gato respondeu: hoje quem não fala duas línguas está perdido! Rachávamos de rir, e os outros sem entender nada. Ficamos tomando cerveja e ela contou uma piada de dois papagaios. Não se sabia qual era o macho ou femea. Colocaram para acasalar, descobriram e rasparam a cabeça da femea. Certo dia, o papagaio macho, ao ver um careca que se aproximava, perguntou: você andou dando o rabo? E rachamos de rir. Depois veio a piada do Árabe bem dotado que apostava um carpete se a filha, a mãe e avó não peidassem... todas perderam, só a avó saiu com o carpete debaixo do braço. Ao perguntarem e se admirarem com o poder da velha, ela disse que não ganhou, que iria lavá-lo, pois tinha cagado em cima dele... A esta altura, já estávamos com a barriga doendo de tanto rir.
Desistimos daquela fila que estávamos a mais de duas horas e fomos fazer um lanche ali perto mesmo. Demos linha. Eu tinha que dormir para amanhã continuar a preparar o curso de atualização, curtindo meu Sangue, suor e lágrimas. Também tinha que dar um trampo e ajudar minha tia a tirar umas coisas velhas e guardar, além de fazer uma outra caminhada contando piadas com minha tia e uns contatos na cidade.
Eu também lembrava de uns loucos no interior de São Paulo, que provava o sabão da razão. Um era o Artur babou no leite, que quando era incomodado, soltava farpas para todos os lados. A outras era a Maria Batata, que quando a molecada chamava por este nome, era pedrada para todos os lados.
No último dia ainda encontrei o Du Galante, fazia mais de uma década que não o via. Nós jogávamos uma pelota na rua dele, bagunçávamos o coreto em boçorocas. Marcamos uma ponta de nos encontrarmos em Sampa. Fui atrás do Rafael, batera, que trampa no CPP, mas descobrique ele estava de férias, assim como não tinha ninguém no Sindicato APEOESP. Começou até a cair uma garoa fina logo eu daria área para a rodoviária, pegar o bumba de volta para o meu delírio cotidiano com as coisas reais.
Sendo levado para o sossego eu reencontro o passado
Deixo de lado os fúteis inúteis
Vou para meus retiros espirituais
Viajem curta pra descansar a cabeça
que não pára de funcionar
Uma saída do mundo, uma retirada
embora rápida, para relaxar
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Quem mexe num vespeiro ou numa caixa de marimbondos, sai picado.
Para quem não tem argumentos, política e religião, não se discute:
"Religião não se discute
Aceita-se
amém" (Clark Bruno)
Sujeitos e indivíduos pensam pairar sobre a luta de classes
Doidivanos, puros tolos só prestam atenção e só reclamam
Quando a política está botando nos seus cus
Quando o pau já atolou mais de meio metro nos seus rabos
Vivem a plainar, são os eternos ensimesmados
Em cima do muro, chauvinistas de plantão
Outros também, são oportunistas que só querem tirar proveito pessoal da política
Não entrar ou negar a luta de classe é que é a pior traição de pelegos
Para outros, sua vida não passa de uma bela canção de infância colorida dos Beatles
Tudo não passa para eles de psicologismo de uma infância "pobrezinha e mal amada" coitadinhos
Insistem em fingir, não sei para quem pois já não enganam mais a ninguém
Ao cometer o engano de criticar trabalhadores que fazem passeatas
o movimento obreiro é mais avançado que reaças pensam
pois não tem boas ou más intenções, mas apenas intenções:
a bandeira histórica da redução da jornada de trabalho
são eles que compram seus livros e querem ter mais tempo para lerem estas bobagens e poderem escrever outras também
Contra a Ditadura do relógio, da fábrica, da escola, do hospital e do manicômio pelo Direito à Preguiça e pela morte do Deus Trabalho assalariado alienado e coisificado
que nos fará superar o reino da necessidade e saltarmos para o da liberdade
para todos poderem desfrutar e desenvolverem-se por inteiro em todas as funções
ser um escritor, um jardineiro ou qualquer outras mas não somente uma
Fascistas são piolhos que vivem de esmolas e querem perpetuar o status quo
a divisão do trabalho só para viver do jeito em que eles possam se esconder
para que só eles escrevam e possam continuar a viver com apenas algumas migalhas
"Ele morava com a mãe. Ao entrarmos, a velha senhoraergue os olhos de seu jornal:
-Hank, não vá embebedar o Timmy.
-Como vai, sra. Hunter
-Da última vez que você e Timmy saíram juntos, os dois acabaram na cadeia." Buk, Factótum.
