segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Outro sonho doido

Mas também não sejam artistas metafísicos
que procuram criar obras idealizadas ou perfeitas
a matriz e a original
a ideia platônica e a aura perdida da obra de arte
não caia em idealizações inúteis
não busque a padronização
da matriz da cópia da cópia da cópia
viva a vida na sua enchente
cinemas de rua fechando
crianças de circo escola
o semáforo sempre vermelho pra elas
espaço da rua privado
estudantes apanhando da polícia
junto com sem tetos
que também apanham da polícia
na província de São Paulo


Essa noite eu tive outro sonho destes bem doidos, talvez premonitórios, como um desses oráculos, mas é bom ficar de orelha em pé. Eu tava dormindo babando no sofá, depois fui pra cama pra sonhar melhor. Voltei a rever vários colegas, de todos os lugares nesse sonho, que voltava na faculdade pra fazer algum esporte, depois passava na casa de meus pais, encontrava um amigo de mil anos que não via, todos estavam reunidos lá, eles passariam no Jaguaré, eu aproveitaria a carona, estava um puta de um trânsito para chegar até uma casa, ali na divisa com Osasco.
E eis que chegando, num instante, eu me vi com parentes, amigos, alguns que passamos ano novo, todos na casa do meu velho avô Augusto, em Casa Branca, no interior paulista. Estávamos lá porque um parente, mais precisamente um tio, havia falecido. Todos estavam velando o corpo no quarto do fundo da casa, enquanto rodadas de bebida que eu buscava na geladeira, comida, um cigarro passava por todos, parentes, amigos, alguém falava comigo sobre o trabalho.

2 comentários:

Pirro disse...

A última imagem é interessante. Creio que deveria ser assim: um velório regado a birita. Nada de rezas, nada de avemarias-tristonhas, que deixam pra baixo,nem encaminhamentos da alma, por padres e pastores, seres noturnos, piores do que a morte. Um velório regado a birita e música ("The end" tocando no fundo do baú do tempo), é sinal de alegria em louvor áquele que está se indo, que estava conosco bebendo nos dias ido. É pela memória do morto-amigo que temos de louvar a ele e à vida. Por que só louvar a hora do nascimento? Temos de aceitar a certeza-mais-certa-da-morte,com espíritos leves, sem medos. Pois Heráclito já lá no fundo dos tempos, afirmara que a vida-morte são duas faces da mesma moeda. Ehihaaaaá, viva la vida, viva la muerte. Mas deve ser uma decisão individual e pessoal. Então, véio, meu projeto de morte, é semelhante a essa imagem onírica do seu sono. Minha família, inclusive, está a par deste meu projeto-de-vida: no meu velório, vai rolar rockblues, forrófolk pé-de-serra das antigas, leituras de poesias e trechos de livros, cerveja e vinho. E as mulhesres que amei também estarão lá.

Celso Augusto, O autor dos rebentos disse...

É isso mesmo, Pirro. Como no México, eles dançam, festejam com música o dia dos mortos. Nada de chororô, nem pessoas vestidas de corvos.

Seguidores

Pilotando a banheira do Manoel nas dunas

Pilotando a banheira do Manoel nas dunas
seguindo após Pitangui até Muriú-RN

Tatoo you

Tatoo you
Woman of night; Strange kind of woman; Lady in black; Lady evil; Princess of the night; Black country woman; Gipsy; Country Girl

Caricatus in 3X4

Caricatus in 3X4

Outra caricatus

Outra caricatus
Desenhista do bar e restaurante Salada Record

Mix, podi mandá "uma" aí?