sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Um beduíno das Arábias em Sampa



Um beduíno das Arábias perambulando sempre pelo Largo da Batata
com sua barba de bin Laden, sua túnica
passeava por uma dos largos nordestinhos de São Paulo
como o treze e outros mais
Entrava nas casas do norte e pedia um caldo de mocotó
ou fava com jabá, pois era mais parecido com a sua terra árida
a carne de bode lembrava a dos camelos
O beduíno também gostava de andar com seus terroristas
pelas casas de strip e saunas da capital
Sempre andando a pé com sua túnica branca
o seu manto de sheik
O beduíno e seus asseclas usavam óculos escuros
para não dar pala
Abrigavam-se nos hotéis do Centro velho
divertiam-se pra valer pela noite paulistana

A turma do sangue de gasolina



A galerinha do mal começa por andar reunida aprontando aos milhares. Não é nenhuma turma do bangue-bangue, dos tiros, mas sai armada de latas de soda cáustica e cartazes, colando seus grudes nas paredes, causando e gerando intrigas por pirraça.

Vai andando agitando, com seus carros de guerra, gastando pneu pela cidade a fora, cortando o sossego da madrugada. Muitos vizinhos que os veem começam por repreende-los, por xingá-los, mas o sindicato dos ladrões permanece mais unido do que nunca.

Todos sujos de cola, lambuzados, na labuta e na zueria, correndo da polícia na escuridão da Grande São Paulo.

Os garotos e garotas malvados começam por aterrorizar as madames, propondo a greve e a sabotagem geral das instituições. As madames dizem: "não" eu não faço isso não sou peão, não sou proletário, sou classe média que ganha um salário de fome e precisa vender produtos da avon para sustentar sua casa.

A galera do mal continua a arrepiar os cabelos das tias e tios. Continua a mandar suas balas, pra cima, dando tiros pro alto. E eles não param de crescer, de incomodar e de causar cada vez mais e mais. Tão arrepiando os velhos gangsters, os ladrões de Sindicato que se apossaram há mais de uma década deste organismo.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

O fim do papai mamãe na poesia



É o fim das firulas
dos manuais das figuras de linguagens
dos estilos e das punhetas literárias
Entedia-me o papai-mamãe das palavras
Prefiro o foder e o surubar com a língua
Profaná-la, sacaneá-la, arrombá-la, currá-la e esturprá-la
Ao invés de ser um Kant punheteiro escrevendo seus livros
sempre pensando nas mulheres ou nas bocetas em si
mas que nunca penetrara no âmago das xoxotas verdadeiras
Sou muito mais um Withman
cantando o homem moderno próximo dele, With the man
e das pulsões da revolução americana
Ou mesmo um Sade e Restiff na Revolução francesa
Ou o velho russo Maiaca
que nunca aprendera dialética com Hegel
mas no fragor das batalhas
mandando balas no burguês que antes os debandara
Fora uh! ao romantismo e ao mal do século
aos retrôs e reacionários
ao Punheteiro Àlvares de azevedo e todos tuberculosos
que escrevia as histórias dos outros que viviam
as noites na taverna
Prefiro uma noite na taverna a escrever
a escrita nunca dá conta de tudo
nem das músicas bregas de Reginaldo Rossi
de Bartô galeno, dos bolerões de Fagner
e outros que tocam na jukebox
Nada de garotas de Ipanema
de idealizações falsas e coloridas
disse a própria Anïs Nin
Nada de regras como "beleza é fundamental"
Nada de exclusões
pode ser até uma feinha inteligente
peitudinha e bunduda rebolando devagar
fazendo um strip-tease com as palavras

domingo, 13 de setembro de 2009

As cenas da vida da guerra da morte e do sexo



Gosto de das cenas que contenham a guerra o sangue e a luta
A Ilíada de Homero convertida em filme Helena de Tróia e a Odisséia
Ou mesmo a violência crua da laranja mecânica
Ou as tragédias gregas convertidas ao cinema pelo italiano Pasolini
Cenas de foda de sadismo em Saló os 120 dias de Sodoma
jovens surubados esculhambados marcados a ferro de boi
comendo merda levando ducha dourada de Fascistas diabólicos
Ou a putaria generalizada na Idade Média
a verdade pintada por Giotto e descrita nos contos dos Dez dias
por Giovanni Boccaccio
Todos servem para a piração
ou as bichas e travecos, suas ninfomaníacas, médicos pervertidos que atacavam mulheres em coma em Almodóvar
sempre esculhambando a Igreja Católica e seu puritanismo
mas todos sabemos que a putaria não dá para se reprimir
Desde as freirinhas que queriam a rola do Hortelão na Idade Média
até as freiras doidonas de maus hábitos que curtiam heroína, livros de intriga e bolerões
Todos que unem a alegria e a tiração de onda
rola a sexualidade, mas não somente ela é o centro
tem outras coisas mais

