sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Cenas da apresentação de um dos Yardbirds em solo tupiniquim

Confira "Plan B", abertura da apresentação do Jeff Beck ontem 25/11/2010 no Via Funchal:
http://estadao.br.msn.com/video/default.aspx?cp-documentid=3467ee8a-0da5-49cd-b6af-c30936340fa8


Era uma quinta-feira, eu sai do trampo, tinha um curso para terminar, a última aula, que acabei matando, pelo fato de ter muito trampo acumulado, algumas coisas, cadernos, para ler em casa. Sendo assim, caiu um toró, um verdadeiro pé d´água, e nem consegui chegar no curso, fui para casa mesmo, pregado.
Depois de tudo feito, já era tarde, eu me preparei para assistir a presentação de um dos caras que faltava ver que passaram pela escola britânica do blues, o The Yardbirds. Já havia conferido o Jimmy Page em Janeiro 1996 e o Eric Clapton em 2001, e garanto que foi bom pacas. 
Agora era a expectativa de ver um dos melhores caras na guitarra, que curto desde a primeira bolachona que ouvi do cara, o Truth ( que infelizmente não teve nenhuma música executada neste show), com Ron Wood nos baixos (aquele mesmo dos Rolling stones) e o senhor Rod Stewart arregaçando com sua voz rouca Shapes of things, You Shook Me e outras coisas de baladeiros vagabundos  como I ain´t supersticious, e Let me Love You que piraram minha cabeça naquela época e quase furei de tanto ouvir.
Pois eis que ele abriu com Plan B, do disco Jeff, de 2003, que tem um riff inesquecível. A seguir,  tocou um cover do Billy cobham, Stratus. A espera da noite era pela fase mais fusion, jazz rock do cara, do discaço Wired, a Led Boots.  Na sequência mandou ver sem palheta como é de costume, dois sons novos do disco que promove (Emmotion e Commotion), Corpus Christ Carol e Hammerhead, entre outras mais pra frente, como Over the Rainbow (aquela música do Mágico de Oz que abria também os shows do Rainbow) e que pude escutar antes da apresentação graças a estas facilidades de hoje em dia. 
Fez falta pra caramba uma voz, principalmente deu um puta vazio não escutar a voz do Rod Stewart no hit de fm People Get Ready.  Um dos pontos altos foi a baixista, que mandou um puta solo, e cantou pra caramba num blues do senhor Muddy Watters do Mississipi, "Rollin´and Tumblin", além da versão instrumental para A day in the life, dos Sargent Peppers, um cover do Savoy Brown e outro do Les Paul, que ele tocou com a própria. Foi uma apresentação um tanto fria, mais técnica, ou era eu que estava me preparando pra agulhas dos exames na manhã seguinte, mas o fato é que estava bem vazio o lugar, mas eu fui com chuva e tudo.