Não, nunca tive vocação para ser um herói solitário
Nunca fui um herói destes clowns, destes kamikazes que se jogam de cabeça
Não, sempre tive amor aos meus dentes e várias mulheres também os acharam lindos
E é para elas que interessa tudo, não esfalfar-me ou engalfinhar-me com machos
Quando era moleque eu até bancava, mas várias vezes deixaram-me sozinho
como aquela em frente de casa, que cai no chão, o moleque deu uma bica no meu rosto meu nariz era só sangue e os outros que tiravam o moleque só ficaram assitindo a luta
Até ameaças de morte, por telefone, recebia. Nunca quis isto para meus velhos
Cresci e amadurei rápido com tombos tomados, comecei a sacar a nuance das coisas
A artimanha, o diálogo entre as diferenças, o uso dos argumentos
pois sou racional ao ser humano, prudente e prefiro o caminho da moderação
Descobri que bile, tripas, vísceras e brigas são coisas de moleques mal resolvidos com crise de identidade, insegurança e falta de personalidade
Que fizeram troca-troca e gostaram de se agarrar com homens em lutas sem sentido
Aprendi a ser um bom negociador e que lutas não fazem alguém mais ou menos homem
Pois o homem é um animal político e pode negociar até com o diabo
I´m dealing with the devil
Aprendi que não era sensato entrar quando vi que a barca já tava furada
E se não fui eu que furei ou pedi para furar, não comprava brigas que não as minhas
E até avisei para teimosos que insistiram em quebrar a cara
Pois se fossem minhas tretas, sempre me garanti e segurei a onda sozinho
Nunca pedi ajuda se eu fazia uma cagada, assumia meu erro
Pagava brabo para não entrar para não depois não ter que pagar para sair
aprendi que ser ligeiro é ter arte dos mineiros
Nunca tive a pretensão de ser o heróico brado retumbante do hino nacional
Ou como diria o Raulzito: eu não sou besta pra tirar onda de herói
Muito menos sou Jesus para morrer dependurado numa cruz.
Descobri que não há working class heroes, nem um Lula,
nem ninguém pode emancipar a classe trabalhadora a não ser ela mesma,
quando assim ela desejar
e que não basta ser da classe trabalhadora em si tem que ser para si
ter atitude de guerreiros lutadores contra a classe burguesa exploradora
desprender-se de interesses e deixar de lado picuinhas pessoais como brigas
Sempre fui o primeiro a chamar para a greve e paralisações
até no tempo em que eu era estudante parei aulas de professores reacionários
Paramos a escola e professores, falar com pais e estudantes
Fui a outras escolas com outros mestres e paramos todos juntos
nunca tirei o meu da reta na luta contra o patrão-Governo desde que comecei
Mas quando conquistamos, sempre estava com a moral no alto
pois eu tinha parado e conquistado, não era covarde como pelegos que não pararam
Eu podia olhá-los no olho e falar: você ganhou porque nós paramos!
Via o que é o medo como ele torna as pessoas cuzonas de fato, desumanizadas
Perdendo ou ganhando, vencendo ou derrotado, sofrendo corte de grana
enquanto o sindicato tava cheio da grana mas não fez fundo de greve
mas mesmo assim sempre estarei na luta do lado dos meus companheiros até o fim
Dai descobrindo o que era o significado de hombridade, de ser um humano em processo
e não estes estereótipos inventados para masculinidade que nos ossificam
Nunca tive vergonha nem me escondi ao andar em minha "limusine conversível”
Ou será que era a "Ferrari"? ou um "Porsche"? Ou a "Lamborghini"? não era uma perua
Muito menos deixei de falar que morava em um "palacete nobre"
Mas sempre conheci, conheço, ando e converso com camaradas duros e pobres de verdade
Já fui a várias favelas e npucleos em Osasco, Diadema, participei de assembléias do povo sem teto entrei em seus acampamentos e vi suas crianças cantando
Que nunca precisaram fingir ser ou se passar pelo que não eram, pois eram e são mesmo
não se dão ao luxo de "posar de pobre" só porque trampava e comprava suas coisinhas
mas a família também tinha casa e carro próprios, estudava em cursinho e algo mais
Preferia sempre conquistar as mulheres a ter que comprá-las com o vil metal,
não que eu pregue alguma moral mas eu nunca tinha dinheiro para isso mesmo
Como disse o Dedão, a dureza da conquista compensava e dava mais gosto à foda
E se não conquistei alguma sempre haviam tantas e tantas passaram e se foram e outras vieram
Não, eles trabalhavam e trabalham por necessidade imposta não se dão a luxos
Antes e depois, ontem e hoje sou respeitado pela rapaziada e pela moçada
Mas nunca pensei ou muito menos eles acham que é bonito ser pobre
Nunca tiveram orgulho, sabiam e sabem que podem ser mais
E trabalhador de verdade não quer ser pobre e muito menos posar como tal
Pois tem direito a ter e a querer o do bom e o do melhor
