O Clark postou no seu blog sobre o cadáver do Estado nação de Hegel. No entanto, o que vejo para a nova (dês)ordem mundial é a retomada de outro dos princípios Iluninistas, este tirado do onanista chinês de Konnïnsberg, Immanuel Kant. Em sua paz perpétua, ele já imaginava uma ONU, ou mesmo este modelo de mercado mundial, um estado supranacional, sem fronteiras, interligando povos.
A última vez que vi este estado mundial supranacional ir à falência quando o Estado de direito foi pisoteado pelos EUA, que desobedeceram sua orientação por não invadir o Iraque em 2003, utilizando-se do expediente de armas atômicas e nucleares nunca encontradas, uma justificativa para a rapina e sede de sangue negro. Agora estamos assistino aquela tragédia no Haiti, que tem o mesmo organismo corporificado do cosmopolitismo kantiano, impotente, conseguindo milhões para sua recontrução, quando se necessita bilhões. Se fosse para salvar o sistema financeiro dos EUA, empresas privadas, bancos, rapidamente seriam levantados. Mas não... tratam-se de pessoas, negros, pobres, de um país miserável.
Longe de saudosismos por cadáveres ou fúnebre, o estado moderno e burguês de Hobbes e Locke tem mais é que fenecer, só que isto não ocorre do dia pra noite, é uma instituição duradoura, secular. No entanto, é isto que o mercado e o liberalismo promovem. E nada de inclusão e aumento da igualdade social. O Estado nação hegeliano morre (em termos), pois existe para reprimir os pobres com sua polícia e exércitos. Ainda o deus do mercado capitalista continua mais vivo do que nunca, renasce como uma fênix das cinzas da última grande crise do sistema capitalista em 2008, o big crash. Apesar de tudo, segue firme e forte. Com a benção do cosmopolitismo kantiano da ONU, que nada pode fazer, a não ser dizer amém para os interesses do mercado e da maior potência.
REBENTOS DO CELSO: Poemas, causos, memórias, resenhas e crônicas do Celso, poeteiro não-punheteiro, aquariano-canceriano. O Celso é professor de Filosofia numa Escola e na Alcova. Não é profissional da literatura, não se casou com ela: é seu amante fogoso e casual. Quando têm vontade, dão uma bimbadinha sem compromisso. Ela prefere assim, ele também: já basta ser casado com a profissão de professar, dá muito trabalho. Escreve para gerar o kaos, discordia-ou-concórdia, nunca indiferença.
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