Estava lembrando certa vez, uma semana toda em que estava só, isso já faz um bocado de tempo, anos atrás. Tinha o costume de, mesmo tendo que acordar muito cedo para trampar, ia até o boteco do Gera para ficar trocando idéias com aquele camarada cearense.
Noite adentro, tomando umas pingas de Guaxupé, de um barrilzinho que ele tinha lá especialmente para estas ocasiões, conheci duas mulheres, amigas, uma morena e outra loira. Elas ficaram conversando, até na hora em que foi embora, fez uma proposta de carona. Uma delas não quis aceitar de pronto. Não tinha nada de malícia.
Afinal, era seu caminho, passaria pela Nove de Julho, era uma travessa após o túnel, o que custava? Foi, levou-as, e elas o chamaram para subir. Era um apartamento antigo, grande.Começaram a fazer um frango a passarinho na cozinha, uma delas, que era mais desconfiada, Paraiba se não me engano. Na mesa, tomando uma cerveja, elas começaram uma choradeira, por conta do amigo ou namorado de uma que falecera a pouco, foram perdendo a desconfiança em relação a sua pessoa. Só sei que ficou mais um pouco na prosa, depois disto saiu, pegou o beco para sua goma, pois ainda teria trampo logo cedo no dia seguinte.
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A pior foi a de uma loira e outra mina, que começaram a bater boca com ele na rua, na frente do mesmo bar, a falar umas coisas, inverdades, em relação a sua pessoa, ou pior ainda, sobre a nega que nem conheciam, sabe-se lá porque. E o pior, na ausência dela, sem que pudesse se defender das acusações de que era "mal comido". Coitada, a bichinha o agradava bastante, elas é que não sacariam da parada, porque sempre estavam loucas, doidonas, como era de praxe encontrar gente assim que não segurava bronca. Só estava na dele, como sempre, e vieram atravessar e ainda colocaram o nome em vão da nega, falando mal dela sei lá por qual motivo e sem conhecê-la. Este mundo é cheio de gente problemática e nóia mesmo que nem dá pra levar tudo a sério.
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