Dias atrás eu sempre reparava numa revista Superinteressante (publicação pertencente ao grupo dos Civita, argh), que deveria ser a edição de Fevereiro deste ano, exposta em uma banca em frente ao apê do Fernando, numa travessa da Augusta. Na capa, havia um guri, e os dizeres me informavam que daqui a cinquenta anos, será possível que ele tenha a saúde que queira, e mesmo até que por meio de drogas, possa viver para sempre. Quem quer viver para sempre? era a pergunta e a música do Queen, trilha sonora do filme Highlander. É cedo para pensar ainda, não vi a coisa posta em prática ainda, mas será que conseguiria ser um antediluviano, um matusalém, um vampiro ou algo do tipo que possui vida eterna? Será que conseguiria viver e ver séculos passar sem ter o descanso eterno para um sossego de vez com as coisas?
Ser livre mesmo é estar morto, diria o Drummond, porque ai teria sossego, não me meteria em nenhuma confusão, não teria que fazer nenhuma escolha mais. Será que aguentaria viver tanto assim?
Fiquei matutando sobre estas coisas enquanto cravava os meus trinta e três, a idade de Cristo quando morreu, segundo dizem. E estava bem, passando por mais um terço de uma década, cada vez melhor, e estarei melhor ainda aos quarenta com mais experiência ainda, mandando ver, como nestes bluesões e rockões que mandamos ver, muita cerva, pinga, absinto, uísque, cercado de amigos que conheço há quase vinte anos, num calor escaldante do interior paulista, curtindo um piscina que tinha lá para refrescar o calor de uma estufa, mandando ver um som ou escutando Carlos Careqa, Tom Waits, Uriah Heep, Leonard Cohen e um tanto mais de coisas boas. E pensei como a vida é intensa, ainda que curta.
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