Andando pela Avenida Rio Branco passo em frente uma Igreja pentecostal na qual a missa é rezada em africano pelos nigerianos. A estátua opressiva de Duque de Caxias continua a oprimir os paraguaios e bolivianos que trabalham na tecelagem ou são camelôs muambeiros da Santa Ifigênia. Cheio de salas de peep show e strip antigos cinemas que se tornaram cines pornôs e igrejas pentecostais enquanto os coreanos conversam entre si e um camarada conta sobre um nóia que foi espancado na frente da delegacia por ficar gritando. Na Argentina as coisas não são assim disse o senhor. No largo General Osório vemos os traços da Estação Sorocabana onde antes ligava a rodoviária, o monumento ao ferroviário Alfredo Maia guardando os nóias e junkies com seu porrete, equanto os sacis pererês pipam crack no meio da rua em plena luz do dia e a qualquer hora como o grafite na parede da rua da estação. Encontro no chão um livro aberto da vida de Santo Agostinho, aberto no capítulo as Férias em Tagaste das suas luxúrias e vida pecaminosa no caminho ao Largo do Sagrado Coração de Jesus, que me diz "toma e lê "nos Campos Elísios. Entro na praça do Monumento a Dom José de Barros no largo do Sagrado coração e assisto um pedaço da missa entre diversos Cristos. Na volta o livro de Santo Agostinho não está mais lá. aberto no chão restou apenas a capa. As ruas fedem a mijo merdas fossilizadas cheias de moscas vômito e desinfetante misturado com as quentinhas dos casqueiros e suas casas improvisadas muito lixo rango camisinhas tudo misturado com trapos velhos criando uma imagem dantesca do inferno. Vou para o trecho da estação Sorocabana Júlio Prestes ouvir a música de JS Bach Brukner um órgão de catedral medieval incensado por perfume das musas. Volto pelo Largo General Osório e vejo uma inscrição em uma casa 15 de Novembro de 1890 e a Ponte da Santa Ifigênia, sua Paróquia neoromânica e a Mãe Preta de tetas grandes que nos alimentam a todos florida da Igreja do Paissandú.
REBENTOS DO CELSO: Poemas, causos, memórias, resenhas e crônicas do Celso, poeteiro não-punheteiro, aquariano-canceriano. O Celso é professor de Filosofia numa Escola e na Alcova. Não é profissional da literatura, não se casou com ela: é seu amante fogoso e casual. Quando têm vontade, dão uma bimbadinha sem compromisso. Ela prefere assim, ele também: já basta ser casado com a profissão de professar, dá muito trabalho. Escreve para gerar o kaos, discordia-ou-concórdia, nunca indiferença.
domingo, 2 de outubro de 2011
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