Conheci analfabetos das letras mais politizados que analfabetos políticos literatos
Sempre preferi desde cedo a voltar pra casa sozinho, pacifico, ainda que louco
Ao invés de dar trabalho para a mama de qualquer doido de levar-me em casa de fusca que Cheio de pinga nas idéias bancava o valentão galinho de briga teimoso não me escutava ou consultava nas ações e acabava por levar sovas e surras homéricas
Não, eu nunca fui vacilão ao tal ponto, se eu tomava ou entrava em minhas canas
Dormia no meu canto, depois levantava e saia andando, sem dar trabalho a ninguém
Ou quando tinha -quem não tem problemas?- não fazia alarde, eu mesmo os resolvia
Pois o lema que aprendi em casa foi: se não agüentou, pois que beba leite
Nunca quis levar os problemas da rua pra casa: já bastavam os que eu já tinha
Fazia tudo para não levar uma carcada em casa ao perceberem minha tempora inchada
Não, já não bastasse um desvio de septo causado por aquele chute no nariz
Que até hoje carrego sem consertar e me rendeu uma rinite que EU tratei no Servidor
Eu não poderia me dar ao luxo de fazer o papel de pobretão fajuto e mal disfarçado
Não, se eu vacilasse, teria que pagar por uma cirurgia dentária
e eu nem teria grana para fazer estas extravagâncias, muito menos coragem de pedir
muito menos correria o risco de dar trabalho ou ter que fazer bicos para tanto
os velhos me matariam, mas não davam, o que aprendi a ter como certo e justo
Pois quem pariu Mateus que o balance: esse valor me ensinaram, sou muito grato
Preferia ficar na minha, andar na linha no bairro onde morava, a conviver
a respeitar e dialogar com a rapaziada, na escola e na noite
Pois com certeza eu não teria o dinheiro para pagar o conserto do estrago
e não teria a cara lavada de pedir pra uma treta que eu arrumasse e não resolvesse
Preferia gastar o pouco que conquistava dando meus pulos com outras coisas boas e úteis
Sempre ajudei em casa com o que podia e tinha: devo, não nego, pago quando posso
Mas nunca senti nenhuma culpa ou ressentimento cristãos em existir, estudar, curtir a vida e a noite ou gerar despesas
Só não podia me dar ao luxo de posar de street fighter heróico desastrado
Andei muito e ando às vezes na bota, isto nunca foi sinal de pobreza riqueza ou classe
Ao menos aprendi a nunca bater no rosto de uma companheira ou de mulher qualquer
isso sim é covardia: homem que bate em mulher deve ir pra cadeia virar boneca
Muito menos fui noinha de farinha que, ao acabar a grana, corre pra casa de mainha
Muito menos fiz chantagem com a brodagem por causa de uma parada que eu fiz
Mas aprendi que ser contrário a passeatas de trabalhadore/as, reacionário, pelego, em cima do muro, traidor de classe ou oportunista é a pior traição que existe para um trabalhador na face da terra.
"Religião não se discute
Aceita-se
amém" (Clark Bruno)
Sujeitos e indivíduos pensam pairar sobre a luta de classes
Doidivanos, puros tolos só prestam atenção e só reclamam
Quando a política está botando nos seus cus
Quando o pau já atolou mais de meio metro nos seus rabos
Vivem a plainar, são os eternos ensimesmados
Em cima do muro, chauvinistas de plantão
Outros também, são oportunistas que só querem tirar proveito pessoal da política
Não entrar ou negar a luta de classe é que é a pior traição de pelegos
Para outros, sua vida não passa de uma bela canção de infância colorida dos Beatles
Tudo não passa para eles de psicologismo de uma infância "pobrezinha e mal amada" coitadinhos
Insistem em fingir, não sei para quem pois já não enganam mais a ninguém
Ao cometer o engano de criticar trabalhadores que fazem passeatas
o movimento obreiro é mais avançado que reaças pensam
pois não tem boas ou más intenções, mas apenas intenções:
a bandeira histórica da redução da jornada de trabalho
são eles que compram seus livros e querem ter mais tempo para lerem estas bobagens e poderem escrever outras também
Contra a Ditadura do relógio, da fábrica, da escola, do hospital e do manicômio pelo Direito à Preguiça e pela morte do Deus Trabalho assalariado alienado e coisificado
que nos fará superar o reino da necessidade e saltarmos para o da liberdade
para todos poderem desfrutar e desenvolverem-se por inteiro em todas as funções
ser um escritor, um jardineiro ou qualquer outras mas não somente uma
Fascistas são piolhos que vivem de esmolas e querem perpetuar o status quo
a divisão do trabalho só para viver do jeito em que eles possam se esconder
para que só eles escrevam e possam continuar a viver com apenas algumas migalhas
"Ele morava com a mãe. Ao entrarmos, a velha senhoraergue os olhos de seu jornal:
-Hank, não vá embebedar o Timmy.
-Como vai, sra. Hunter
-Da última vez que você e Timmy saíram juntos, os dois acabaram na cadeia." Buk, Factótum.
