REBENTOS DO CELSO: Poemas, causos, memórias, resenhas e crônicas do Celso, poeteiro não-punheteiro, aquariano-canceriano. O Celso é professor de Filosofia numa Escola e na Alcova. Não é profissional da literatura, não se casou com ela: é seu amante fogoso e casual. Quando têm vontade, dão uma bimbadinha sem compromisso. Ela prefere assim, ele também: já basta ser casado com a profissão de professar, dá muito trabalho. Escreve para gerar o kaos, discordia-ou-concórdia, nunca indiferença.
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Mais aventuras à la Oliver Twist
A viagem na praia de Camburi
A viagem de Camburi foi muito chapante. Já tinhamos feito uma estada parecida também na Prainha branca de Bertioga (ano anterior, 1997). Fomos de trem até Mogi, descemos de van, pegamos balsa. Era muito deserta na época, acampamento na praia, sem as construções avançarem tanto na areia, o que não ocorre mais hoje.
Foi um final de ano que resolvemos, num caminhada pela noite de Guarulhos, armar um esquema para ir até camburizinho, em Ubatuba, na divisa com o Rio de Janeiro, divisa com TRindade, Laranjeiras, em Paraty. Fomos em uma galera, da capital e interior, bem representada, Mococa, Casa Branca, Jundiaí, que acabou se perdendo e dividindo, por entrar em um ônibus errado. Saltamos na estrada. Tivemos que descer levando uma super-barraca de um camarada, em que todos dormimos, nas laterais ou na varanda da frente; além de caixa com mantimentos, comida etc. A descida foi a pé, ao lado de cachoeiras. Escurecia. Quando chegamos, começamos a montar a barraca na beira da praia. Armamos tudo e fizemos o rango. Tinha que ser tudo lavado, o barro era deitado no mato, o banho, na cachoeira.
Neste banhos de cachoeira, eu e o Pablito, voltando trêbados de cachaça de Party, no ônibus, resolvemos tomar banho na cachoeira da descida para a praia. Achamos umas minas, que queriamos agarrar, gostosas, mas elas deram àrea.
À noite, tinha um esquema bom num bar, forró de Alceu, Fagner das Antigas, Zé Ramalho, que ia até o amanhecer. Música tocada. Tinha umas gostosas que topavam dançar. Negras, morenas, com peitão, bundudas, todas muito tesão. Eu quase arrastei uma mina, loira, magra, gostosa de corpo. Mas ela acabou indo parar na barraca de um camarada, o Pablo, que conseguiu comê-la. Foi uma virada do ano muito doida, estávamos na praia de manhã. Uma mina, Adriana, resolveu dar chilique, rolar na areia, ficou como milanesa. Sem contar as rodadas de violão etc que nos animavam, davam alguma perspectiva na noitada, agregavam a gurizada na praia ao redor.
A serra de Caraguatatuba
Quando moleques, no segundo grau da Nasser Marão, tínhamos uma galerinha que se enturmou. Conseguíamos fazer várias noitadas, pelo Morcegóvia, no Bixiga. Também saíamos da escola com as “tias” para bebericarmos cachaça no boteco. Até uns fumos de corda rolavam, que nos deixavam zonzos. Aquela turma dava trabalho. Várias vezes aprontamos, chegávamos travados em casa, chapados, íamos dormir, para acordar só no outro dia. Foi uma época de farras homéricas.
A molecada aprontava. Ralavam churrascadas, umas “chamadas” (o nome dado ao benzeno, nos intervalos e aulas vagas). Teve até uma vez que resolvemos viajar para o Litoral. Iam umas gurias que moravam no centro de São Paulo. Como foi bom conhecê-las. Tinha uma, o apelido era Lele laranja, que virou acerola, pois valia por 100 laranjas. Ela até chegou a dar mole, mas foi por meio de "conversinhas", fofocas, portanto, não se concretizou, não chegamos às vias de fato.
Chegamos na praia de Caraguatatuba, ficamos batendo um fut lá, pois tínhamos que pernoitar, até o ônibus chegar no dia seguinte, pois o local que tínhamos como objetivo era a casa de uma tia do Capeta, um camarada nosso. A gurizada era indie, gótica, só nós curtíamos um pouco de tudo, rock´n´roll etc. Ao pegarmos o ônibus, pedi um copão de cana, o que impressionou os camaradas, pois era de manhã (o ônibus pinga-pinga só saia pela manhã).
Ao chegar lá, nos acomodamos. A casinha era interessante, rolava sons, várias idéias, enquanto os ecos de Pink Floyd reverberavam na sala. Meu camarada Daltônico aproveitou para tirar um cochilo, depois que procuramos em vão uns cogus no pasto. A galera tinha que se espremer nos poucos cobertores levados (como sempre, esqueci o meu), e encostar a cabeça na mochila veia.
Teve uma noite que resolvemos pescar na cachoeira, por idéia de não sei quem. Só sei que fomos, uma galera. Levaram umas dessas lanterninhas de vela. A conclusão foi de que chegamos no meio da Mata Atlântica, e ficamos por lá perdidos. Todos desesperados. As lanternas se apagaram, restando apenas uma. Um camarada usou sua meia para fazer uma tocha. Depois de muito procurar, conseguimos sair são e salvo e ver a lua numa clareira. Fomos dormir.
No dia seguinte, conseguiríamos chegar à cachoeira, nadar um pouco. Uns camaradas pescaram uns peixinhos nanicos, que serviram de almoço logo depois.
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