quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Vulvas

venha-me o desejo
com dentes nos 
pentelhos da
boceta 
amada

descabelada
ainda não 
lambida
no grelo
para

nadar no supra-sumo 
suco vital úmido
de gozozos
prazeres
ah!

sábado, 24 de dezembro de 2011

Vida de poeta

artista das palavras

equilibra-se

entre contas vencidas

dívidas na pindura

fica na dureza da

miséria cotidiana de

quem só tem grana

sua poesia não-pão

basta: segura a onda

como Jesus ou Dom Quixote

vida bandida e do gozo

lombra e rebordosa

paraíso dos prazeres carnais

sugam todo seu sangue

poeta não é nada

não tem ninguém

durango pelas sarjetas

chutado, esquecido, roubado

aloprado, esculhachado

vida desalmada

lembram dele

divertem-se com ele

na gaiola

tiram uma onda

com o artista da fome

enjaulado

engarrafado

sem amor

a noite é longa

só tem 65 cents

pra um


de

moça


terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Siga para qualquer lugar do universo
Viaje para o espaço sideral
Mas seus atos e obras estão 
registrados a ferro e fogo
no grande livro da vida e do mundo
escritos em conjunto com
todos espectadores noturnos 
são testemunhas vivas e
oculares da história  cotidiana e
subterrânea
Testes e provas que fizera
serviram como avaliação de suas ações
Dissimule, ignore, no baile de máscaras e 
no jogo de encenação, posa de vítima
ao aprontar suas camas de gato pros outros
Escafeda-se feito uma estrela cadente
Suma e minta para si mesma
em sua dança de ratos
Ele avisou que a amaria mais à distância
como na sua última partida
levavas sua pequenina
Saiu com a moral alta
insistiu para voltar para
suas nóias de junk, rejeições, furos, desprezos
barracos e confusões em que se metera
até ser mandada embora 
expulsa com a mala e cuia 
puxada pela mão
Fere e magoa mas
não suporta sorver veneno
do seu próprio ciúme doentio
Seu conceito de amor-amizade
utilitário ao extremo 
ignora que só a verdade
revoluciona e emancipa
Amigos verdadeiros não bajulam
não adulam ou mimam
com corrupções, dinheiro ou besteiras
O machado da justiça cai 
sobre a cabeça dos falsos, impostores
enganadores e ilusionistas exploradores
A vida prosseguirá em frente
Foste um aprendizado bonito e gostoso
mudou a vida em alguns aspectos e
aprendeste um bocado de coisas também
Baleias continuarão a nadar
com suas barbatanas gigantes
sobre o material radioativo no mar do Japão
Focas e pinguins mergulharão em manchas de petróleo
Leões do mar em montanhas de lixo
Micos-leões dourados continuarão em extinção
Jacarés serão caçados para bolsas, cintos e sapatos
Peles de onças pintadas servirão como enfeite de parede e tapetes
a vida a natureza e o universo 
continuam em 
seu 
fluxo 
contínuo

sábado, 17 de dezembro de 2011

A verdade vem a toda com a clareza de mil sóis
A verdade tarda mas não falha arrebentando convicções
Mulheres índias e negras desbancaram você
Sem meias verdades ou palavras
Você caiu do seu altar, perdeu o seu trono
A rainha foi desbancada, está nua
Morte das ideolatrias de deusas e musas
Restam suas falcatruas e cartas na manga
de golpes mal sucedidos e crimes mal feitos
Seus religiosimos de nada adiantaram
ou serviram
Sua falsa moral farisaica apareceu
A noite é para os fortes de espírito
pra aqueles que resistem e
desmascaram com um sopro
sem violência, sem agressões
apenas com a ética dos vencidos e
dos malucos boêmios sinceros

sábado, 10 de dezembro de 2011

Alguns trechos pra conferir de O fracasso do golpe para o bem

Enquanto o meu rebento não vem, espero com esta "gravidez" de ideias e criatividade, o filho que ainda não veio, vamos gerando esta obra, que deu como fruto um romance. A gestação desta criança, assim como será o seu parto, tem sido doloroso, mas vamos em frente, pois já passam de uma centena as páginas.

