quarta-feira, 22 de julho de 2009

Bucólicas casabranquenses



Muitas vezes é bom dar uma escapulida para esvaziar o peso que carregamos nas costas e os trabalhos de Sísifo que realizamos no cotidiano que nos pica em mil pedacinhos mas que ainda assim gozamos com a nossa destruição. São algumas coisas destas que nos garantem um pouco de higiene mental e nos mantém vivos e prontos para outras.

Um amigo véio das antigas de Osasco chamou-me para uma idéia e um rolê pelo centro de Sampa. Peguei um busão para o centro velho, chegando lá encontrei o camarada, tomamos umas cervas, pedi um conhaque com limão como de praxe meu camarada uma pinga e depois almocei com este grande amigo, que me chamou para um rolê na Galeria.
Fomos olhamos a transformação da galeria em uma imensa boutique de roupas, piercings e alargadores, uma verdadeira vitrine, cheia de iluminações. Para minha surpresa ele beliscou o popô de umas emos que passavam e elas nem ligavam. Eu e ele rachávamos o bico e pra variar o maluco é ainda mais véio que eu. Se fosse antes, no tempo em que haviam anarco punks duronas e rockers o minimo que poderia acontecer seria uma carcada ou no máximo um belo de um sopapo no meio da fuça. O cerco fechava e o pau quebrava. Ainda mais se tinha carecas nazistas então por perto.Como ficou moleza tudo muito mais fácil que ótimo e elas nem ligam mais estão tão deprimidas ensimesmadas e tão aéreas que nem percebem.

O tempo a história e a sexualidade são a-morais, são as pessoas que criam os valores para cada época. Ainda assim digo está melhor mais facinho pois homem de verdade à moda antigas virou espécie em extinção está moleza elas tão carentes pacas a molecada não está retribuindo ou preferindo a mesma fruta que a deles e elas dão em cima até dos casados que não podem dar-lhe uma atenção maior pois tem que dar o número errado do telefone devido aos compromissos já assumidos, como o compa falou. São periguetes como diz a rapaziada de hoje. Por final acabam por ralar bombril, o que é uma boa saida possível e respeitável.
Não admito nenhum tipo de moralismo quanto a sexualidade desta época hedonista ou outra desde a Antiguidade greco-romana ou oriental. Dá para discutir o que é certo ou errado em termos morais ou pessoais? Cada um faz o que bem entende com seu rabo xana ou pica. Faz tempo que nem existe mais repressão sexual como houve em outras épocas do patriarcalismo católico Brasileiro. A estrutura familiar alterou-se, o que é louvável, ao menos nos Grandes Centros e capitais, pois nos grotões ainda tem. É pena que não podemos fazer o mesmo quando alguém coloca um berro na nossa cara ou nos proibem de fumar cigarros fecham um bar ou cabaré que gostávamos aumentam o preço da passagem ou qualquer coisa que faz mesmo o hedonista mais radical de academia fitness runner ter que sair da bolha ou da casca do ovo. Quando pisam no seu calo, a porca torce o rabo e o inferno são sempre os outros. e ai começa a gritaria. Mas isso é divagação demais fica pra outra. Nem era meu objetivo, procuraram pêlo em ovo. Mostra que o número de acessos tá aumentando, pois estão lendo e dando atenção. Pra quem disse que não valia nada e era uma droga o que escrevi, já está de bom tamanho.

Depois de nos despedirmos, ele tomou seu rumo e eu peguei o beco para o Tietê, com a mochila nas costas.

Chegando lá, tinha gente com seus stands enchendo o saco para que eu fizesse a assinatura de revistas baú sem alça da Abril. Eles são apenas contratados temporários precisam do emprego e eu não podia dizer nada fazem porque precisam. Dei um conto ele perguntou se era de coração e eu disse que sim mas não muito convencido. Logo mais as deixaria no banco do ônibus não tinha interesse naquilo uma revista falando mal da bomba atômica do ditador da Coréia não tinha saco para aquela outra modalidade de Veja! Peguei um lanche pois já era depois das seis. E pensei como esses lanches estão menores e mais caros. O tempo que eu tinha não permitia que fosse lá fora buscar num daqueles botecos ao lado da rodoviária o que seria melhor.

A viagem foi boa acompanhada de William Carlos William, Ledusha, Leminski, Bivar e um finalzinho de um Kerouac. E lendo o Bivar numa passsagem do chicabum sobre a Gisolda e um moleque fazia tempo e precisava muito para somente literatura me deixar de picadura. Eu também levava um material para preparar um curso de atualização para professores. Havia uma coitada deseperada querendo saber se podia pegar o dinheiro da sua passagem pois fora enganada. Só perguntava por Guaxupé mas queria ir para outro lugar. Falei que São Sebastião era mais perto mas para onde ela queria Mococa seria mais próximo. Ela vivia ligando no celular para um cara. Meu diálogo silencioso com todos aqueles autores somente foi interrompido ao pararmos em Campinas e Mogi Mirim onde desci dei uma mijada e comprei uma paçoquinha.

