Eu diria que a vida é um mosaico com pedras todas misturadas nada conexas,
nada ordenadas
nós é que buscamos dar sentido pra algo sem sentido algum
E a história é um caleidoscópio com suas grandes miríades brilhando
E nela ou você fode, ou está fodido
Felizes são os bêbados, os loucos, os poetas
eles que embelezam um pouco este mundo careta e cinza
*
Como o conhaque da noite anterior aguça minha sensibilidade em um Domingo
dá vontade de gritar e sair chutando e fazendo de tudo
minha cabeça vai a milhão, como dispara um tiro a cada milésimo de segundo
A solidão está me deixando doido, estou ouvindo pessoas entrarem na minha sala
não vou jogar fora meus LP e VHS porque inventam uma nova moda a cada minuto
não vou me iludir pela sociedade do consumo que me oferece o último babado
por isso escuto meus LPs e assito meus VHS no talo e deixo todo mundo de cabelo em pé
*
Este é meu espaço
quando escrevo nele baixa um pai de santo
é como se acendesse algumas ervas e tomasse uma cachaça
e eles falassem por mim, eu fosse seu instrumento
Baixo todo o meu exu, que é de luz
solto todos aqui neste espaço
REBENTOS DO CELSO: Poemas, causos, memórias, resenhas e crônicas do Celso, poeteiro não-punheteiro, aquariano-canceriano. O Celso é professor de Filosofia numa Escola e na Alcova. Não é profissional da literatura, não se casou com ela: é seu amante fogoso e casual. Quando têm vontade, dão uma bimbadinha sem compromisso. Ela prefere assim, ele também: já basta ser casado com a profissão de professar, dá muito trabalho. Escreve para gerar o kaos, discordia-ou-concórdia, nunca indiferença.
domingo, 6 de setembro de 2009
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