Segue uma pequena amostra da narrativa, bem em seu início, para os amigos conferirem. Depois coloco mais trechos, para o meio, da narrativa, ela fluiu muito bem, em cerca de um mês que comecei a escrever, foi saindo vomitando, depois os últimos pedaços da memória vão sendo regurgitados, e tudo vai dando certo e se encaixando, da cachola para o texto.

É um romance, e tinha até um título definido, O golpe para o bem,  mas provavelmente será alterado, por conta de alguns acontecimentos, para Golpe fracassado ou o Fracasso do golpe, por enquanto fica "Fracasso do golpe para o Bem", dependendo do desfecho do livro, que está em aberto, ao menos, ou será um daqueles livros sem fim, um FIM sem FIM, como o Jorge Mautner costumava fazer em seus livros.

Só sei que a ficção está boa, e são golpes em golpes, golpes furados e fracassados, poderia ser também o Golpe no golpe fracassado, ainda não é definitivo, estou pensando, e aberto a sugestões.

Enfim, o importante é que o esqueleto já está pronto, já tenho mais de noventa e poucas páginas, só estou nas revisões, e também no acabamento, lembrando se não falta algo, os famosos retoques finais:


"Ela era uma pequenina musa, uma verdadeira criança no tempo, tinha apenas dezoito anos completo, havia toda uma energia e uma vivacidade nos seus olhos, uma vontade vivaz de conhecer o mundo, e a sua história foi envolvendo-o, e ele propôs um desafio, de que se ela era capaz de convencê-lo e conquistá-lo, e naquele momento, ele desafiou sem saber o diabo."
(...)


"Ela deu-lhe um leve e suave toque com os lábios nos seus, o que o instigou bastante, e houve uma pequena declaração sobre o tipo de amor que ali tiveram, e que ela queria ficar sob seu peito e sobre o seu corpo um bocado de tempo, o desafio da conquista foi lançado, e ela disse que não foi tão difícil o primeiro convencimento, e que posteriormente ela diria que naquele dia ele apostara sua cabeça com o diabo, desafiando o demônio como fizera o Fausto."

(...)


"Quando o metrô estava quase pra fechar, ele resolveu entrar na estação, e tomou o trem que seguia para a estação do metrô, e resolveu descer na bota. Uma caminhada à pé até o Largo. Foi quando teve a péssima ideia de adentrar naquele recinto e sentar-se. A noite estava movimentada naquele antro, balões coloridos, brancos, rosas, decoravam aquele lugar. foi recebido pelo caolho de bigodes. Tudo girava, o chão parecia escorregadio, seboso. Ele percebeu de longe a sua amada, que ela estava por lá transitando do outro lado, mas que não se aproximara, e ele ficou ali sentado naquele canto como que de costume. A sua vista já estava demais por turva, e foi quando ele percebeu e notou o vulto de uma loira aproximando-se, cumprimentando-o sentando-se ao seu lado e perguntando algumas coisas, como o seu nome, pedindo um drink, sendo que do resto, pouco lembra. Só quando a sua pequena e doce anjo estava furiosa, rasgou a carta e jogou-a em mil pedacinhos em seu rosto. Lembrança sentida e vivida, através de um lapso de memória forçada quando a loira contou-lhe aquilo, enquanto ela tomava o uísque que ele lhe pagara.