domingo, 21 de novembro de 2010

Lou Reed ou como um raio pode cair duas vezes no mesmo lugar

Sabe cumé, não é? Tava em casa coçando o saco, domingão calorento, relendo as confissões de Thomas de Quincey e me divertindo com a frase em que ele diz que o homem sóbrio mascara, dissimula e disfarça muito mais do que com o álcool ou o ópio, no seu caso: e é quando estão bêbados que se colocam de acordo com a verdadeira complexidade de seus caráteres, o que certamente não é o mesmo que se disfarçar.
Eis que eu escutava os rojões e a torcida do curingão gritando provavelmente pelo gol enquanto eu saia aqui de casa pra tentar encarar mais uma apresentação, desta vez do Lou Reed, o poeta da barra pesada novaiorquina com suas putas travecos e michês e junkies que faria uma visita aqui ao lado de casa, no Sesc.
Já fui sabendo que quebraria a cara, uma vez que desde o primeiro dia os ingressos estavam esgotados. Mas depois que li os comentários na net sobre a apresentação de ontem, que quase dez por cento da platéia não digeriu o Metal Machine Trio esganando seus instrumentos e computadores com microfonias, cacofonias e coisas do gênero, pensei comigo por que não arriscar?" o máximo que ocorrerá será eu levar uma bica, não tenho nada a perder. Sendo assim, peguei o beco nesta tarde ensolarada, rumo ao Sesc de Pinheiros, que fica a algumas quadras aqui de casa.
Chegando lá, fui perguntar na bilheteria se não havia sobra de ingressos. Vi  o aviso, falei que sabia que tinha esgotado, mas arrisquei perguntar. Eis que a moça que lá trabalhava deu um ingresso cortesia para eu entrar!!! Não acreditei, não paguei nada. O rock abençoa mesmo e gratifica quem nele acredita. Chegando lá os sons de sintetizador já estavam funcionando continuamente. Havia um gongo e um surdão imenso no fundo, um cara surrava o gongo, até Lou Reed entrar. Lembrei de tudo o que tinha visto sobre este cara, sobre Andy Warhol e o encontro com Morrison em Heroin, ou daquela bolacha do Mott de Hoople  que eu tenho e rola "Sweet Jane", no mesmo disco com o David Bowie, foi fazendo uma volta no tempo na minha cabeça, ouvindo aquele atonalismo que fazia algumas pessoas do público sairem aos poucos. 
O lance não é entender, mas é sentir a parada, um saxofone com pedais, metálicos, fazendo arregaços, em momentos próximos da caixa, microfonia, Lou Reed arregaçando sua guitarra, que era trocada diversas vezes. Aquela música metalizada, cacofônica, vai fazendo você pirar sua cabeça e todos os diabos e fantasmas saem do seu corpo para dar um rolê por ali. É pra colocar pra fora e você ver o quanto você suporta.
Não existe descrições ou adjetivações para aquela música, apenas improviso com a barulheira, uma doideira pirada mesmo metálica, o fim dos tempos, um apocalipse sonoro, tudo sem sentido, niilismo e destruição, música decadente, como o próprio tempo soa ainda trinta e cinco anos depois. Você só consegue compreender com a alma. Soa o gongo e o saxofonista surra o tamborzão anunciando o fim da Metal machine music. Lou ainda é carismático e volta para tocar I´ll be your mirror, do Velvet, e dá as mãos para o público, despedindo-se. O rock beatifica aqueles que seguem acreditando nele, e de vez em quando faz uns milagres, como um raio cair duas vezes no mesmo lugar.



O rock caipira da metade que sobrou do Creedence





Ontem eu e minha querida Cleia fomos conferir o Creedence Clearwater Revisited. Sabíamos que eram metade dos caras originais, o Stu Cok (baixo) e o Doug "Cosmo" clifford na batera, mais Elliot Easton (guitarra), Steve Gunner (guitarra, teclado) e John Tristao (voz, guitarra). Os irmãos Forgerty não toparam e racharam o grupo, embora John Fogerty ainda toque sons do Creedence e esteve usando o nome aqui no Brasil anos atrás. De um jeito ou de outro, o Creedence é sempre uma boa pedida, sempre empolga, pois eles mandam um rockão  básico, com as pitadas de um bons cantos de lamento negro, blues, soul e a dança country, É um pleonasmo dizer que mandam um rockão sulista, pois o rock tem suas origens no sul dos EU, com o Blues, com o Jazz, o Gospel e o Soul, junto com o Country do texas.
Chegamos lá na porta em cima da hora, estava vazio, pois apresentação já havia começado. Como sou um bom negociador e ainda tive a sorte de encontrar um cara no desespero (porque alguém que ele esperava não  chegava ou ficou doente), consegui fazê-lo vender o ingresso pela metade do preço, de modo que entramos ambos pela metade do preço. Já tinhamos perdido oito músicas, por conta do nosso atraso. Chegamos Stu Cook anunciava "Long as I can see the light", anunciando que aquela era um música para as garotas. Entre as que eu mais esperava, perdi Born on the Bayou, Suzie Q Hey Tonight e Green river, entre outras, no total sete ou oito. Tomamos duas brejas de lata cujo preço estava os óio da cara, valeu a pena.
Estava bem curioso, pois havia muitos cabeça brancas por lá, alguns até levaram a família inteira, molecada mesmo, e também alguns que estavam ali só farfã aquecendo pra baladinha na vila olimpia. O importante é que deu até para filmar uns trechos, fotos etc. Valeu por ver I heard it to the grapevine ao vivo, Midnight Special, Proud Mary e Travellin Band, tocadas pela metade restante do Creedence e o rock que é o que ainda faz sentido pra continuar tocando em frente.


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