Não, nunca tive vocação para ser um herói solitário
Nunca fui um herói destes clowns, destes kamikazes que se jogam de cabeça
Não, sempre tive amor aos meus dentes e várias mulheres também os acharam lindos
E é para elas que interessa tudo, não esfalfar-me ou engalfinhar-me com machos
Quando era moleque eu até bancava, mas várias vezes deixaram-me sozinho
como aquela em frente de casa, que cai no chão, o moleque deu uma bica no meu rosto meu nariz era só sangue e os outros que tiravam o moleque só ficaram assitindo a luta
Até ameaças de morte, por telefone, recebia. Nunca quis isto para meus velhos
Cresci e amadurei rápido com tombos tomados, comecei a sacar a nuance das coisas
A artimanha, o diálogo entre as diferenças, o uso dos argumentos
pois sou racional ao ser humano, prudente e prefiro o caminho da moderação
Descobri que bile, tripas, vísceras e brigas são coisas de moleques mal resolvidos com crise de identidade, insegurança e falta de personalidade
Que fizeram troca-troca e gostaram de se agarrar com homens em lutas sem sentido
Aprendi a ser um bom negociador e que lutas não fazem alguém mais ou menos homem
Pois o homem é um animal político e pode negociar até com o diabo
I´m dealing with the devil
Aprendi que não era sensato entrar quando vi que a barca já tava furada
E se não fui eu que furei ou pedi para furar, não comprava brigas que não as minhas
E até avisei para teimosos que insistiram em quebrar a cara
Pois se fossem minhas tretas, sempre me garanti e segurei a onda sozinho
Nunca pedi ajuda se eu fazia uma cagada, assumia meu erro
Pagava brabo para não entrar para não depois não ter que pagar para sair
aprendi que ser ligeiro é ter arte dos mineiros
Nunca tive a pretensão de ser o heróico brado retumbante do hino nacional
Ou como diria o Raulzito: eu não sou besta pra tirar onda de herói
Muito menos sou Jesus para morrer dependurado numa cruz.
Descobri que não há working class heroes, nem um Lula,
nem ninguém pode emancipar a classe trabalhadora a não ser ela mesma,
quando assim ela desejar
e que não basta ser da classe trabalhadora em si tem que ser para si
ter atitude de guerreiros lutadores contra a classe burguesa exploradora
desprender-se de interesses e deixar de lado picuinhas pessoais como brigas
Sempre fui o primeiro a chamar para a greve e paralisações
até no tempo em que eu era estudante parei aulas de professores reacionários
Paramos a escola e professores, falar com pais e estudantes
Fui a outras escolas com outros mestres e paramos todos juntos
nunca tirei o meu da reta na luta contra o patrão-Governo desde que comecei
Mas quando conquistamos, sempre estava com a moral no alto
pois eu tinha parado e conquistado, não era covarde como pelegos que não pararam
Eu podia olhá-los no olho e falar: você ganhou porque nós paramos!
Via o que é o medo como ele torna as pessoas cuzonas de fato, desumanizadas
Perdendo ou ganhando, vencendo ou derrotado, sofrendo corte de grana
enquanto o sindicato tava cheio da grana mas não fez fundo de greve
mas mesmo assim sempre estarei na luta do lado dos meus companheiros até o fim
Dai descobrindo o que era o significado de hombridade, de ser um humano em processo
e não estes estereótipos inventados para masculinidade que nos ossificam
Nunca tive vergonha nem me escondi ao andar em minha "limusine conversível”
Ou será que era a "Ferrari"? ou um "Porsche"? Ou a "Lamborghini"? não era uma perua
Muito menos deixei de falar que morava em um "palacete nobre"
Mas sempre conheci, conheço, ando e converso com camaradas duros e pobres de verdade
Já fui a várias favelas e npucleos em Osasco, Diadema, participei de assembléias do povo sem teto entrei em seus acampamentos e vi suas crianças cantando
Que nunca precisaram fingir ser ou se passar pelo que não eram, pois eram e são mesmo
não se dão ao luxo de "posar de pobre" só porque trampava e comprava suas coisinhas
mas a família também tinha casa e carro próprios, estudava em cursinho e algo mais
Preferia sempre conquistar as mulheres a ter que comprá-las com o vil metal,
não que eu pregue alguma moral mas eu nunca tinha dinheiro para isso mesmo
Como disse o Dedão, a dureza da conquista compensava e dava mais gosto à foda
E se não conquistei alguma sempre haviam tantas e tantas passaram e se foram e outras vieram
Não, eles trabalhavam e trabalham por necessidade imposta não se dão a luxos
Antes e depois, ontem e hoje sou respeitado pela rapaziada e pela moçada
Mas nunca pensei ou muito menos eles acham que é bonito ser pobre
Nunca tiveram orgulho, sabiam e sabem que podem ser mais
E trabalhador de verdade não quer ser pobre e muito menos posar como tal
Pois tem direito a ter e a querer o do bom e o do melhor