O resto Osleco só lembraria no dia seguinte, andando à pé para sua casa, tentando pular o portão de tão bêbado, o que conseguiu, mas chegou até sua porta e notou que estava sem a chave, com as pernas doídas, e pelo que lhe contaram, que dera trabalho, baile e vexame, querendo pegar um outro carro ao acordar, dizendo que era o seu, quando na verdade era de uma garota, e também ele nem tinha carro, estava a pé. Depois dera falta de sua mochila, que estava com tudo dentro: sumiram celular, chaves, livro, carteira, aliás tudo o que ele tinha. Ele ficara naquela condição, rapelado, descobrindo as coisas, teve que pedir guarita naquela bodega de diversões noturna, e pediu ao dono do bar para tirar um ronco em uma daquelas alcovas, pois não tinha sequer um tostão para pagar nem mesmo uma bala de hortelã.
Acordou atordoado, depois do meio dia a casa funcionando e teve de lembrar-se que estava sem nada, e que demoraria demais para a noite seguinte, e sentiu-se como que largado, um trapo sujo de graxa, e fora tomando pé da situação em que se metera, tudo rodava. Ele perguntou por suas coisas, ele fez um pente fino minucioso por todos os bares que eram caminho de sua casa, e ele foi logo surpreendido por uma mulher lá de trás, amiga de Aibuna, dizendo que não foi ela que pegara suas coisas, mas que devia ser ele que as perdera em qualquer um desses botecos imundos por ai que ele foi passando pela manhã, pois ele era um bebum, o que o escorraçou mais ainda. Era só o que faltava, sentiu-se tratado como um cachorro vira-lata sujo e sarnento, chutado pelas sarjetas, era como ele se encontrava, e até riu da sua própria desgraça com aquele comentário."
(...)

"Tentou colocar a mão e alisar as suas coxas magras e macias, mas foi repelido, e ela disse que queria rever aquilo, e reclamou que ele pagava bebida para outras e nada para ela e que beijara a loira na boca e que ela nunca tinha chorado tanto em um lugar como aquele, e que todo mundo tinha visto aquilo e ficaram estranhando, ficaram espantados com aquilo, todo mundo em silencio, e depois pôs-se a dizer que isso mais cedo ou mais tarde aconteceria, e que ele a magoou muito, o que ele rebateu:

- você também me magoou demais ontem, com as suas atitudes e provas idiotas. O que fizera com o guarda foi bobagem, foi mais pelo que dissera depois.”

(...)

"E assim o velho cachorro pulguento e sarnento Osleco pegou suas tralhas e seguiu seu rumo para casa com mais um chute na bunda, coisa que estava já acostumado, pois sabia muito bem ser um derrotado, para tentar dormir com uma ressaca no corpo que não o permitia fazer isto de modo algum, pois a coisa era mais espiritual do que qualquer outra coisa, e essa ressaca pegava fundo no seu corpo e na alma, as perturbações eram grandes, as tormentas com aquilo que ocorrera, o que o levariam a uma meditação profunda sobre todas aquelas coisas, meio irônico, com aquele riso no canto da boca que tanto irritava Aibuna, pois esse riso tinha um tom que lhe dava o troco, e o riso maroto significava que só os malandros, cafajestes, vigaristas e malvados são amados, porque se santificam, são santos."

sábado, 26 de novembro de 2011

Roleta-Russa

Brincas de roleta russa
treisoitão apontado pra tua cabeça
O tambor da pistola pode estar carregado
O tiro pode sair pela culatra e
Acertar o seu coração
Dizes que ele pulou da barca
Mas fostes tu que o jogaste em alto mar 
Da desolação, ilusão e decepções
A vida não é um vestibular
Com seus testes idiotas e repetitivos
Cansaram a paciência e a boa fé
De um bom coração e alma boa de Setsuan
Extorquindo toda a essência 
Sem compreender que
O Ser é mais do que Ter
Explorando utilitariamente a pessoa
Medindo-a por valore$ 
que não a
Bondade, amizade, amor, respeito, 
justiça e solidariedade
Usando-o como meio para seus propósitos
Comparando-as com o seu pai que a 
mimava
Trocas um verdadeiro 
amor louco e companheiro
Não arrisca, não corre o risco, 
não paga pra ver
Julgas o livro pela capa com 
seus preconceitos
Dizes que o ama, mas não praticas
A prática é o critério para a verdade
A má-fé e o autoengano 
com o próprio coração
As escapadas ensaboadas de quiabo liso
Quando ele a colocava no canto do ringue
Devolvia a faca no seu pescoço
Prensava você contra a parede
Esqueceste do sentido do grande amor sentido
Colocando tudo a perder por vaidade
Seu grande e impertinente orgulho
As máscaras do seu ego da alma
Escondendo sua bondade
Saiu arrastando a sua mala cheia
Nada mais havia pra ser dito
Foste mandada embora, adiou por
mais duzentos anos
Resta a distância,
a baixa autoestima,
o amor-próprio
feridas
e
mágoas
na
alma.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Em recesso do blog pra escrever uma narrativa

