REBENTOS DO CELSO: Poemas, causos, memórias, resenhas e crônicas do Celso, poeteiro não-punheteiro, aquariano-canceriano. O Celso é professor de Filosofia numa Escola e na Alcova. Não é profissional da literatura, não se casou com ela: é seu amante fogoso e casual. Quando têm vontade, dão uma bimbadinha sem compromisso. Ela prefere assim, ele também: já basta ser casado com a profissão de professar, dá muito trabalho. Escreve para gerar o kaos, discordia-ou-concórdia, nunca indiferença.
terça-feira, 28 de julho de 2009
Volúpia frenética
Satélite do amor, Lou Reed
27/07/2009
I
Moça quase mulher, morena clara
Sóbria e lúcida, como Palas Atenas
Tens a beleza da deusa Afrodite
Olhos atentos, mel esverdeado
Agateados, acesos em sua vigília noturna
Cabelos negros como noite
Longos e profundos, Iemanjá no Oceano
Boca vermelha carnuda e tinta
Nossas línguas finas de serpente enlaçam-se
Rodopiam, valsam e se mordem
O veneno corre nas minhas veias
A paixão incendeia, ferve meu sangue
Tira as teias do velho coração
Sangra, dói e aperta, quer você por perto
Os sexos entrelaçam-se na dança louca e frenética
Querendo-te tanto, temo que não me queiras
Você será apenas mais uma bacante enfurecida
a destroçar-me em mil pedacinhos?
II
Posso até ser o cachorro vagabundo
Ou mesmo o pior homem do mundo
Mas eu rastejo léguas por você
Carrego um trem nas mihas costas
Pra provar que o meu coração
Não é tão imundo assim
E que um gato vira-lata
Pode também ser um poeta romântico
mas que não te idealiza
apena a vê como humana
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