sexta-feira, 5 de junho de 2009

Provando o Banquete do "Cozinheiro" e o Taste

Saboreie On the boards

Por falar de boas bandas, estava cá eu agorinha escutando uns sons muito massa: primeiro o Euclid, um CD que ganhei de um camarada antigo de Gera, o Marcão, que o deixou lá e o Gera me presenteou. Por surpresa, rola aquele som cantado pelo Steve Winwood (ex-Traffic e Blind Faith com o Baker e o Clapton), "Gimme Some Loving", lá pelos idos de 1960. Tava curtindo também mais dois hardões, o Totty, ótima banda e o Baumstaum, outra banda alemã,todos do cd do mesmo naipe.
Mas o que me agradou nesta tarde mesmo foi escutar o "On the Boards", CD muito bem trampado, o segundo do Taste. O Taste é uma banda irlandesa (outra boa pedida, que tocam gaita de fole até, é o Nazareth), mais precisamente um trio dos inícios dos 1970, integrada pelo Rory Gallagher, excelente quitarrista, que traz as influências em seus discos. O disco abre bem, com a "What´s Going On". Tem momentos como a "Railway and Gun", puro blues da Irlanda. Lá para "Morning Sun" tem um baita solo imenso, que traz também o lado do Jazz, que exploram muito na faixa título.
Falando do Taste, lembrei-me de culinária, da arte culinária e da sétima arte o cinema. Um dos melhores filmes já vistos pela minha pessoa foi o "Cozinheiro, O ladrão, sua esposa e o amante", de 1989, do diretor e também pintor (dai sua obssesão pelas cores), Peter Greenaway. O filme traz claras alusões à filosofia (O banquete de Platão), À Pintura (veja os ambientes do filme e as cores), à Política linha dura da Dama de Ferro na Inglaterra, também à Música (Música de Câmara, canto lírico do anão Pup), entre outras trocentas coisas ,como vida, morte, sexo, violência etc.
A trama toda roda principalmente em torno dos 4 personagens: Albert Spica, o Ladrão, Georgnia, a esposa; Richard, o cozinheiro; e Michael o amante bibliotecário.
Começa com o massacre do linha Dura, o Ladrão, que passa merda na cara de um homem. À alusão à comida começa por ai.
Em síntese, o filme se passa no Restaurante La Hollandaise, em um periodo de uma semana. O Ladrão e sua esposa frequentam o restaurante de Richard, mestre cuca, que acoberta o adultério de Georgina, a esposa do Ladrão Spica, nas dependências do restaurante (banheiro, cozinha, em todo canto - parece até filme de foda mesmo rs).
O Ladrão, insensível, bruto e violento, como Napoleão, Hitler ou Mussolini, agride a tudo e a todos, a mulher com um garfo, o menino anjo barroco Pup, representando o capitalista ou novo rico que posa ter grana, mas não tem cultura nenhuma - o fascista.
Por fim, o Ladrão descobre e inicia a perseguição de Richard e Georgine, que fogem, acobertadas pelo cozinheiro. Mas O ladrão o mata sufocado, fazendo-o engolir os seus instrumentos de trabalho: páginas dos livros da biblioteca, especialmente os que ele mais gostava, sobre a História da Revolução Francesa. Sendo assim, Georgina prepara sua vingança: pede ao cozinheiro Richard que cozinhe seu amante Michael, e o serve em um banquete antropofágico ao proprio ex-marido, o ladrão Albert Spica, com uma arma na sua cabeça. Puro canibalismo, sob a influencia da pintura, uma música frenética, é de tirar o chapéu!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Ao Buk



Sempre curti mucho os contos e romances do Buk, "Numa fria", "notas do velho safado", "O capitão", "Misto quente", "Mulheres", "Cartas na Rua" e todos mais que tive acesso e pude ler. Curti mais ainda quando li seus poemas, os 25 melhores, numa edição bilingue de uma cara que traduziu o "Inferno" (!) do Dante na mesma época que encontrei num sebo há uns três meis atrás (foi mineirim com propósito).