Estou estreiando em um novo formato minha nova e primeira narrativa mais extensa. Ela já passou de um conto, já passou das quinze páginas e cinco mil palavras até o momento de três dias de trabalho. Será um romance, uma ficção, uma estória de paixão, de amor, de ciúmes, de crimes, furtos, sexo, drogas e também Crime à la Dostoievski, Goodis, Dashiell Hammet ou Truman Capote acima de tudo, tudo o mais que se pode pensar em termos de carne e de espírito; maior e com mais consistência do que as tentativas e ensaios anteriores, uma estória a das maiores dos últimos tempos que está fluindo e saindo muito bem dos meus dedos para o computador enquanto escuto algumas coisas e releio pela quarta ou quinta vez Tristessa, vou encarar novamente os Subterrâneos e o livro sobre Buda do Jack Kerouac, além de dois da série do Bill Burroughs Junky e  o Naked Lunch o Yage, e claro indiretamente há coisas de Baudelaire, Quincey e outros porque também há drogas, além de muita beberagem de bruxas

Estão separados poemas de o Amor é um cão dos diabos e o Women do Bukowski, também darei uma repassada principalmente neste primeiro, Pergunte ao pó, Espere pela primavera, Bandini, Sonhos de Bunker Hill e a Oeste de Roma, Rumo a LA e 1933 do Fante, só pra dar um refrescada, além da própria vida e da experiência, que é o central e o diferencial nesta narrativa.

Também encaro livros libertinos de sacanagem que são os que mais gosto de Teresa Filósofa, O Sofá de Crebillon Fills, Sade, Boccacio, além do Satiricon de Petrônio que já é livro de cabeceira, junto com Chaucer e alguma coisa das Mil e uma Noites encarei há alguns meses Fanny Hill do Cleland reli já o Restiff de La Breton  Anti-Justine do Marques de Sade, cujos 120 dias tinha terminado há pouco, entre outras obras que li do mestre sádico, entre outras putarias dos Iluministas Mirabeau, Casanova, Diderot, Bienville além de Henry Miller e Anais Nin serem retomados, pois há um lado feminimo em busca do homem sensível, além do São Genet, pois também há muita ladroagem e a arte do furto na história, entre outros só pra descontrair minha mente profana enquanto crio e espero pela História do O e muito mais. Putaria fina, bandidagem,  ladroagem, dirão? Foda-se, eu só quero me divertir um pouco e não sinto culpa por gostar de coisa que pouca gente gosta e conhece, em ambos aspectos.

Depois de ler os livros de Aragon e Breton, Nadja, Amor Louco  encarei também o tratado de Amor Sublime de Peret, baixei para conferir A Arte de Amar de Ovidio e o de Fromm, um tratado do Stendhal, Do Amor entre outros como o Simposium platônico no qual dei uma nova folheada e o que for encontrando só pra dar um rebite no cérebro pra refrescar a memória e ajudar nessa minha nova empreitada. Claro, também regado pela grande experiência de viver, e estou vomitando e regurgitando tudo muito bem saindo com uma trilha sonora muito boa com os poemas de Cohen, muito jazz de Bill Evans, Miles Davis Thelonious Monk com John Coltrane o velho Charlie Bird Parker a deusa Billie Holliday e muito, mas muito rock.

Não estranhem minha ausência no blog pois com tudo isso estou fechado para balanço, lançarei um poema ou outro aqui porque esta é minha forma predileta e de certa forma tem auxiliado também na empreitada da ficção de um modo cronológico mas esta produção tem tomado algumas de minhas horas diárias sendo assim, prossigamos.

sábado, 12 de novembro de 2011

"Quando então se encontra com aquele mesmo que é a sua própria metade então são extraordinárias as emoções que sentem, de amizade, intimidade e amor a ponto de não quererem separar-se um do outro nem por um pequeno momento" (...)" Se o Amor é carente do que é Belo e o que é Bom é Belo então do que é bom seria ele carente"(...) E por ser o Amor filho de recurso e de Pobreza foi esta a condição em que ele ficou" (...)" O Amor é filósofo, está entre o sábio e o ignorante"

