Acabou de mandar pra dentro dois hot dogs, depois de mandar uma breja e uma dose de salineira pra dentro, e foi dar um rolê pra não apodrecer em sua casa, mesmo que seja muito divertido o que ele encontrava pra fazer.
Passou no mercado e pegou mais umas cervas, porque seria brabo passar o final de semana prolongado no osso sem o seu bem. Ele se vira legal e consegue se divertir com bem pouco de montão. Fica só vendo essa molecada atual, como são tão frescurentos. Uma mania de limpeza e de assepsia com as coisas. Acho que até pra beijar alguns deles não beijam, pois tem medo das bactérias.
Esta molecada que veio depois, que é adolescente nessa época atual, nem sabe curtir como curtimos. Só diversões cibernéticas e eletrônicas. Nem sabem o que é um pião, bola de gude, pipa, carrinho de rolemã, mal se ralaram mesmo e nem pegam no pesado.
Claro que generalizando, tem molecada ainda de alguns lugares e condições que sabe o que é isso, mas a tendência é quererem ser iguais aos frescurentos.
Toda avaliação que se faz, todo juízo traz embutido um valor, pois viver é avaliar, dar valor, dar sentido para as coisas. Pode ficar sossegado que não tá recheado de moralina pestilenta e pessimista esta avaliação.
Tá podem falar que é inveja ou não sei o que. Mas tem coisas que não conseguem fazer nem a pau como fazíamos, e muito mais, se divertir, se ralar, se sujar todo, se embebedar pra valer sem medo ou levar uns belos de uns tombos. Podem até sair do lugar, ir pra Canadá, EUA ou Europa, mas nunca viajaram pra dentro de si e não sabem curtir a simplicidade. Nem curtir um som pra valer eles sabem: podem ter seus mp10, tem todas as músicas nos ipods mas não sabem procurar o que é do bom. Ficam com medo de entrar no mar, porque é perigoso ou pode ter seringas ou coisa do tipo vem junto na onda. Pura piração. Pra eles só lembro aquele velho poema do Borges, que ficou mais famoso com os Titãs: devia ter complicado menos, trabalhado menos, mas agora sou velho e minha vida passou...
REBENTOS DO CELSO: Poemas, causos, memórias, resenhas e crônicas do Celso, poeteiro não-punheteiro, aquariano-canceriano. O Celso é professor de Filosofia numa Escola e na Alcova. Não é profissional da literatura, não se casou com ela: é seu amante fogoso e casual. Quando têm vontade, dão uma bimbadinha sem compromisso. Ela prefere assim, ele também: já basta ser casado com a profissão de professar, dá muito trabalho. Escreve para gerar o kaos, discordia-ou-concórdia, nunca indiferença.
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