E também gostei dos filmes que fizeram sobre ele, o Mickey Rourke no Barfly, Condenados pelo vício, muito engraçado o jeito de andar, tirando sarro do garçom boiola, O menos parecido com o Buk foi o filme do italiano do Marco Ferreri sobre o Crônica de um Amor Louco, muito sentimental o Buk, no entanto, mais parecido no momento em que segue a baranga loira até a casa dela. Curto o cara mesmo. Ele não se parece em nada com pseudo-escritores que conheci na minha tenra idade, que davam ares ou faziam poses, ou ainda queriam me ensinar algo ou testar se conhecia a Cora Coralina (justo ela...). Porque o Buk nunca quis se passar por escritor, sua diferença é esta, e fazia diversos bicos trampos e subempregos para poder levar adiante o seu grande amor por escrever. Como Chinaski em Factotum ou Faz tudo: o homem que tinha diversos empregos, que também foi para as telonas.

O Buk é um cara que sabe fazer as coisas com estilo. Um homem é o seu estilo. Ele é um filósofo do boteco, tem passagens que são a filosofia mais alta sobre coisas comuns. É um cara que fala mais de coisas comuns, da birita, das mulheres, das corridas de cavalo, da música erudita que ele tanto ouvia, e nem por isso ele precisa fazer pose. Apenas para aguentar o tranco, o delírio do cotidiano. Não forçava a barra. E também sabe falar da política sem exagerar, não é daqueles que fica em cima do muro, ainda que não tenha engajamento mostrava nitidamente a falência do milagre americano a Depressão o pós-Guerra (conservadores como Balzac Flaubert e outros sabiam fazer isto com maestria, melhor que o realismo soviético). Seu lado é dos vencidos e dos perdidos, dos derrotados, ainda que bebam para matar a fome na fila da previdência social, na fila do sopão da Crise de 1929 e a Segunda Guerra mundial.

O Buk também não é destes metidos que acham que escolheram a vida por escrever, e encontraram um caminho fácil para ganhar dinheiro. Ele era carteiro para poder fazer isto com tesão. Escrever por si só não resolve nada. Tem que ter sensibilidade e estilo, como um bom boxeador ou mesmo para amassar latas de alumínio, como vi um cara um dia desses na rua, montando fileiras e pisando em cima. O cara foi homem comum, teve diversos trampos. O cara que faz trampos é um poeta, pois tem que aprender a organizar seu tempo livre para beber, se divertir nas horas vagas, ou seja, aproveitar melhor do que aqueles que só fazem isto. É o momento da utopia, da fuga. O trampo é uma composição, e a escrita, a literatura não é o que é feito apenas por uma meia dúzia de iluminados que não sabem o que é meter a mão na massa. O poeta ou escritor não está acima das pessoas do seu tempo, não é um privilégio: mas saca da parada com estilo.

Veja só que sacada sobre a necessária redução da jornada de trabalho, melhor que muito comunista panfletário poderia fazer em poucas linhas:

"Você dava a seu chefe oito horas, e ele sempre pedia por mais. ele nunca lhe mandava para casa depois de seis horas, por exemplo. Isso daria tempo a você para que pensasse." Factótum.

Ou sobre a divisão do trabalho e o fato de todo homem, desde o mais comum, ser poeta, o que reforça o que ele escrevia:

"Sempre havia homens à procura de empregos na América, sempre essa oferta de corpos exploráveis. e eu queria ser um escritor. Quase todos eram escritores. (...) Daqueles cinquenta caras ali na sala, provavelmente quinze consideravam-se escritores. Quase todos podiam ser escritores. Mas a grande maioria dos homens, afortunadamente, não é composta de escritores, ou mesmo taxistas, e alguns homens infelizmente, não são nada."

