quarta-feira, 29 de julho de 2009

Pra acertar as contas com esta história, já que tinha passado a bola pra outras

Como disse o Frederico, prefiro ser sátiro a ser santo. Se pensam que idealizo o humano, a “humanidade”, é porque não sabem que conheço o que há de mais podre nele.
Não tem anjo nem demônio, apenas seres cujos bofes e tripas já vi de tudo um pouco,
principalmente quando estão juntas numa pólis.

Perdi faz um tempinho o meu romantismo com idealizações inúteis quanto aos seres humanos e a arte. Mesmo que na arte a mentira se santifique, e eu não sou nenhum positivista na arte, e ainda que haja o perspectivismo e está na moda defender tudo ser interpretação, há fatos e atitudes tomadas que não voltam atrás. Mas contra os melhores argumentos sofísticos e ardis figuras de linguagem que são boas só na literatura, mas na realidade, os fatos costumam esmagá-los como uma estátua que cai sobre suas cabeças. Não aceito meias verdades, só a verdade ou a mentira: nada pela metade. A verdade não é nenhuma virgem, pois foi várias vezes currada no altar da Ciência. E a mentira, ao menos ainda dá um brilho nas coisas e as tornam um pouco menos feias. Como a pinga que tivemos que tomar um dia para encarar uma feiuda qualquer. Mas acerto de contas com a história com meias verdades, revisionismo histórico para justificar ou provar algo para si ou para seu círculo atual de amizades, nem me chame pra ser seu cúmplice. Pode até trazer certo conforto ou auto-engano para alguns, mas dessa eu estou fora.

Não admito que coloquem palavras na minha boca que nunca disse. Muito menos atitudes e decisões que nunca tomei, sem antes ser consultado e dar minha opinião. E ainda assim se alguém tomá-las por si mesmo e quebrarem a cara, nem venham depois pro meu lado cobrando ou chorando pitangas com chatagens baratas pra convencer a si próprio, sabe-se lá pra que... depois o doido ou mala sou eu... Prefiro pessoas que assumam seus próprios erros, pois são demasiados humanos, tem seus bofes podres e erram na grande maioria das vezes, mas nem por isso preciso ficar mostrando o dos outros. Aquelas que criam versões dos fatos para ludibriar-se ou aos outros ou convencer a si próprio é que sofrem de algo no seu íntimo.

Nunca torci contra ninguém pessoalmente, muito menos distorço as palavras pra que alguém pessoalmente se dê mal, sou muito cético quanto a essas coisas de voduzar alguém, quanto mais pensar em trairagem ou teorias conspiratórias da história no passado. Ainda mais se ainda continuo tomando do mesmo veneno, porque quereria eu mal ao fígado de alguém? Penso até que no passado eu é que tinha fígado demais pra aguentar algumas cenas, até engoli uns sapos quietos, pode até ter demorado, mas algumas experiências que a vida nos traz ensinam a vomitar.

Todos erramos várias vezes, nunca quis ser idolatrado. Mas só assumo as broncas que a vida e as situações concretas me propõem, não aceito pagar a fatura pra história do que nunca me propus a fazer ou os erros dos outros, pra estes parecerem heróis ou os bons ou ponta-firme perante seus trutas ou pra quem os sustenta, mas quem tava lá na hora e viu como foi a parada, a sua versão não se sustenta. Pode até mentir pra quem não tava lá, para gente lê sua parada, mas nada substitui quem estava lá e viu como as coisas se deram. Não vou retirar uma linha.

Mas os atores sem senso de humor deixam a máscara cair. Tamanha insegurança, se doem e levam tudo para o lado pessoal. Perdem a linha e passam para a ofensa sobre coisas pessoais, e ai a coisa desanda quando temos que recorrer à memória e à história. Depois ainda dizem que tem um parque de diversões na cabeça, tão mal humorados. Posso até ser mala, fui carregado, mas também carreguei malas quando elas cairam. Mas nem por isso me enchi de orgulho, soberba, nem meu ego ficou inchado. Nunca coloquei nenhuma amizade verdadeira a perder, pra mim é algo que não tem preço. E que nunca cobrei nada por ser amigo de ninguém com chantagens, nunca me arrependi ou sequer desprezo. Apenas segui meu caminho, voltei a escrever estas paradas a menos de um ano, nem ganho grana sequer com elas, muito menos tenho a pretensão de ser um artista famoso. O mais importante é viver do que escrever.