Conheci analfabetos das letras mais politizados que analfabetos políticos literatos
Sempre preferi desde cedo a voltar pra casa sozinho, pacifico, ainda que louco
Ao invés de dar trabalho para a mama de qualquer doido de levar-me em casa de fusca que Cheio de pinga nas idéias bancava o valentão galinho de briga teimoso não me escutava ou consultava nas ações e acabava por levar sovas e surras homéricas
Não, eu nunca fui vacilão ao tal ponto, se eu tomava ou entrava em minhas canas
Dormia no meu canto, depois levantava e saia andando, sem dar trabalho a ninguém
Ou quando tinha -quem não tem problemas?- não fazia alarde, eu mesmo os resolvia
Pois o lema que aprendi em casa foi: se não agüentou, pois que beba leite
Nunca quis levar os problemas da rua pra casa: já bastavam os que eu já tinha
Fazia tudo para não levar uma carcada em casa ao perceberem minha tempora inchada
Não, já não bastasse um desvio de septo causado por aquele chute no nariz
Que até hoje carrego sem consertar e me rendeu uma rinite que EU tratei no Servidor
Eu não poderia me dar ao luxo de fazer o papel de pobretão fajuto e mal disfarçado
Não, se eu vacilasse, teria que pagar por uma cirurgia dentária
e eu nem teria grana para fazer estas extravagâncias, muito menos coragem de pedir
muito menos correria o risco de dar trabalho ou ter que fazer bicos para tanto
os velhos me matariam, mas não davam, o que aprendi a ter como certo e justo
Pois quem pariu Mateus que o balance: esse valor me ensinaram, sou muito grato
Preferia ficar na minha, andar na linha no bairro onde morava, a conviver
a respeitar e dialogar com a rapaziada, na escola e na noite
Pois com certeza eu não teria o dinheiro para pagar o conserto do estrago
e não teria a cara lavada de pedir pra uma treta que eu arrumasse e não resolvesse
Preferia gastar o pouco que conquistava dando meus pulos com outras coisas boas e úteis
Sempre ajudei em casa com o que podia e tinha: devo, não nego, pago quando posso
Mas nunca senti nenhuma culpa ou ressentimento cristãos em existir, estudar, curtir a vida e a noite ou gerar despesas
Só não podia me dar ao luxo de posar de street fighter heróico desastrado
Andei muito e ando às vezes na bota, isto nunca foi sinal de pobreza riqueza ou classe
Ao menos aprendi a nunca bater no rosto de uma companheira ou de mulher qualquer
isso sim é covardia: homem que bate em mulher deve ir pra cadeia virar boneca
Muito menos fui noinha de farinha que, ao acabar a grana, corre pra casa de mainha
Muito menos fiz chantagem com a brodagem por causa de uma parada que eu fiz
Mas aprendi que ser contrário a passeatas de trabalhadore/as, reacionário, pelego, em cima do muro, traidor de classe ou oportunista é a pior traição que existe para um trabalhador na face da terra.
Fragmentos do viver de verso (diverso?): imagens dos poetas e de São Paulo 1995-1997
Todos dizem que a vida metafórica
Não leva a lugar nenhum
Como é de nossa existência
A poesia rompe a permanência
A meta fora de alcance
Reserva um lugar fora do comum
A meta está fora de pretensões
Não é ocultamento: apenas proveito
Das infinitas possibilidades da palavra
E ao se deitar, não leva bagagem
A vida foi corajosa
Não levou vantagem
Poeta andarilho
Senti na pele de andarilho
Fértil mente de inquieto filho
Ao jogar a vida nos trilhos
Não paralelo, cair no mundo
Pernadas por avenidas e ruas
Contam muitas histórias da lua
Soltar gritos presos na estrada
Ser livre, aprender a voar
Conhecer as pessoas, sua natureza
Tristeza, dentro e fora
Procurar novas flores
Cores, mistérios, odores
Conhecer o irmão violão
Não há solidão onde o levo,
Tocar por puro prazer
Ofereço à musa canções
É da cachaça do barril de carvalho
Mineira, que afeta meu coração
Tiro cartas do baralho
Invento uma canção
Tudo isto está na alma
Na vida do poeta andarilho
No vagabundo, no peito do calado
Amigo contente ao seu lado
*
Sonhei que era um poeta andarilho
Passava por sua varanda
Na quente noite interiorana
Sonhei, seus beijos me acolhiam
Minha mulher menina
Sonhei, aquela noite era minha
Acordei e estava sozinho
Não estavas no meu caminho
Foi feito uma tapa na cara
*
Quem diria
Aquela senhora culta
Informada absoluta
É poeta, mas não respeita
Quem diria
A sua sabedoria
Da mesma senhora
Não irá ao seu caixão
Quem dirá
Donde a poeta dura
Citando Cora coralina
(Justo ela), para humilhar-nos
No cão vadio, há vivência, observação
Ele aproxima-se de sua mesa
Chutas, sem considera
Há mais poesia coralina
Quem diria
Apesar do conhecimento, hipocrisia
Sua sina, nunca na vida
Fostes menina
Poesia paulistana
São homens que vão e vem
Correm por seu vintém
Surge alguém lá no meio
Que vê as coisas mais a fundo
Gente que vê mais fundo?