Esse cara sabia o que fazer com a sua escrita e com o seu tempo livre, não era mais um desses que acha que escreve qualquer troço e sai por aí posando para os outros, ou mesmo formando um séquito de puxa-sacos, cujo objetivo é se auto-elogiar.
A criação é algo coletivo, e o cara, o Buk, sabe muito bem colocar isto de modo realista e não romantizado. Nunca o cara que escreve deve se achar mais que um lixeiro, um carteiro, ou um peão de fábrica, pois estes caras fazem muito mais do que carneirinhos e cabritinhos literários ou mesmo malucos de fachada, que ficam escrevendo seus poeminhas sentimentais ou porralouquices, sem amassar barro que o povo amassa. Há uma passagem de Chinaski no trampo de taxista, que ele faz o seguinte comentário sobre isto, que todos homens são criadores, após a fala do instrutor Smithson:

"- Muitos caras aqui pensam que são bons no volante. (...) Não sou nenhum pastor, mas vou lhes dizer uma coisa: essa vida que as pessoas levam hoje em dia está deixando todas elas loucas, e dá para ver essa loucura no modo como dirigem. Não estou aqui para dizer a vocês como tocar suas vidas. Vocês tem que perguntar isso pros seus rabinos, padres ou pras putas da esquina. Estou aqui para ensinar vocês a dirigir.
- Puta que pariu - disse um garoto ao meu lado. - O velho Smithson manda ver hein
- Todo homem é um poeta - eu disse
"
Chinaski em Factótum.

Os contos e romances do Buk são sobre eles e com eles no meio, para eles, das mulheres que eles comeram, nos botecos que beberam todas ou nos puteiros que eles também passaram. Não são mais que outros que frequentaram os mesmos lugares, ainda que o Buk tenha escrevinhado da vida que levou, dentre os mendigos entre os quais dormiu, as barangas que teve de encarar. Pode ter sido um intelectual pelo fato de escrever, mas sempre orgânico, nunca distante ou afastado demais das pessoas, embora preferisse a solidão para escutar seu Mahler ou Stravinski. E fim de papo.

Taí outro exemplo de sua convivência com a massa operária em um poema, ainda que de modo diferente, mas sem menosprezar:

"e eu não posso dormir,
e logo vai amanhecer,
os trabalhadores vão se levantar
e vão procurar por mim
no estaleiro
e dirão:
´ele tá bêbado de novo
´,"

ou esse poema, que denuncia melhor ainda a exploração, sem clichês:

(...)"subíamos em nossos velhos
carros para
voltar para casa
beber metade da noite
brigar com nossas mulheres

para recomeçar no dia seguinte
a embalar os suportes
sabendo que éramos
uns babacas
fazendo os ricos
mais ricos" (...)

E também tem alguns comentários de um camarada que nem conheço presencialmente, o Clark Bruno, de Aracajú-SE, que é amigo do Dedão e postou algo sobre o Bukowski que concordo também e segue a mesma linha disto que eu falava, "Falando sério":

http://clarkbrunoamargem.blogspot.com/2008/08/falando-srio.html

Tem este outro, em que concordo sobre o que ele diz sobre o pessimismo Schopenhaueriano de Buk, seu isolamento e uma vida ouvindo música erudita para superar a tragédia da vida com a Arte, para escapar da rotina mecânica do cotidiano no sentido de humanização.

Há outros pontos em que ele escreve sobre a política, que é como foder cu de gato, no entanto, há outros pontos que são contraditórios pegando apenas uma frase isolada. O Buk falava sim da exploração de classe na Guerra, mas ele tinha um modo bastante peculiar de fazê-los sem soar piegas. E discordo do que ele fala sobre a democracia e a ditadura serem o mesmo, a diferença é o voto. O problema é a democracia americana, ele não chegou a conhecer democracia direta, participativa. Não chega a ser só pano de fundo, mas é a própria condição real vivida pelos trabalhadores na Guerra mundial, as horas extras pagas:

"As horas extras passaram a ser automáticas. Eu bebia mais e mais nas minhas horas de folga. a jornada de oito horas se fora para sempre. Ao chegar pela manhã, era preciso se preparar para ao menos onze horas de trabalho seguido. Isso incluia sábado, que costumava sendo meio expediente, mas que passar a jornada completa. A guerra estava a pleno vapor, porém as damas consumiam caminhões de vestido..."

