Roçar em tuas coxas grossas macias e braços fortes
Quem me dera beijar tua boca carnuda, rubra
sua carne de moqueca capixaba
Tocar o seu pescoço com o colar
Sentir o afago dos cabelos de sereia do mar
longos e negros, uma noite estrelada
Ouvir sua voz melíflua, La voce della luna
soprando o som de mil flautas
Olhar para teu rosto, cheio de lascívia e inocência
ver seu sorriso inteligente, tua conversa agradável
teus olhos de mel de jataí
cheios de um brilho único, vital
enfeitiçante, incendiante
arrebata o coração aventureiro, vagabundo
Tu és lua, morena lunar, Lunara, Lunática
Final do filme "A voz da lua", o último de Federico Fellini
Dance Me to the End of Love, Leonard Cohen
És Cabíria em noites espirituosas
Como foi Giullieta Masini para Fellini
Felina, la belle de jour, Joan of arc
A lua-na-ra para minha pessoa
Sua voz surreal
Sopra em noites quentes de verão
Tão cálidas quanto o seu colo
Brilha um pingente prateado
realça o teu pescoço uma gargantilha
Minha garganta aperta
Engulo a seco a angústia como um Dreher
Ao olhar para o fogo vital e fátuo que chispa
Teus olhos negros, pintados como os de uma bacante,
Deusa grega, ouço tua risada gostosa e sabida
Toco seu ventre de carne macia, tesuda
Teu umbigo libidinoso,
gozoso
*
Louvo o teu corpo como que em uma oração
Ele deve ser manejado como um instrumento musical
muito bem tocado, para que exeça sua raison d´être
Tuas formas de Vênus de Milus
teus peitos com bicos duros, tua pele de bunda formosa e macia
Peço que me dês tua boca carnuda e o beijo que incendeia
nossas almas se encontram por meio de línguas de víboras