Não, no passado, eu podia ser até ingênuo até deixar algumas coisas passarem, ou algumas falhas, mas nem por isso fiquei cobrando dos outros postura. Ao contrário de alguns, que ao invés de falar logo sem firulas: Porra, Cersão, quero fazer meu lance só, sem precisar fazer um jogo de cena, falar um monte de bostas que escutei certa vez para justificar seguir seu vôo solo ou carreira solo, como deve ser. Nunca estive na concorrência, nunca pensei em escrever melhor ou pior, apenas tenho meu jeito de ver e tocar a vida. A história não se nega, eu nunca esqueço o Daltão mandando ver a diagramação, nada me subiu a cabeça, muito menos passa qualquer desconfiança sobre o passado da minha parte.

Nâo, eu nem teria sequer vaidade, ego inflado ou muito menos não compreenderia ou julgaria errado. Como compreendi e segui em frente até um bocado de tempo, fizemos com o Pessoal do Tabefe um tempo, depois continuei só até 2000 e voltei a mandar ver nos textos, mas continuo muito bem vivo, obrigado, e não peço licença ou autorização para ninguém para fazê-lo. Pode ficar tranquilo que por enquanto não estou na concorrência, aliás, nunca estive. Os tombos que a vida e a história nos dá que não nos matam, mais nos fortalecem.

Não, tudo muda, a história é dialética, andei observando algumas coisas. Nunca posei de radicalzinho de fachada no passado só pra fazer aparências ou para dar lição de moral nos amigos sem sê-lo de fato de coração e nas atitudes, mas na verdade era só na superfície. Só dei uma pancada agora pra curvar a vara pro outro lado e as coisas ficarem ajustadas no centro, para ambos lados.

A questão foi muito menor, pequena, já passou faz tempo. Apenas discordei de uma afirmação, opinião ou posição que, apesar de avaliar também ser babaca e até reacionária. No entanto a diferença é entender o que é uma crítica de quem lê atentamente e confronta com a experiência, a História e a Sociedade. Se a vida fosse só feita de glórias e todos só visse o espetáculo e aplaudissem prefereria não escrever: isso sim é que seria um tipo de fascimo ou ditadura, o fascismo do aplauso fácil e a ditadura dos puxa-sacos. São só estes que agradam aos tiranos e ditadores, pois só pagam e dizem o que eles querem, sem prestar atenção em um bocado de coisas que podem parecer detalhes, mas que fazem uma bruta diferença no final das contas

Escrevi abertamente, sem floreios ou rodeios, sobre um trecho que não concordei e critiquei. Está lá na parte sobre o Ginsberg, a anterior sobre o rock e mais algumas que vieram a injuriar só porque falei sobre escritores (no plural) que ficavam se remoendo por escolher o que escolheram e a do Bukowsky, que agora reforça mais minha tese, pois o cara com certeza não devia ser aplaudido pelo que escrevia, muito menos suportava o puxassaquismo. Hoje só o compreedem pelas bebedeiras e fodas (não o compreendem), mas isto já falamos que ele as tirava de seu cotidiano e as pessoas comuns com as quais ele convivia, e não tinha nada de exótico ou malabarismo nisso. Ele preferia até mais sua solidão, corridas, música erudita e sua birita. O resto só coloquei por conta da reação, nem serei nem um pouco puxa-saco só para agradar.

Escrevi sobre a ignorância sobre passeatas, que tem intenções sim mas que não necessariamente todas são fascistas. Assim como as putas num bordel e políticos no Congresso que também estão cheíssimos de intenções, mas nem por isso necessariamente todos são fascistas. Agora, se são boas ou más, isso é moralismo ou juízo de valor que acabam por comprometer o poema pela ausência de conhecimento e vivência, pela ausência de carne presente no mesmo. SE não manja da parada, então por que fala em boas ou más? Nem com isto quero dizer que todos que estão lá são angelicais ou puros ou o diabo que o parta. Pelo contrário, como disse, são pessoas de carne e osso. O que muda é a perspectiva de quem faz a passeta, e ainda assim nem dá parajulgar se são bonzinhos ou malvados, o que dá para ver é qual politica faz. E percebendo isto, não aplaudi só porque fulano é meu amigo. Tá tudo lá, inclusive postei nos seus comentários.

