O sol nascerá, por Cartola
Segue ai uma homenagem ao cabra que vejo com muita admiração como um dos maiores poetas da nossa Terra. Não sou nem um pouco bairrista, tudo o que é bom deve ser elogiado mesmo, seja daqui ou do Rio ou da ponte que partiu. Seja samba, seja erudito, rock, choro, blues, jazz ou qualquer outra arte. O Samba de raiz (e não estes pagodeiros vestidos de "terninho", cantando para menina de classe média, que canta como o Lundu sem sabê-lo) é o mesmo canto de lamento do Blues e do Jazz nos EUA.
Tá, daremos um crédito: Só coloco o que é bonito e curto de verdade mesmo, e não me preocupo com o que irão pensar sobre isto.
Este é o mestre Agenor de Oliveira, o Cartola, com a dona Zica. O Cara não tinha muita instrução, era pobre, mas não era isto que interessava em cartola, pois não há escola que ensine poesia a não ser a escola da vida, da boemia e a dor. Ele escrevia umas letras que eram de tirar "a Cartola" de qualquer Doutor em letras pela simplicidade, beleza e até filosofia (O mundo é um moinho).
Poemas sobre o amor, simples e singelo. Morreu como um trabalhador, pobre, lavador de carros que era no morro, como vinha falando da polítimerdia cultural deste país.
Vai ai um poema para aconmpanhamento com seus choros:
Peito Vazio
Cartola
Composição: Cartola e Elton Medeiros
Nada consigo fazer
Quando a saudade aperta
Foge-me a inspiração
Sinto a alma deserta
Um vazio se faz em meu peito
E de fato eu sinto
Em meu peito um vazio
Me faltando as tuas carícias
As noites são longas
E eu sinto mais frio.
Procuro afogar no álcool
A tua lembrança
Mas noto que é ridícula
A minha vingança
Vou seguir os conselhos
De amigos
E garanto que não beberei
Nunca mais
E com o tempo
Essa imensa saudade que sinto
Se esvai
REBENTOS DO CELSO: Poemas, causos, memórias, resenhas e crônicas do Celso, poeteiro não-punheteiro, aquariano-canceriano. O Celso é professor de Filosofia numa Escola e na Alcova. Não é profissional da literatura, não se casou com ela: é seu amante fogoso e casual. Quando têm vontade, dão uma bimbadinha sem compromisso. Ela prefere assim, ele também: já basta ser casado com a profissão de professar, dá muito trabalho. Escreve para gerar o kaos, discordia-ou-concórdia, nunca indiferença.
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