Poetas, brigando para ser
Escrevem mais do que são
Do que pensam e sentem
Negam a palavras aos outros
Respeitam o trabalho douto
Impõem modos de viver
Demoram a perceber
Cada um é amplidão
Cada um finge, então
Poetas tiram
Tremenda inspiração
Da gota do orvalho
Carta do baralho
Cansei de ver
Esses homens ao meu lado
Impõem seu modo de ser
Fazem pouco caso
Da vida sei a dor
Faço dela escrita
Tudo o que custar
Os expulso, como fez Platão
Por isso luto,
Minha idéia, meu fruto
Filósofos delirantes
Ocupam estantes
Lutam, sucessivamente
Quem está com a razão
Meu amigo olhe
Confie no que digo
Siga seu rumo
Não pense no futuro
Mais vale saber
Cabeças conhecem
Sem especulações horrendas
Nunca estão a venda
Todos possuem o olhar poético
Basta acordar o gênio estético
Pseudo-poetas
Está tudo armado
Pronto esquematizado
Começar a fazer
O jogo destes animais
Tudo uma farsa mutreta
Reza braba das fortes
Mil juras de inveja e morte
Comparsas do capeta
Tanta gente
Sentindo-se
Dono dos olhos do mundo
Um rei na barriga
Andam por ai
Posando de artista importante
Brincam com a vida
De ignorantes
O mundo está pequeno demais
A vida dilacera-se mais e mais
Cada vez mais poetas
Que absurdo
Tantos por ai, espalhados
Rotulados, auto-intitulados
Andando para qualquer lado
Encontra-se pseudo corações vagabundos
O eco de seus gritos
Proferidos no espaço
Ensurdeceram, caducaram
Apoquentam
Poetas prepotentes
Maduros, excelentes
Amargos, injuriam
A vida de qualquer um
Senhor, todo dia
Agonia, fria
Tanta pluma voando
Pouco braço labutando
Está na hora
Já que a onda é de protesto
Vamos nessa que é boa
Afinal, para que presto?
Leia a minha poesia
É muito boa, arrasta garotinhas
Já se esqueceram
Da hora de deitar
Está na hora avô
De aposentar
Seu tempo cinzento
Há muito já vingou
No velho gramofone
Toca alto um rock and roll
Ele é um sucesso, um Best-seller
Compre seus livros
Você não leu?
O pau comeu?
Outro escreve
O que fez lá atrás
Está na moda
Ora quem não faz?
É muito legal poesia
É muito louco
Mas poderia fazer
Pensar mais um pouco
Lá do meu canto
Vejo toda esta maracutaia
Quieto, com o sorriso
De dois palmos de largura
A vida resume-se ao blues
Guria fuja de almas frias
Hipócritas e manipuladores
O arranhão dos dias
Deixam marca de horrores
Lembro-me bem daquele dia
Que a tive menina por um momento
Minha sina são se enganaria
Você continua em meu pensamento
Momento que pra mim foi eterno
Eu só queria fazer parte de você
Naquele passado e frio inverno
Dama gostaria muito de tê-la
Hoje sou o mesmo moleque
Carregando a mochila desbotada azul
Levando minhas velhas utopias
Na minha guitarra, os mesmo blues
Ainda lembro-me daquela moça
Que andava pela estrada da escuridão
Encontrava-me na porteira da roça
Mas hoje tanta solidão restou
Pois você ficou com medo
Não quis ficar ao meu lado
Dama agora não entende
O segredo do meu ser desesperado
Hoje sou o mesmo menino blues
Pernadas na calçada, suor e dor
A vagar só, pela imensidão
Busco seu carinho na multidão
Ainda carrego comigo
A clareza de seus olhos azuis
Não o azul dos burgueses
Mas o de nossos sonhos siameses
Oásis paulistanos
Não encontro mais solução
Desço as ruas na contramão
Subo a Nestor pestana
Ao vender minhas bugigangas
O cenário das putas
Astutas disfarçam à luz do dia
Observo a Praça Roosevelt
Começo a me tocar
Praça ela nada tem
Mendigo ruas sem parar
Do alto de minhas aventuras
Quero ver a noite
Moças requebrando a cintura
Mas vejo o dia, bato perna
Casas antigas
Tradicionais, saudade
Toda molecada bela
Jogando bola, mãe da rua
Mas hoje só um oásis
Em meio a arranha-céus
Somos oásis
Nestes desertos concretos
Ando sem rumo
Sou firme e tranqüilo
Sei que chegarei
Aos objetivos
Na bela vista
Não tive boa visão
Amontoados, empoleirados
Cortiços onde confinam humano
Corto a nove de julho
Revolução, ainda estou em maio
A distância entre bairros
Senhoras que se depenam
Rua Santo Antônio
A moça das alturas
Pula da janela
E cai sobre eu
Ruas podres de São Paulo
Povo esquisito, arredio
Harmonia aparente
Causa calafrio
Retrato de São Paulo
São Paulo: múltiplas faces
Arranha-céus e torres de TV
Ondas de rádio eletromagnéticas
Atravessam nossos corpos
Como carros varam viadutos
Crianças molambentas
Brincam na água barrenta
Fogueira de lixo, tristeza
Cada dia incerteza
São Paulo que feiúra
No largo da batata
Vejo um povo sofrido
Vende só batata não
Vende tomate, cebola, coentro
Manjericão
Poucos recebem uma mão
Essa enorme multidão
Até falam em solidão
No largo do Paissandu
O pássaro não é mais azul
É cinzento e transmite doenças
A pomba branca só trás desavenças
No centrinho velho, teatrinho
Som dos Andes, colarinho
Falta um bocado de carinho
Na praça do teatro municipal
O povo sem Luz
De a luz necessária ao povo
Não a luz vendida
Pelo pastor da praça ramos
A luz do céu
Nos seus caminhos
II
São Paulo é isto
Tem algumas pessoas legais nos bares
Que encontramos na peregrinação
Outros, os frágeis mecenas
Burgueses consumistas fermentados
Crianças e cegos vendem balas
Passam todos ao meu lado
As aglomerações de alienados
Dá-lhe as mãos sim, poetas
Estes sim fazem algo
Por crianças perdidas
Suas vidas feridas
Poetas, mestiços, andarilhos
Não tem vidas nos trilhos
Traçam seus caminhos imaginários
Por um mundo igualitário
Seresteiro, repentista, cantador
Encontramos moças bonitas
Aliviam nossa dor
Bordamos nossos versos
Pintamos os muros
Com cores da poesia e amor
Subir a Nestor pestana
A Roosevelt, o antro carnal
Sentir tesão fraternal
Pelas musas que acolhem
A realidade nos sacode
A rua augusta, seus mistérios
Mulatas, mangustas
Playboys que as perturbam
Toda esta injustiça latina
Que saltam às vistas.