"Aquele pois que até esse ponto tiver sido orientado para as coisas do amor contemplando seguida e corretamente o que é belo já chegando ao ápice dos graus do amor súbito perceberá algo de maravilhosamente belo em sua natureza" (...) Se algum dia o vires (belo) não é como ouro ou roupa ou belos adolescentes" (...) Que aconteceria se a alguém ocorresse contemplar o próprio belo, nítido, puro, simples e não repleto de carnes humanas, cores e ninharias mortais (...) mas o próprio e divino Belo?"

PLATÃO, Simposium






O coração sangra pelos olhos

As lágrimas vem da chaga aberta no peito

Desilusão, espera e autoengano

Nunca queira aproximar-se demais

Não prove do gosto do amor

Não se entregue ou se apaixone

Não vá fundo demais

Não se lance de cabeça num precipício

Não se aprofunde em demasia

em uma paixão ou amor louco

Pode custar a sua própria vida

Ou quem sabe a dela?

Fantasma filosofa

Sua Razão natural

Espírito de meretrício

Pode te esquecer ou

coloca tudo a perder?

O destino quis que o

reencontro fosse assim

Bela, tentadora, dominante

Ousada, perigosa, bandida

marginal, ainda que seja linda

Um filósofo-poeta embriagado

mais para um mago falido na sarjeta

Com um amor imenso e inocente para dar 

bonito, por que é gratuito

e ingênuo

Só precisa da sua atenção e carinho

Infeliz daquele que amou uma vez,

apenas uma vez sentiu aquela queimação

uma embriaguês que doi o coração

Havia o medo de perder aquele fogo

Aquela delícia gostosa de uma paixão romântica

adolescente, inicial

Tudo foi se clareando

fazendo sentido

As coisas não precisam

Ser dolorosas ou custosas

As intuições levaram a uma certeza

e convicções

De um amor secular e transcendental

Forte e racionalizado uma ascese

Ao Belo e Sublime Amor Louco platônico

A felicidade do reencontro

o apego

a conversa ou a 

mera 

visão

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Ela é um fantasma que

habita seus sonhos azuis negros úmidos e loucos

Faz acordar suado na madrugada - um farol no horizonte marinho

ou Dormir muito cedo

É um jogo de gato e rato

Ela esconde-se com seus namorados e dezenas de amantes

Ele está com sua amada perpétua

Querendo-se e distanciando-se

Adiam cada vez mais o amor e a emoção

Você está vodcado com limões

Ela parece como groselha em sonhos

Explora e suga toda a sua essência

Uma sanguessuga bocuda cheia de dentes

Gastando a sua paciência

Ao esperar pelos seus beijos de Artemis

Beijos da morte absínticos de artemísia

domingo, 16 de outubro de 2011

Una estadia en Buenos Aires


Era mais que necessária uma escapada do Brasil. Um final de semana desses que fecham uma semana morta e embrulhada, foi uma boa pedida um achado daqueles por uma merreca. Ainda que uma forte presença de uma mulher em espírito   fizesse contatos telepáticos comigo. Quando as coisas ficam de rosca e não há nenhuma promessa e as coisas ficam enroladas, o melhor é dar o fora mesmo e curtir, pois a vida é curta e passa rápido demais.

O paradeiro dessa vez era fora do pais foi um 
achado muito bom e barato pra quatro dias sem frescura sai do mapa. Da argentina eu conhecia Mariana, uma menina mui bela bonita charmosa Era a  morena mais bonita do pedaço minha namoradinha da rua que me dava uns beijos e dividia sua atenção para com minha pessoa generosamente quando aos meus dez anos eu dividia o eu coração entre ela e outras brincadeiras de molecada na rua.



