REBENTOS DO CELSO: Poemas, causos, memórias, resenhas e crônicas do Celso, poeteiro não-punheteiro, aquariano-canceriano. O Celso é professor de Filosofia numa Escola e na Alcova. Não é profissional da literatura, não se casou com ela: é seu amante fogoso e casual. Quando têm vontade, dão uma bimbadinha sem compromisso. Ela prefere assim, ele também: já basta ser casado com a profissão de professar, dá muito trabalho. Escreve para gerar o kaos, discordia-ou-concórdia, nunca indiferença.
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Kamikaze
Sou mais um pistoleiro do que um poeta
não tenho tempo para profundezas da alma
sigo a vida dando tiros
À sangue frio, à palo seco
sou um franco atirador, pistoleiro
lançador de coquetéis molotov
Não tenho tempo para o feeling
o meu feeling é o fio da navalha
que faz minha barba mal feita
E as convocações da Justiça pelos engabelamentos que já fiz
só nesses tempos foram duas enrascadas
que chegarm na minha goma pra me infernizar
sempre a Ordem e A Justiça de mãos dadas com a Lei
prontas pra surrupiar a grana que nem tenho
Daí você vem me falar em sentimento?
Nem me venha com histórias
sou um fora-da-lei, um bandido de verdade
se eu tivesse uma vida certa, regrada
muita grana e fosse um bon vivant
comendo caviar ou tomando champagne francês
ainda poderias dizer qualquer coisa
mas ando no fio da navalha, baby
lutando contra dragões nada imaginários
e tratores de esteiras prontos para me esmagar
minha única diversão é junto minhas primas pistoleiras
fumando uns becks regados à conhaque
Dando uns tiros numa noite perdida
qualquer dessas, por ai
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