Na rua cheia de
flores do Alecrim, na dez na tres e na vila da aeronáutica, uma andança descompromissada, o vento brisa desalinha meu cabelo e
refresca o calor de minha barbas na face. Eu chupo um picolé de jaca pra
refrescar o calor por dentro, depois mando mais um de mangaba, o calor é pra
derreter os miolos. Na beirada da praia, eu vejo aqueles lanches, hot dogs, baurus. Tem um menino
com cara de malvado, cabeludo, magro camiseta do palmeiras, com notas de vinte
na mão. Garotos de vidas na rua sempre serão mais ligeiros e espertos na sobrevivência. Tem gringras, argentinas, mas as nativas de coxas e bundas bem
feitas são imbatíveis, douradas de sol. Tem uma característica ímpar. Aqueles sanduíches com pães amarelados são sagrados,
muito caprichados e bem servidos, eles salvam minha vida no calçadão da praia dos artistas. A brisa suave da
noite me refresca do calorão medonho em pleno inverno em Mossoró. Tem
macaxeira, carne de sol, carne de charque, carneiro, cuzcuz, tapioca, tudo que
deixa os cabras arrochados e fortes pra andar no sertão. E um toque de lirismo, pois como uma pinha, a fruta do conde que apanhei do próprio pé, além de acerolas que colhi na altura da mão.
REBENTOS DO CELSO: Poemas, causos, memórias, resenhas e crônicas do Celso, poeteiro não-punheteiro, aquariano-canceriano. O Celso é professor de Filosofia numa Escola e na Alcova. Não é profissional da literatura, não se casou com ela: é seu amante fogoso e casual. Quando têm vontade, dão uma bimbadinha sem compromisso. Ela prefere assim, ele também: já basta ser casado com a profissão de professar, dá muito trabalho. Escreve para gerar o kaos, discordia-ou-concórdia, nunca indiferença.
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