Na primeira noite de chegada, após uma breve passada por Montevideo, chegamos, eu e minha nega-índia potiguar querida, em Buenos Aires. Tivemos uma ótima impressão ao pousarmos ao lado do rio, placas e propagandas, estamos em plena campanha eleitoral, um transito intenso no sentido contrário para nossa sorte, escapulimos pela autopista. Arrisquei algumas palabras logo de saída, consegui ser compreendido pelo motorista.  Ele nos levou até o Centro de Buenos Aires, adentrando pela nove de julho, data da independencia politica da Argentina, um pouco antes do obelisco, chegando à rua Paraguay. Esta rua será o charme da coisa, nossa estadia, próxima de restaurantes, um cheiro de pizza na pedra, em frente Parillas, entre outros charmes da rua, como 25h, locais que possuem cabines telefonicas que voce liga pra qualquer canto do mundo. tudo embaixo ou atras de nossa estadia muito perto. O peso te dá uma falsa ilusão ele estava metade do Real, mas as coisas são um bocado caras lá. Caminhando pelas avenidas córdoba e corrientes, cheias de livros e teatros, voce escuta saxofonistas solando inspirados na frente de restaurantes enquanto os transeuntes batem palma muy ritmadamente.

A fome apertava e nessas condições, encontramos um lugar muito bom na rua Córdoba, serviram uma baita de um filezão a parmegiana que daria tranquilo para quatro gorilas, com papas fritas, que mandamos ver, acompanhado por um bom vinho da casa barato, uma garrafa foi pouco daquele velho vinho vagabundo da casa. Prosseguimos na noite rumo ao Palermo, bairro um tanto afastado do Centro. o pessoal recebe bem neste local que voltariamos apos sermos passados pra tras na frente da nossa pousada

Por lá curtimos um bar que tocava vários rocks, blues, cerveja em litrão, demos uma boa caminhada, é uma praça central, o lugar é cheio de livrarias, lojas de discos que tem vinil, e o melhor é que funcionam a noite. E o rock nos segue, e buenos aires respira rock, tanto que clapton e os caras do deep purlpe tocaram o dobro do que em são paulo por exemplo e ainda estes ultimos passaram por várias cidades próximas. ainda rolou um festival de jazz em um teatro. não pude conferir poca grana, mas só para ter uma dimensão da coisa como respiram música, literatura, borges, cortázar entre outros, que se encontram ao lado de qualquer bugiganga artesanato no meio da rua.
A melhor surpresa foi toparmos em um caminho pelo ônibus com um preparo de uma festa popular andina. uma caminhada nos trouxe a surpresa como se fosse algo mágico e supresa, várias crianças todas vestidas de roupas coloridas, um monstro peludo, homens vestidos de borboletas, mulheres  coloridas, índios, bolivianos, peruanos, argentinos, chilenos, todos incas andinos em um carnaval surreal da américa latina com um som de tubas e uma bateria ensurdecedoras mulheres dançavam, a cidade banhada por estátuas de san marti e simon bolivar imagens de guevara e das mães da plaza de maio e dos combatentes da guerra das malvinas.

Tudo regado a um jazz no meio da rua, um pequeno quarteto castigando seus instrumentos contrabaixos caixa saxofone guitarra. cheio de artesanatos e feiras que cortam uma extensão colorida de uma praça em san telmo até a praça de maio e continua na rua florida com o camelo no meio da rua.
há muito rock, mesmo nas músicas que são executadas em ritmo andino, seja toto beatles simon e garfunkel entre outros..
Na passeada pelo centro, na praza de mayo, em frente a catedral, ao palácio rosado, encontramos moradores de rua, mendigos e pedintes, mas em uma proporção menor que a de São Paulo, e não vemos a concentração de casqueiros nóias como estão no centro ao lado de casa.

Há bairros como os europeus, era a aristocracia que ali vivia, mesclada com o peronismo populista, que está enterrado em cemitérios nobres que são esculturas a céu aberto. Eu penso e lembro do conde isidore ducasse lautreamont, aquele o conde bilingue uruguaio que sabia frances e espanhol, deve ter dado seus pulos por aqui nos pampas gauchos.



De um lado a outro, do norte a sul, cortamos pelos onibus, os onibus são muito interessantes em buenos aires, tem janelas para propiciar a flanerie, nele vemos o monumento ao mortos nas guerras das malvinas em 1978, e um presente de grego dos britanicos invasores que hoje so permitem o povo entrar com passaporte. fizemos um bom passeio de onibus noturno até la boca. fomos alertados pelo motorista paraguaio, o ultimo aviso após tantos, que o lugar era perigosíssimo, barra pesada, mas mesmo assim andamos pelo wild side de buenos aires, o porto.