Cheguei naquela noite escura na rodaviária casabranquense segui na bota até a antiga estação ferroviária da Mogiana que carregava café cachaça e hoje está desativada e é a sede da Prefeitura sentindo o aroma das damas da noite. Passei pela estação, pois queria saborear um daqueles lanches maravilhosos, pois estava faminto. Não tanto pelos santos hambúrgueres bacon saladas ou outros ingredientes mas mais pelo tempero e a maionese caseiros. Eles são sagrados.

Ainda cheguei a tempo de chegar na casa da minha tia e curtir uma reportagem sobre o concurso da "Garota do Laje" no Rio de Janeiro (ver no meu perfil). As garotas do laje são umas mulheres lindas, loiras, morenas, negras, miscigenadas de cabelo cacheados ou lisos, suburbanas, periféricas da baixada fluminense. Falou das discussões delas sobre a violência, o tráfico, o funk, e a carestia. Havia um cara que era o apresentador do concurso e ele disse que era uma forma de discutir todas estas questões sociais, de como uma mina daquela leva duas horas e é caro para chegar da periferia a praia. Dai preferirem tomar sol na laje dos puxadinhos onde moram nas favelas nos morros pro desespero da mulherada da vizianhança. Quando vem do estudo ou do trampo no dia a dia suas mães ficam esperando nas pontes até alta madrugada. O prêmio para a vencedora é um carro usado 2001 uma piscina hidro aquecida e a cobertura na medida de uma laje (em azulejos). Mas é óbvio que o que eu curti mais do que o sociologuês barato do apresentador foi ver as cachorras funkeiras rebolando o popozão. Nossa como aquelas miscigenadas bundudas são lindas criaturas! Os pais que fizeram devia dar a receita pra fazer em série; O jogo de bunda de uma rebolando maravilhoso, e pude assim dormir mais contente e satisfeito.

Logo cedo mas não tão cedo pois tava quebrado, fomos dar uma caminhada naquele pedaço de terra com paisagem de casas ainda coloniais e paralelepídedos, mas que também o progresso chegou com suas lanhouses e comércios, mas só isso, pois a cidade é de aposentados, seviços e economia agrária. O engraçado que vi é que a cidade mal começa e mal acaba, pois muito cedo não há mais ninguém na rua, especialmente após nove dez da noite e de semana. E que o negócio principal são sorveterias, há várias todos concorrem entre si no mesmo negócio. E não se entendem e ninguém consegue vender nada. É fim de carreira para quem quer alguma diversão e prazeres da carne.
E beber sozinho por beber sozinho, prefiro beber em casa. Pois a bebida e o ritual de beber tem aquela coisa de sociabilidade que nossos antepassados da época das cavernas e da pedra lascada sabiam muito bem ao reunirem-se em volta das fogueiras.

Vi de longe um amigo sem um braço carregando uma sacola. Lembrei de um camarada, o Natal. O Natal era um desses bangers nervosos, muito simples e gente boa, morava numa casinha perto de uma roça mesmo. Era muito brincalhão, tirava uns baratos com todo mundo. Fazia e estava em altas noitadas como as de pingaiada 61 ou na casa do Serafim tomando também 61 no bico de garrafa de cerveja e tocando uns sons no violão. Tinha apelido de marimba, devido suas espinhas e seu cabelo parecer caixa de marimbondo. Ele curtia Sabbath do Dehumanizer, Metallica, Megadeth, Slayer, Ministry e dai para outras podreiras. Nós ficávamos escutando discos de vinil e tomávamos uma cana na casa do Cridão. Ele até colou em casa em Sampa lá para 1992, demos um role na galeria e tudo. Só sei que depois virou crente e quebrou todos os discos que falavam sobre o demo. A última vez qeu o vi acho que foi em 2001 ou pouco depois, mas bem mais calmo.

Fui conversando com minha tia, obtendo informações sobre a atual administração, vendo só o jeito dela compreender as coisas e aprendendo com seus comentários e sabedoria simples. Também lembramos de um fato antigo, em que fomos para Piracicaba em uma curandeira de todas doenças ela fazia o sangre de cristo escorrer de seus pulsos e escapou de um tiro devido ao seu crucifixo e era só fuligem preta de cana queimada a noite inteira e nós encaramos toda aquela doideira. E da outra em Leme um templo espírita ramatis que fazia cirurgias começaram a dar passe em minha pessoa na frente de Jesus Cristo baixou um saravá disseram que eu era médium puxa vida era mais de dez homens e mulheres tentando segurar o meu espírito e eu só vendo aquela treta. Hoje fiquei cético demais em relação a estas coisas.