Não leva a lugar nenhum
Como é de nossa existência
A poesia rompe a permanência
A meta fora de alcance
Reserva um lugar fora do comum
A meta está fora de pretensões
Não é ocultamento: apenas proveito
Das infinitas possibilidades da palavra
E ao se deitar, não leva bagagem
A vida foi corajosa
Não levou vantagem
Poeta andarilho
Senti na pele de andarilho
Fértil mente de inquieto filho
Ao jogar a vida nos trilhos
Não paralelo, cair no mundo
Pernadas por avenidas e ruas
Contam muitas histórias da lua
Soltar gritos presos na estrada
Ser livre, aprender a voar
Conhecer as pessoas, sua natureza
Tristeza, dentro e fora
Procurar novas flores
Cores, mistérios, odores
Conhecer o irmão violão
Não há solidão onde o levo,
Tocar por puro prazer
Ofereço à musa canções
É da cachaça do barril de carvalho
Mineira, que afeta meu coração
Tiro cartas do baralho
Invento uma canção
Tudo isto está na alma
Na vida do poeta andarilho
No vagabundo, no peito do calado
Amigo contente ao seu lado
*
Sonhei que era um poeta andarilho
Passava por sua varanda
Na quente noite interiorana
Sonhei, seus beijos me acolhiam
Minha mulher menina
Sonhei, aquela noite era minha
Acordei e estava sozinho
Não estavas no meu caminho
Foi feito uma tapa na cara
*
Quem diria
Aquela senhora culta
Informada absoluta
É poeta, mas não respeita
Quem diria
A sua sabedoria
Da mesma senhora
Não irá ao seu caixão
Quem dirá
Donde a poeta dura
Citando Cora coralina
(Justo ela), para humilhar-nos
No cão vadio, há vivência, observação
Ele aproxima-se de sua mesa
Chutas, sem considera
Há mais poesia coralina
Quem diria
Apesar do conhecimento, hipocrisia
Sua sina, nunca na vida
Fostes menina
Poesia paulistana
São homens que vão e vem
Correm por seu vintém
Surge alguém lá no meio
Que vê as coisas mais a fundo
Gente que vê mais fundo?
Poetas, brigando para ser
Escrevem mais do que são
Do que pensam e sentem
Negam a palavras aos outros
Respeitam o trabalho douto
Impõem modos de viver
Demoram a perceber
Cada um é amplidão
Cada um finge, então
Poetas tiram
Tremenda inspiração
Da gota do orvalho
Carta do baralho
Cansei de ver
Esses homens ao meu lado
Impõem seu modo de ser
Fazem pouco caso
Da vida sei a dor
Faço dela escrita
Tudo o que custar
Os expulso, como fez Platão
Por isso luto,
Minha idéia, meu fruto
Filósofos delirantes
Ocupam estantes
Lutam, sucessivamente
Quem está com a razão
Meu amigo olhe
Confie no que digo
Siga seu rumo
Não pense no futuro
Mais vale saber
Cabeças conhecem
Sem especulações horrendas
Nunca estão a venda
Todos possuem o olhar poético
Basta acordar o gênio estético
Pseudo-poetas
Está tudo armado
Pronto esquematizado
Começar a fazer
O jogo destes animais
Tudo uma farsa mutreta
Reza braba das fortes
Mil juras de inveja e morte
Comparsas do capeta
Tanta gente
Sentindo-se
Dono dos olhos do mundo
Um rei na barriga
Andam por ai
Posando de artista importante
Brincam com a vida
De ignorantes
O mundo está pequeno demais
A vida dilacera-se mais e mais
Cada vez mais poetas
Que absurdo
Tantos por ai, espalhados
Rotulados, auto-intitulados
Andando para qualquer lado
Encontra-se pseudo corações vagabundos
O eco de seus gritos
Proferidos no espaço
Ensurdeceram, caducaram
Apoquentam
Poetas prepotentes
Maduros, excelentes
Amargos, injuriam
A vida de qualquer um
Senhor, todo dia
Agonia, fria
Tanta pluma voando
Pouco braço labutando
Está na hora
Já que a onda é de protesto
Vamos nessa que é boa
Afinal, para que presto?