"Vagabundos de rua e indolentes todos nós que ali trabalhávamos tinhamos consciencia de que nossos dias estavam contados.(...) Nesse meio tempo, viviamos de acordo com o sistema, dávamo-lhes umas poucas horas honestas e bebiamos juntos a noite" Chinaski em Factótum.

Este artigo traz um bom ponto de vista sobre seu processo de criação, tirada de seu cotidiano de carteiro ou de outras pessoas comuns com as quais ele vivia e elaborava:


E é só, chega por aqui.

P.S. 30-06-2009:

Tô pouco me lixando para esse mundinho de vaidades e arrogância de escritores, músicos e artistas, e mesmo de políticos. Já vi tanto pau no cu posar de artista e tanto militonto posar de revolucionário que desconfio de tudo que já vi até hoje, e de acreditar em tudo que já acreditei quando querem vir falar alguma coisa para se mostrar. A maioria faz a coisa sem tesão, sem acreditar naquilo que faz, só por uma carreira e só pensa em seus projetos pessoais medíocres.

Quando eu digo que um lixeiro também pode ser um poeta e é mais importante do que esse monte de carneirinho ou de maluco bicho grilo micróbio que posa de anarca, mas paga todas suas contas religiosamente como pago e não rasgou seu RG nem foi viver no mato numa sociedade alternativa ou fazer algo diferente do que ganhar dinheiro como deve ser qualquer trabalho, é porque essa porra é mais importante para minha pessoa. Não adianta querer me convencer com papo furado, pois eu vejo tudo com meus próprios olhos. Ninguém precisa me explicar, nem preciso ir aos mesmos bares pra ver como vivem. Prefiro ir a outros bares e em lugares até piores que estes não vão e tirar minhas próprias conclusões.

O pior é que as respostas ainda pensam que estou concorrendo com eles, que querem ser os melhores, que não escrevo porra nenhuma.  Como se eu precisasse pedir licença pra alguém pra escrever, pra um bando ou uma cúpula. Não respeito cúpula alguma. Já deixei claro que meu objetivo é só tirar uma onda, nem tô a fim de ganhar o prêmio de operário padrão da escrita, por escrever melhor, pra vender mais livros e ganhar uma grana. A mentalidade destes sujeitos chega a ser irritante, de tanta concorrência, de tão medíocre que chegou. Fodam-se e sua tamanha arrogância e egos inflados, por se acharem superiores aos outros mortais.

Eu e muita gente precisa mais do lixeiro ou de um carteiro ou mesmo o padeiro do supermercado que desses porras. Eles ao menos fazem algo que é social, que posso comer, jogam fora o lixo que eu faço. Ou mesmo o padeiro, que faz o pão que eu como. E mesmo um operário metalúrgico que faz um carro, Ao menos produz algo mais concreto, faz rodar alguma coisa que posso ver na rua. Agora, vejo alguns artistas e escritores se acharem demais, que seu trabalho não é trabalho, que estão "acima" da maioria das pessoas. Se o seu trabalho é o que as pessoas podem desfrutar apenas no seu tempo livre, então tem que ser tão perfeito que nem pareça literatura. Respeitar mais a inteligencia de quem comprará seus livros e manterá seu sustento. Tem que ser como o maitre que nos serve uma pinga no bar com estilo e requinte se também quer aprender.