Fomos em la boca, lugar mágico em que décadas atrás marinheiros, estrageiros migrantes fizeram aquele bairro proletário e lumpemproletário o nascimento do tango dança dos homens dos marujos marinheiros com as prostitutas bairro do boca que tem em sua abertura carlos gardel evita peron e o deus negro dieguito maradona para o mundo. Avisaram-me para ficar esperto com o encanto das dançarinas de tango, elas são provocantes, não tanto como deviam ser antes, como as putas do bairro nas casas de bordel. hoje custa os olhos da cara ver um troço desses, pois nem tem graça, por isso contentei-me com o que foi oferecido nas praças e na frente desses bares de tango. o tango é a nostalgia da terra, dos estrangeiros, numa terra estranha  agora é tudo colorido nel camenito.


o rango é forte, mandei muitas chuletonas que chamam de bife de chorizo, que é nosso contra-filé, mas muito suculentos e regados, uma a porçao grande para dois mata nossa fome, cervezas e linguiças pacharros acompanhados de cantos. a noite é uma maravilha, arriscando-se a flanar pelo centro até o porto, lugar barra pesada, tivemos o toque do motorista, que nos deixou no lugar certo, passamos pelo caminito, antigo cortição da cidade, hoje ponto turístico muito colorido.


as noites são bárbaras em uma rotiserie, uma garrafona de vinho pra nos acompanhar, empanadas e ótima música. yo me dei muy bien com meu portanhol improvisado, consigo conversar bien com los indios, con todos, nas lojas e bares que passamos.e aquele ventinho frio gostoso que dá um sono, em bares sobre nossa estadia, bares de piratas que nos enrolam com as cervejas e tocam pop rock dos anos 1980 com chicas bonitas e trebados que batem a cara na porta ou rotisserias com cognacs piscos tequillas e tudo o que voce pode pensar.


quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O gato sofre e derrete-se em mil lágrimas

São lágrimas de amor derretidas e vertidas

Por nosso amor que parece mais com um crime

Esperar tanto e sofrer e padecer

Não sou uma conta bancária

sofro na carne a dor

tenho sentimentos

ao mesmo tempo flutuamos

sonhando acordado

dançando sozinho

na rua ou na estação

à espera do metrô

a maior alegria do mundo

o rebento de carne

nato e neto

amor  de mulher da minha vida

grande paixão

mudou os conceitos e a própria vida

Palavras não descrevem

nem gestos e ditos e feitos

são tão grandes para descrever

o imenso amor

sentido

Cenas do Parque da Luz





Jacas ouriços caem circulando
   Folhas de alface e búzios gigantes na grama
Mordem dentes de leão sangrando no alto de árvores
O brilho de olhos de Jaboticaba no carro de mão
o cachorro mija uma rajada quente e fogosa de gonorréia
Enquanto passo pelo esqueleto do peixe dissolvido no jardim
Bem-te-vis canto de prata e 
maritacas vozes de castanholas




sexta-feira, 7 de outubro de 2011
















Sete horas da noite saio flutuando como um condor desesperado pelas esquinas enquanto passo pela a fonte dos  desejos tropeiros de séculos Musas e mousikés a estátua de Carlos Gomes sob o magnífico Theatro Municipal andando nas ruas do centro cruzando o viaduto do Chá e Ladeira da Memória entro em fins da Libero Badaró e trombo com o vulto romântico e assombroso de Álvares de Azevedo na Faculdade de Direito trocando beijos eternos parnasianos com musas e pãs flautistas e Camões cego e caolho me espreita sob Mário de Andrade, a Música de Chopin, Goethe, e Cervantes quando passo pela Dom José Gaspar Dante me oberva passando de soslaio  Queria ser uma tartaruga ou o espírito de uma carpa para flutuar em águas e dissolver-me completamente na Praça da República dos meus sonhos, flanando pela Ipiranga Rio Branco em meio a junks decadentes nóias casqueiros ratazanas e putas desalmadas rumo à Júlio Prestes musical.


