Tenho tido a companhia do ilustre e mais pervertido dos nobres, o Marquês de Sade. Acabei de testemunhar mais um de seus relatos, este um livro de cabeceira, os 120 dias de sodoma, que o próprio marquês não teve a oportunidade de publicar em vida, uma vez que dera como perdido seu manuscrito de merda e sangue. Ao longo de mais de 200, quase trezentas páginas, uma camarilha de pervertivos como Durcet, quebra-cu e outros atormentam jovens aprendizes e destilam escatologia pra ninguém botar defeito,:cropofagia, ducha dourada, e toda sorte de putarias que se pode imaginar. Quem tentou se aproximar deste relato no cinema foi Pasolini, adaptando-o para o fascismo de seu país, e teve muita merda, mijo, sangue pra ninguém botar defeito.
Mas também tenho seguido coisas sublimes, e quebro o gelo da bestialidade humana com a mitologia e os símbolos de um Heine ou Hölderlin, o romântico Keats, em sua invisíveis asas da poesia, o modernismo de um Almada Negreiros, ou a poesia do bardo que compõe canções como se fossem orações de uma cabala judaica, através das linhas inimigas do meu amor, do Leo Cohen. Também curto viajar de navio na Balada do velho marinheiro do Coleridge. O Catatau também foi uma coisa dos últimos tempos bem curiosas de se encontrar, aquele René Descartes fumando uma erva na expedição do Maurício de Nassau e vendo seu cogito racional naufragar em uma Pernambuco holandesa.
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