"Espremer os culhões" pode até ser uma boa figura de linguagem, causa um efeito para os que os sustentam, que escrevem para si próprios ou para seu público que sonha ser igual a eles, mas para eu não faz efeito algum, não quer dizer nada. Foda-se. Soa mais como um plágio de um conto ou de uma expressão do próprio Buk que, por sinal, nem chega aos pés. Pois ele não tentava fazer, fazia mesmo e nem parece literatura, pois era um carteiro por 14 anos e passou por uma série de subempregos, e mesmo quando vadiava, fazia com muito mais classe, foi peão e escrevia histórias sobre pessoas comuns. Se é mais importante o que um trabalhador faz do que a literatura do que estes tão fazendo, as lamúrias e punhetas que estão escrevendo, então é porque falei e disse, e não mudarão o que penso, até que se prove em contrário.

"- todos vocês escritores, escritores, vivem chorando miséria.
- Talvez a miséria tenha chegado. Não se pode viver da própria alma. Não se pode pagar o aluguel com a alma. Experimente fazer isso um dia
."

Charles Bukowski, Numa fria.

1 carro de som correndo a milhão: militantes supercomunistas urrando em seus microfones seus discursos panfletários hipermarxista-leninista-trotskista

Eu não curto pessoas sem salvem cima do muro, que dizem viver uma vida "maluca", mas sem sal e nem sabor
Eu nem curto pessoas que pensam estar "acima do bem e do mal"
Eu não quero escrever para um bando de puxa-sacos que vem para me bajular
Pouco me importa se o que eu escrevo vai ou não lhe agradar
Nem quero saber de escrever de alguma forma para parecer ser maluco ou doido varrido
só para querer agradar os frustrados
Não sou escravo da palavra, nem vivo dela, só sopro ela ao vento
mas o que eu falo tem valor como o fio do meu bigode, mihas ações e atitudes
Não escrevo para fazer parte de uma corporação de escritores
que ficam se auto-elogiando e mantendo um público igual a eles mesmos, ou que sonham em um dia ser como eles
O que eu escrevo é para pro duzir o caos, a mudança a desestabilização
Não quero séquitos ou também nem quero saber de bajuladores
que depois enfiam a faca na minha costa pra depois eu ver bosta
puxam o seu tapete, como estes o fazem ou já fizeram
Eu não ligo pra pessoas que vem sua liberdade reduzida
mas, com o pau no cú, continuam a viver
Nem dá para confiar que pessoas que se dizem "malucas" passem pela vida só para querer "sossego"
eu nem curto pessoas que vivem sem ter sangue nos olhos
"sem paixão não se constrói nada de grande no mundo"
O que eu quero é botar pra fuder com essa porra
É viara de ponta cabeça o avesso do avesso
Tem que tocar é um foda-se em tudo
Não dá para passar pela vida sem tocar o puteiro
não é possível ter um sangue frio, cabeça oca e sangue de barata
Gosto de pessoas apegadas, cheias de apegos, de tripas à mostra
coração, rins, bile, fígado, tudo fervendo
Corro com o carro gritando nas ruas, com carro de som berro, para um mundo, que não quer me escutar
Mesmo sabendo que os professores nem quiseram ir à rua
mesmo sabendo que esta parada nem daria certo,
já tinham rifado mesmo os professores, todos estavam derrotados
Grito sozinho, para um povo que não existe ou nem quer me escutar
"A indiferença é o peso morto da história, o chumbo que a paralisa"
não gosto de cuzões, que nem põem na reta nem saem de cima do muro
Passo por cima da supervisora sem pedir licença e ainda acho graça
chuto o pau da barraca, ainda que este caia na minha cabeça
Mas, ao menos, no final, poderei dar risada e dizer: "quem diria?"
nem vou morrer com gastura, câncer, ou qualquer outra coisa, por não ter feito
nem morrer depois pensando no que eu "poderia" ter feito...

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Desenhista do bar e restaurante Salada Record

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