quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O simulacro de democracia: showrnalismo e sociedade do espetáculo


J.J Rousseau, autor da Carta a ´d´Alembert sobre os espetáculos

Fico analisando o cenário político atual, principalmente o papel desempenhado pela big midia e há uma confusão, uma cortina de fumaça, que visa mais confundir do que explicar, esclarecer, aprofundar. É o famoso "eu Tô te explicando pra te confundir"´, do saudoso TonZé.
O horário de propaganda, os "debates" na verdade, são verdadeiros simulacros que visam mais a confusão do que o esclarecimento. Toda sorte de dossiês, escândalos, arapongas, laranjas e aloprados visam mais um objetivo específico político do que esclarecimento. Faz parte do "showrnalismo" expressão cunhada pelo jornalista José Arbex Jr., ou antes dele, o Guy Debord no Sociedade do espetáculo. Sabe-se que neste regime em que vivemos, o capitalismo, não há "pureza" nenhuma, portanto, quem posa de virgem na política, é um grande mentiroso. O capitalismo alimenta-se da corrupção, e a própria mídia corrompida é corrupta recebe seus dividendos.
No entanto, para além de constatar esta proposição, este axioma, poderíamos cobrar ao menos um pouco de decência destes meios de comunicação de massa, uma vez que são concessão pública. Isso mesmo, meu amigo, meu chapa, minha amiga, o poder público renova ou não a concessão de TVs e outros meios de comunicação.
Uma proposta interessante seria que organizassem debates diretos, de verdade, e não estes que ocorrem, com pirotecnias, e mesmo estes debates que ocorrem na TV, depois das dez, onze horas da noite, e concorrendo com jogos de futebol. Não. Os debates deveriam reunir pessoas de verdade, usuários, trabalhadores do setor público, privados, aposentados, cidadãos, interessados em geral, que fariam perguntas aos candidatos ao vivo e a cores, nas àreas de políticas públicas, como Saúde, Trasnportes, Educação, Turismo, entre outras. O meio de comunicação que não promovesse isso teria sua concessão pública cancelada na próxima rodada
Não tenho a ingenuidade e a ilusão de que isso sanaria todas as deficiências, muito menos substituiria diversas reformas e até revoluções que tem de ser feita em setores, mas estimularia a figura do cidadão ativo, que é aquele que o Norberto Bobbio dizia ser imprescindível em O Futuro da Democracia, e antes dele o Rousseau da Carta. Ao menos, tiraríamos o cidadão, o trabalhador, o estudante, do papel ridículo de espectador de uma mídia que só bate na mesma tecla.

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