sábado, 20 de fevereiro de 2010

Lua de moqueca capixaba


Pudera eu vê-la e dançar contigo até o fim do Amor
Roçar em tuas coxas grossas macias e braços fortes
Quem me dera beijar tua boca carnuda, rubra
sua carne de moqueca capixaba
Tocar o seu pescoço com o colar
Sentir o afago dos cabelos de sereia do mar
longos e negros, uma noite estrelada
Ouvir sua voz melíflua, La voce della luna
soprando o som de mil flautas
Olhar para teu rosto, cheio de lascívia e inocência
ver seu sorriso inteligente, tua conversa agradável
teus olhos de mel de jataí
cheios de um brilho único, vital
enfeitiçante, incendiante
arrebata o coração aventureiro, vagabundo
Tu és lua, morena lunar, Lunara, Lunática

Final do filme "A voz da lua", o último de Federico Fellini

És Cabíria em noites espirituosas
Como foi Giullieta Masini para Fellini
Felina, la belle de jour, Joan of arc
A lua-na-ra para minha pessoa
Sua voz surreal
Sopra em noites quentes de verão
Tão cálidas quanto o seu colo
Brilha um pingente prateado
realça o teu pescoço uma gargantilha
Minha garganta aperta
Engulo a seco a angústia como um Dreher
Ao olhar para o fogo vital e fátuo que chispa
Teus olhos negros, pintados como os de uma bacante,
Deusa grega, ouço tua risada gostosa e sabida
Toco seu ventre de carne macia, tesuda
Teu umbigo libidinoso,
gozoso

*

Louvo o teu corpo como que em uma oração
Ele deve ser manejado como um instrumento musical
muito bem tocado, para que exeça sua raison d´être
Tuas formas de Vênus de Milus
teus peitos com bicos duros, tua pele de bunda formosa e macia
Peço que me dês tua boca carnuda e o beijo que incendeia
nossas almas se encontram por meio de línguas de víboras

Dance Me to the End of Love, Leonard Cohen

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Uma vida muito intensa, ainda que curta



Dias atrás eu sempre reparava numa revista Superinteressante (publicação pertencente ao grupo dos Civita, argh), que deveria ser a edição de Fevereiro deste ano, exposta em uma banca em frente ao apê do Fernando, numa travessa da Augusta. Na capa, havia um guri, e os dizeres me informavam que daqui a cinquenta anos, será possível que ele tenha a saúde que queira, e mesmo até que por meio de drogas, possa viver para sempre. Quem quer viver para sempre? era a pergunta e a música do Queen, trilha sonora do filme Highlander. É cedo para pensar ainda, não vi a coisa posta em prática ainda, mas será que conseguiria ser um antediluviano, um matusalém, um vampiro ou algo do tipo que possui vida eterna? Será que conseguiria viver e ver séculos passar sem ter o descanso eterno para um sossego de vez com as coisas?

Ser livre mesmo é estar morto, diria o Drummond, porque ai teria sossego, não me meteria em nenhuma confusão, não teria que fazer nenhuma escolha mais. Será que aguentaria viver tanto assim?
Fiquei matutando sobre estas coisas enquanto cravava os meus trinta e três, a idade de Cristo quando morreu, segundo dizem. E estava bem, passando por mais um terço de uma década, cada vez melhor, e estarei melhor ainda aos quarenta com mais experiência ainda, mandando ver, como nestes bluesões e rockões que mandamos ver, muita cerva, pinga, absinto, uísque, cercado de amigos que conheço há quase vinte anos, num calor escaldante do interior paulista, curtindo um piscina que tinha lá para refrescar o calor de uma estufa, mandando ver um som ou escutando Carlos Careqa, Tom Waits, Uriah Heep, Leonard Cohen e um tanto mais de coisas boas. E pensei como a vida é intensa, ainda que curta.

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