Leia a minha poesia
É muito boa, arrasta garotinhas
Já se esqueceram
Da hora de deitar
Está na hora avô
De aposentar
Seu tempo cinzento
Há muito já vingou
No velho gramofone
Toca alto um rock and roll
Ele é um sucesso, um Best-seller
Compre seus livros
Você não leu?
O pau comeu?
Outro escreve
O que fez lá atrás
Está na moda
Ora quem não faz?
É muito legal poesia
É muito louco
Mas poderia fazer
Pensar mais um pouco
Lá do meu canto
Vejo toda esta maracutaia
Quieto, com o sorriso
De dois palmos de largura
A vida resume-se ao blues
Guria fuja de almas frias
Hipócritas e manipuladores
O arranhão dos dias
Deixam marca de horrores
Lembro-me bem daquele dia
Que a tive menina por um momento
Minha sina são se enganaria
Você continua em meu pensamento
Momento que pra mim foi eterno
Eu só queria fazer parte de você
Naquele passado e frio inverno
Dama gostaria muito de tê-la
Hoje sou o mesmo moleque
Carregando a mochila desbotada azul
Levando minhas velhas utopias
Na minha guitarra, os mesmo blues
Ainda lembro-me daquela moça
Que andava pela estrada da escuridão
Encontrava-me na porteira da roça
Mas hoje tanta solidão restou
Pois você ficou com medo
Não quis ficar ao meu lado
Dama agora não entende
O segredo do meu ser desesperado
Hoje sou o mesmo menino blues
Pernadas na calçada, suor e dor
A vagar só, pela imensidão
Busco seu carinho na multidão
Ainda carrego comigo
A clareza de seus olhos azuis
Não o azul dos burgueses
Mas o de nossos sonhos siameses
Oásis paulistanos
Não encontro mais solução
Desço as ruas na contramão
Subo a Nestor pestana
Ao vender minhas bugigangas
O cenário das putas
Astutas disfarçam à luz do dia
Observo a Praça Roosevelt
Começo a me tocar
Praça ela nada tem
Mendigo ruas sem parar
Do alto de minhas aventuras
Quero ver a noite
Moças requebrando a cintura
Mas vejo o dia, bato perna
Casas antigas
Tradicionais, saudade
Toda molecada bela
Jogando bola, mãe da rua
Mas hoje só um oásis
Em meio a arranha-céus
Somos oásis
Nestes desertos concretos
Ando sem rumo
Sou firme e tranqüilo
Sei que chegarei
Aos objetivos
Na bela vista
Não tive boa visão
Amontoados, empoleirados
Cortiços onde confinam humano
Corto a nove de julho
Revolução, ainda estou em maio
A distância entre bairros
Senhoras que se depenam
Rua Santo Antônio
A moça das alturas
Pula da janela
E cai sobre eu
Ruas podres de São Paulo
Povo esquisito, arredio
Harmonia aparente
Causa calafrio
Retrato de São Paulo
São Paulo: múltiplas faces
Arranha-céus e torres de TV
Ondas de rádio eletromagnéticas
Atravessam nossos corpos
Como carros varam viadutos
Crianças molambentas
Brincam na água barrenta
Fogueira de lixo, tristeza
Cada dia incerteza
São Paulo que feiúra
No largo da batata
Vejo um povo sofrido
Vende só batata não
Vende tomate, cebola, coentro
Manjericão
Poucos recebem uma mão
Essa enorme multidão
Até falam em solidão
No largo do Paissandu
O pássaro não é mais azul
É cinzento e transmite doenças
A pomba branca só trás desavenças
No centrinho velho, teatrinho
Som dos Andes, colarinho
Falta um bocado de carinho
Na praça do teatro municipal
O povo sem Luz
De a luz necessária ao povo
Não a luz vendida
Pelo pastor da praça ramos
A luz do céu
Nos seus caminhos
II
São Paulo é isto
Tem algumas pessoas legais nos bares
Que encontramos na peregrinação
Outros, os frágeis mecenas
Burgueses consumistas fermentados
Crianças e cegos vendem balas
Passam todos ao meu lado
As aglomerações de alienados
Dá-lhe as mãos sim, poetas
Estes sim fazem algo
Por crianças perdidas
Suas vidas feridas
Poetas, mestiços, andarilhos
Não tem vidas nos trilhos
Traçam seus caminhos imaginários
Por um mundo igualitário
Seresteiro, repentista, cantador
Encontramos moças bonitas
Aliviam nossa dor
Bordamos nossos versos
Pintamos os muros
Com cores da poesia e amor
Subir a Nestor pestana
A Roosevelt, o antro carnal
Sentir tesão fraternal
Pelas musas que acolhem
A realidade nos sacode
A rua augusta, seus mistérios
Mulatas, mangustas
Playboys que as perturbam
Toda esta injustiça latina
Que saltam às vistas.
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