Passamos na casa de uma prima minha, sua casa continua naquele mesmo caminho de ladeira, depois continuamos a subida até o Horto, sentindo aquele sol e a carne assando em um horário já tardio. No caminho todas as pessoas nos cumprimentavam, inclusive um senhor que ela chamava de tio Lio muito parecido com meu avô, simpático pacas. A sua figura trouxe-me um flashback do dia em que ele morreu tinha sete anos éramos dezenas de crianças de oito pais ou mães dormindo numa cama de casal nos fundo da casa enquanto ocorria o seu velório na rua abaixo alguém cuidava e nos olhava. Meu avô era um homem muito simples lavrador da roças mas tinha uma baita de uma presença. Só lembro dele bravo falando quando era contrariado: "ê, porquera!" ou que me colocava em seu cavalo branco quando eu era um naco de gente.

O horto florestal estava todo arrumado, limpo e com cheiro de eucaliptos, próprio para caminhadas. Ela fez umas perguntas sobre pedras redondas se elas sempre foram assim ou se foram tonando-se redondas eu disse que foi a ação do tempo e o desgaste e dai ela começou a pensar nos milhares de anos atrás e pra frente daquele lugar que estávamos passando. Senti minha pequenes com aqueles pensamentos mas parou por ai. Pegamos a estrada de entrada para cidade e voltamos.

Chegamos em casa ainda a tempo de tirarmos um racha de bilhar antes do almoço. Pois agora há uma mesa na casa de minha tia, uma mesa de sinuca para jogarmos a vontade! Fomos mandando ver no jogo e tomando umas cervas, lambiscando um tiragosto de mortadela cujo gosto foi melhor com a idéia que eu implementei de espremer um limão rosa sobre. Fomos jogando o jogo da lei da gravidade de forças e acelerações que é o bilhar, de dominio da Fisica, que só vai sacando e adquirindo experiencia e medida quando se pratica mais e mais. Ganhei a primeira de pois comecei a levar um coro, pois minha tia tava afiada e tinha treinado para bater. Enquanto isso ia rolando o cd do Carlos Careqa e eu pedia meu guaraná jesuis. Demos um tempo, eu consegui diminuir a diferença pra 5 a 2, e fomos almoçar. No caminho haviam mais periguetes, que ficavam sorrindo de longe e dando mole. Voltamos, eu tinha que sentar de volta para preparar o curso.

A noite resolvemos ir até um rodizio numa casa de pizza disputada, mas a fila de espera estava imensa, de modo que ficamos tomando duas cervejas e contando piada, emquanto que algumas moças e rapazes de várias cidades ficavam ao nossso lado um teve coragem de dizer que quando sua mãe xingava "filha da puta" na cozinha, ele respondia: chamou, mãe? Nunca vi coisa assim igual, fiquei pensando. Nós ficamos na nossa prosa, enquanto minha tia contou-me piadas de um gato que na espreita do buraco do rato, latiu para pegar o rato. Este, nas mãos do gato, perguntou pelo cão. O gato respondeu: hoje quem não fala duas línguas está perdido! Rachávamos de rir, e os outros sem entender nada. Ficamos tomando cerveja e ela contou uma piada de dois papagaios. Não se sabia qual era o macho ou femea. Colocaram para acasalar, descobriram e rasparam a cabeça da femea. Certo dia, o papagaio macho, ao ver um careca que se aproximava, perguntou: você andou dando o rabo? E rachamos de rir. Depois veio a piada do Árabe bem dotado que apostava um carpete se a filha, a mãe e avó não peidassem... todas perderam, só a avó saiu com o carpete debaixo do braço. Ao perguntarem e se admirarem com o poder da velha, ela disse que não ganhou, que iria lavá-lo, pois tinha cagado em cima dele... A esta altura, já estávamos com a barriga doendo de tanto rir.

Desistimos daquela fila que estávamos a mais de duas horas e fomos fazer um lanche ali perto mesmo. Demos linha. Eu tinha que dormir para amanhã continuar a preparar o curso de atualização, curtindo meu Sangue, suor e lágrimas. Também tinha que dar um trampo e ajudar minha tia a tirar umas coisas velhas e guardar, além de fazer uma outra caminhada contando piadas com minha tia e uns contatos na cidade.

Eu também lembrava de uns loucos no interior de São Paulo, que provava o sabão da razão. Um era o Artur babou no leite, que quando era incomodado, soltava farpas para todos os lados. A outras era a Maria Batata, que quando a molecada chamava por este nome, era pedrada para todos os lados.

No último dia ainda encontrei o Du Galante, fazia mais de uma década que não o via. Nós jogávamos uma pelota na rua dele, bagunçávamos o coreto em boçorocas. Marcamos uma ponta de nos encontrarmos em Sampa. Fui atrás do Rafael, batera, que trampa no CPP, mas descobrique ele estava de férias, assim como não tinha ninguém no Sindicato APEOESP. Começou até a cair uma garoa fina logo eu daria área para a rodoviária, pegar o bumba de volta para o meu delírio cotidiano com as coisas reais.




Sendo levado para o sossego eu reencontro o passado
Deixo de lado os fúteis inúteis
Vou para meus retiros espirituais
Viajem curta pra descansar a cabeça
que não pára de funcionar
Uma saída do mundo, uma retirada
embora rápida, para relaxar

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