terça-feira, 27 de maio de 2014

Sou o poeta vagamundo, vagabundo
Na beira da estrada, à espera de carona
Mesquinharias apequenam minha alma
Meu espírito livre
É grande demais para misérias do cotidiano
Quero trocar uma ideia com os loucos e marcianos
Que falam sobre coisas
Fora do comum
Falam sem parar até cansarem as suas línguas
Sobre os abismos existenciais da alma
Como fazem meus amigos Bandini ou um Chinaski,
ou um Miller ou mesmo Ginsberg
Coisas que interessam à vida,
que dêem um pouco de graça
e façam sentido
ao humano, demasiado humano
Neste tédio da vida
Águias não foram feitas para voar baixo ou sonhar pequeno
Quero viver com Zaratustra, sumir para o clima hiperbóreo e gélido do alto das montanhas
Sair no mundo feito Sidarta Gautama Budda, um Lobo da estepe,
São Kerouac viajante solitário,
ou um Che Guevara - o Jesus Cristo dos acostamentos
Não me aprisionar em uma camisa de força por coisas banais
Muito menos em um jaleco ou paletó que é menor que meu número
Já bastava o pai do Raul, que lhe dava 36 e ele calçava 37
Desregramento dos sentidos
O caminho do excesso é que traz as iluminações na vida
Como ensinaram Rimbaud e antes dele, William Blake
Sou bicho, fera , não gosto de viver enjaulado
Muito menos em uma redoma, sou pássaro
Que morre em cativeiro
Prefiro a amizade com as cobras, lagartos, escorpiões, aranhas
Uma naja ou uma víbora entrelaçando suas línguas à minha
O sono do ópio ou do haxixins de Morfeus, in vino veritas
Da morte que me libertará
O espírito
Deste corpo limitado
Para o descanso dessa mediocridade

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