Hoje conferi pela terceira vez o filme "Le Mêpris", do cineasta e diretor Jean Luc-Godard. Nem de longe é o melhor, e o mais experimental, ou o que o diadoaquatro se pode dizer do que ele já fez com a linguagem cinematográfica, em tantos filmes, como Acossado, a Chinesa, Nouvelle Vague, Nossa Música, JLG, entre tantos outros.
Trata-se da adaptação do romance homônimo do italiano de Alberto Moravia, autor também de os Indiferentes, casado com Elsa Morante, e que a deixa pelo cineasta Luchino Visconti, que
Na verdade, é bem chatinho mesmo, vale bastante a pena pelas cenas com a Brigitte Bardot do modo como ela veio ao mundo, perguntando ao marido, Paul Javal, se ele amava cada parte do seu corpo. Aliás tem outras coisas interessantes, o enredo é bem simples, o marido de Bardot no filme é convidado por um produtor para escrever o roteiro para o filme da Odisséia, de Homero, que será filmado na Ilha de Capri por um alemão, nada mais nada menos do que Fritz Lang, de Metropolis, M, entre outros filmes.
Enfim, acaba por se tornar metalinguístico, um filme sobre como fazer um filme, toda discussão sobre a produção no cinema, a interpretação, a versão, sobre um livro da antiguidade grega, e os problemas que isso traz: como realizar um filme sobre o mundo homérico no início dos anos 1960.
Toda a tensão se dá entre as pressões comerciais deste roteirista, que prefere dedicar-se ao teatro, ao invés do cinema, mas se vê obrigado pelas pressões, pela mulher, necessidade de comprar apartamento entre outras coisas.
Acaba se tornando monótono em um bocado de momentos, em que "discutem relação", se o marido, Paul, a usava e a colocou na cama do Produtor, e há uma sutil analogia ou mesmo um questionamento sobre a fidelidade ou infidelidade de Ulisses e Penélope, sobre os motivos que o levaram a guerra de Tróia, se ele o amava, se ela o amava e se o traia, entre outras alusões, e principalmente, sobre o desprezo, o momento em que um casamento se acaba, o asco e a ruptura, com o consequente desenlace trágico do filme.
Enfim, veio bem à ocasião, lembrei dele após escrever o Desprezo, e fui rever a minha fita de video K7.