É que preconceitos morais estragam uma obra de arte. Nem precisava tachar os outros de comunistas salvadores da humanidade ou qualquer outra coisa que o valha que veio até agora, por que isto é primário para um bando de puta véia da política. Quem falou que eu quero que alguém participe de alguma passeata? Só vai quem quer, e também não tem nada de legal. Não se faz porque é bom, perde grana na maioria das vezes, se fode, a maioria prefere ficar trabalhando e ganha do mesmo jeito pelos otários que fazem, mas alguém dem que fazer, pois não cai do céu de mão beijada. O que é diferente da passeata da turma que veste Daslu e está "cansada da vida". Só escrevi porque dá para perceber que não sabe o que é uma ou diferenciá-las ao falar genericamente(nada é genérico, só a idéia platônica, tudo tem que ser especificado) em "passeatas", ao falar que todas tem boas intenções, como se todas fossem iguais. É o preconceito pela totalização ou generalização.

Escrevi também sobre ficar justificando o seu modo de vida escolhido pros outros só demonstra certa insegurança ou falta de personalidade. Viver assim é como vender qualquer mercadoria só por vender, portanto, nada acrescenta. Ainda asssim, nunca tive pretensão de mudar a vida de alguém ou seu ganha-pão, Cada um tem seu jeito de ganhá-lo como consegue e pode. Sendo que dessa parada eu já provei, mas nem faço só por fazer e se quiser fazer novamente, qual o problema? tem um monte de gente mesmo por aí que descobriu o seu filão de ouro, nao é mesmo? Sendo eu louco, como eu poderia colocar uma camisa de força em alguém?

Como este não é meu ganha pão e nem preciso encenar um papel pra ganhá-lo, continuo a fazê-lo pelo só pelo prazer de tirar uma onda. Por que se algo dói em alguém é porque deve ter alguma má consciência ou culpa por algo. E ela sempre borbulha, como nas ondas no mar. Produção em série por produção em série, mercadoria por mercadoria, eu é que devolvo ou ainda reclamo no PROCON. Depois eu é que não tenho feeling para as coisas. Não peço licença a ninguém, muito menos vou retirar qualquer palavra só pra agradar alguém ou para a história ficar escrita do jeito que querem ou para que ela “pareça ser” do modo que alguém queira só por pirraça. Espero só a discórdia ou a concórdia, nunca a indiferença e menos ainda que alguém se ofenda pessoalmente.

É pena que a vida dure pouco, mesmo pra tantas coisas que quero fazer, Mas já que ela insiste em durar, vivo a vida repleta de pulsões With the man or without a man. Pois ela continua, independente das versões e quem quiser me acompanhar que venha, ou quem for fraco pra aguentar não precisa ir, pois o caminho é o que cada um traça e faz de si, não precisa justificar o caminho, o caminho se faz ao caminhar.


(Ninguém dos outros poucos que leem deve entender alguma coisa. Também tive que escrever um monte de coisa pra tornar-me "compreensível", pois esta lenga-lenga já está enchendo meu saco. Da minha parte, bola pra frente. Chega de solipsismo e revisionismo do passado, tenho mais assuntos e coisas mais importantes para fazer e escrever, como já vinha fazendo.

Mas pra quem disse que chutava cachorro morto, até que o bagulho tá crescendo e tá fazendo barulho, tem mais gente lendo, o painel mostra 12 acessos por mês. E não é só quem se dói que tá dando ibope. Embora nem precise, pois não estou numa fábrica de escrever onde o que conta é a produtividade ou o programa de qualidade total, muito menos tem avaliação por desempenho. Pra isto, já basta a fábrica, a escola, que já estão cobrando isto demais, só tô tentando fugir um pouco disto. Mas parece que pra todo lado onde ando, só encontro isto... puxa vida, nem pal(I)ativos eu consigo encontrar mais pro tédio, nenhum "veneno antimonotonia"... parei com este assunto...)

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