Iconoclasta da ditadura das formas perfeitas

"Fodam-se todas as poesias que falam das mulheres
puras-perfeitas-idealizadas
Quero a sexualidade multirracial
Quero uma mulher de verdade para meter o pau
Cada mulher tem sua beleza
sua qualidade
e sua sensualidade
Magra ou gorda
Peituda ou despeitada
Bunduda ou mion
Todas querem ser amadas-penetradas"

Dedão Viajando nas curvas



Na arte na poesia e na foda tudo cabe de acordo com este poema do Dedão.
Também penso assim, não procuremos a perfeições, não busquemos a idealização da beleza, a coisa em si ou a idéia do Belo na arte ou em mulheres. Isso é metafísica barata e decadente. Cada mulher é uma mulher, cada poema é uma poema. Não precisa morrer de bulimia como as modelos para se ser mulher ou ter tuberculose para ser um poeta ou um escritor romantico.

Apenas expressam a sua incompletude, a sua finitude e as limitações do seu ser. Sou avesso a perfeições, nem ligo se o que escrevo é bom ou ruim, estou pocuo me fodendo. Só quem é um punheteiro ou esquizofrênico pra ficar se preocupando com a foda mais que perfeita ou com o poema que nunca terminará de ser escrito. O poema em si não existe. Não existem formas sem conteúdo, não existe essência sem existência, muito menos aquilo que se chama de nuance sem carne.

Também quanto as mulheres, não to nem um pouco preocupada com as formas, se é de um violão, meio cheinha, desprezo os padrões impostos e a ditadura das modelos de passarela. Fodam-se todos, pode colocar botox, pode colocar silicone, mas nunca busque uma "forma perfeita" ou "idealizada", pois isso é paranóia pura, ou você controla ou é controlado por uma padrão exterior.

Eu quero uma mulher para foder mesmo, só quero foder com a puta chamada palavra, não estou nem ai com os maníacos que ficam procurando pela perfeição, eu só quero uma diversão casual. Sexo casual com as palavras, nada mais.

Já sou muito bem casado com a vida e com a Cléia pra procurar outro compromisso. Eu só quero tirar uma lasca, tirar um sarro com as palavrinhas, só de vez em quando, please, baby.

Buchada de bode



Se o que dizem fariseus e sofistas hipócritas
de dizer que tem algo a mais pra escrever esta porra
Só digo que eu não tenho nada disso
nem julgo quem escreve tenha algo em "especial"
Pra mim é como preparar e comer um prato de calabresa acebolada
Ou fazer um peixão assado, ou mesmo uma buchada de bode
o cozinheiro que manja de fazer a parada
sabe mais do que escrever poemas
essa porra acompanha-me desde moleque
do jeito que via a preparação das coisas
a diferenciação das coisas
sacar as coisas na sua nervura, pegar as coisas na veia
até um pouco desligado, mas nunca totalmente
Desprezo até a escrita, é excesso de narcisismo e de preciosismos
muita punheta, pouca ação: prefiro o sexo arrombador e fodedor de bocetas
o meu verso se dá no verbo e na ação
um incendiário jogando seus molotovs na cara da arte e dos artistas dos políticos e da política
que nada fazem para mudar a vida, como Rimbaud
muitas palavras, muito discurso, pouca consequencia
o meu melhor poema é fabricado nas ações
no toque carinhoso na minha nega, na presença em tudo que fazemos
a poesia é mais que as palavras são atitudes&ações&consequencias
na história e na sociedade, a partir de onde estamos
é matéria é ação é paixão é vontade é um misto disso tudo se movendo
do que principalmente as palavras
as palasvras são mero reflexo, um jogo, que não se descolam da vida
as palavras são como que muletas, apenas apoios
essas putas véias que fazemos uso só para uma breve foda
nos bordéis da imaginação

Autêntico lampião, cabra macho desde moleque

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