domingo, 2 de outubro de 2011




Andando pela Avenida Rio Branco passo em frente uma  Igreja pentecostal na qual a missa é rezada em africano pelos nigerianos. A estátua opressiva de Duque de Caxias continua a oprimir os paraguaios e bolivianos que trabalham na tecelagem ou são camelôs muambeiros da Santa Ifigênia. Cheio de salas de peep show e  strip antigos cinemas que se tornaram cines pornôs e igrejas pentecostais enquanto os coreanos conversam entre si e um camarada conta sobre um nóia que foi espancado na frente da delegacia por ficar gritando. Na Argentina as coisas não são assim disse o senhor. No largo General Osório vemos os traços da Estação Sorocabana onde antes ligava a rodoviária, o monumento ao ferroviário Alfredo Maia guardando os nóias e junkies com seu porrete, equanto os sacis pererês pipam crack no meio da rua em plena luz do dia e a qualquer hora como o grafite na parede da rua da estação. Encontro no chão um livro aberto da vida de Santo Agostinho, aberto no capítulo as Férias em Tagaste das suas luxúrias e vida pecaminosa no caminho ao Largo do Sagrado Coração de Jesus, que me diz "toma e lê "nos Campos Elísios. Entro na praça do Monumento a Dom José de Barros no largo do Sagrado coração e assisto um pedaço da missa entre diversos Cristos. Na volta o livro de Santo Agostinho não está mais lá. aberto no chão restou apenas a capa. As ruas fedem a mijo merdas fossilizadas cheias de moscas vômito e desinfetante misturado com as quentinhas dos casqueiros e suas casas improvisadas muito lixo rango camisinhas tudo misturado com trapos velhos criando uma imagem dantesca do inferno. Vou para o trecho da estação Sorocabana Júlio Prestes ouvir a música de JS Bach Brukner um órgão de catedral medieval incensado por perfume das musas. Volto pelo Largo General Osório e vejo uma inscrição em uma casa 15 de Novembro de 1890 e a Ponte da Santa Ifigênia, sua Paróquia neoromânica e a Mãe Preta  de tetas grandes que nos alimentam a todos florida da Igreja do Paissandú.


O culpado de tudo





Nove e pouco da noite. Tomo um drink no inferno acompanhado de uma pomba gira filha de Iansã. Ela expõe seus dotes sobre uma mesa de bilhar. Ela tem talento na lábia, e fala que quer trepar. Me despeço pois minha cabeça está mas na lua de queijo minas alvo como leite novo. Ela é a  minha metade meu outro eu o andrógeno que éramos mutilado e disperso agora reencontrado através do desejo. Sinto até o seu odor e o perfume do seu sexo como no mito narrado por Aristófanes no Banquete à Eros platônico. Eu trombo andando balançando na rua com os nigerianos trançando suas gírias e rezando na sua língua em uma Igreja pentecostal africana os coreanos conversando e os bolivianos paraguaios da Rua Guaianases toda cheia do lixo de suas comilanças e orgias massacrados pelo Duque de Caxias gigante e imponente da Praça Princesa Isabel. O sinal está fechado para os casqueiros que se reúnem como bandos de ratos na Rua do Boticário acendendo seus cachimbos de improviso em canetas e outros tubos metálicos. A Praça Júlio Mesquita Filho tem uma Fonte Monumental marmórea com intervenções urbanas de pichações e descasos monumentais com os querubins endemoniados de Win Wenders. Vejo a estátua nuas de uma índia após o banho, com suas xavasca ao léu e peitos apontados para o céu Brecheretiano. Um Césareano Augusto imponente guarda nietzscheanamente o Largo do Arouche transvalorado de seus valores, seguido por um bezerro e a menina Enquanto Mercúrio descansa solenemente sobre o capim republicano e fico triste com as notícias da Mãe de santo Miriam e seus orixás que me deram sobre minha vida. Eu sou como as tartarugas ao sol dos laguinhos da República que ficam totalmente sem apensando bovinamente.


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