quinta-feira, 7 de junho de 2012

Vagabundos de bom coração


Nas semanas passadas do mês de Maio, estava relembrando de bons tempos, ao exibir para a moçada e rapazada o filme Sem Destino - Easy Rider, de Denis Hooper (1969). Os sonhos não envelhecem. Lembrei de uma penca de aventuras que já fiz por este Brasilzão, seja a pé ou de caronas pedidas de beira da estrada. Lembrei do Na estrada que o Walter Salles fez, sobre On the road, ou dos Diários de motocicleta de  Guevara, que é o nosso pé na estrada latino, sul-americano.

Sim, pois estava falando sobre Liberdade, e calhou de voltar na memória deste filme. Sim, pois ele é um marco de gerações dos anos 1960, desde a geração anterior, dos beats, passando pelos hipsters (hippies), claro, além de toda a contracultura e dos movimentos comportamentais (sexo, drogas e rock and roll) juvenis que sacudiram o mundo naquela década de 1960, mas principalmente no ano de 1968.

Penso que foi a melhor escolha, e eles serão muito gratos de terem visto este filme, pois quase não se fala mais nele. A cena do início, com o Capitão America Peter Fonda, jogando o relógio fora, antes de entrar com sua moto na estrada, dispensa qualquer comentário. Ou do advogado alcóolatra que os tirou da cadeia, e que disse que as pessoas temiam o que os dois viajantes representavam, ou seja, a própria liberdade. Viviam como queriam, e não apenas no plano do discurso, mas faziam. Todas as pessoas se diziam livres, mas vendiam-se no mercado, e não aceitavam que os outros dissessem que são livres. Ele próprio, o advogado, acabou por ser morto por espancamento da ignorância provinciana sulista dos USA.

O interessante foi que fiz toda uma relação com os livros que lhes são referencias, desde On the road, de Jack Kerouac, entre outros (Dharma Buhms, Lonesome Travellers etc), mas principalmente O vagabundo americano em extinção, deram mote e inspiração a relacionar com o filme, principalmente nas cenas em que lhe recusam um quarto de motel para dormir e o preconceito e discriminação provincianos e conservadores no bar, em que s]ao motivo de chacota, e que os leva ao sacrifício trágico.
Claro que não faltaram as referências ao Lobo da Estepe de Herman Hesse (que inclusive, está na trilha sonora com Born to be wild e The pusher); entre outros viajantes que inspiraram o próprio, como Jack London de Vagões e Vagabundos, Thoureau de Walden ou a vida nos bosques, entre outros. A lista é muito extensa, passaria por Walt Whitman e todos os vagabundos e andarilhos do mundo de Brueghel, Dante, Virgílio e outros.

Espero que, com isso, consiga libertar o lobo selvagem e solitário, ao menos dar aquela faísca, para que pensem com autonomia e independência, que tenham um pensamento selvagem, radical e crítico nesta sociedade que vivemos. Mantendo-se sempre vivos, com o espírito livre, em tudo que fazem. E que aprendam a tolerância, a não discriminar o diverso, o diferente, muito menos agredi-lo e violentá-lo. Que sejam humanos melhores.


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