domingo, 12 de dezembro de 2010

Mais uma dose, please, mr. voice of rock


Eis que eu chegava de uma reunião no centro velho, mais precisamente da Sé, quando passei pelo mercado Dia, comprei algumas coisas pra casa, rango, brejas vagabundas e baratas (a geladeira não tem ficado sem, encontrei uma Rio Claro, satisfatórias), haja visto esse calor pós-chuvas, que não refresca nada). Passei em casa, fiz um rango e resolvi chegar na Cardeal Arcoverde pra tentar um esquema para ver e escutar the voice of rock, blues e soul mais uma vez.
O Carioca (apesar da fama de ser uma casa voltado para os neopagodeiros) tem sido uma casa em que tem rolado algumas apresentações do circuito rock and roll ultimamente. E o bom é que é bem perto de casa. Já se apresentaram no palco grandes do rock, como o própio Glenn Hughes há um ano atrás (com Casa das máquinas abrindo), passaram este ano o UFO e o Halford (que não vi), e mais recente o Carl Palmer, que tive a oportunidade de conferir recentemente e até fiz uma resenha.
Eu estava sem qualquer expectativas, soube de última hora, a meia entrada restrito a net, na hora que tentei pela net, acabou, fui só por desencargo de consciência e na fé cega mesmo. Peguei um guarda-chuva esquecido, uma vez que a chuva com mormaço que antecede o verão me obrigava, e segui a pé rumo ao Largo da Batata com os sons do Deep Purple, Trapeze e do Seventh Star povoando a vitrola na minha cachola. Chegando lá, perguntei pelo preço, não tinha meia na entrada, mas consegui fazer um bom negócio: abati 20% do ingresso.
Pensei que estaria atrasado, mas estava ainda para começar. Glenn entrou no palco muito carismático, ele curte o Brasil. Dessa vez, depois de abrir com Muscle and Blood, do disco de 1982 Hughes and Thrall.  Na sequencia, ele emendou para a minha gratidão Touch my life, do Trapeze, compensando o ano anterior, em que não tocou nada de outras bandas pelas quais Hughes passou (e foram muitas) além do Deep Purple. Aquela levada pesada, falando que há um sentimento dentro da minha vida, valeu por todo sacrifíco em torrar os últimos patacas, tudo pelo bom e véio rock. Lembrei da velha fita k7.
A seguir veio de Sail Away, uma de minhas preferidas do Burn, do Purple, muita gente boiou, pois esta é uma música B mas com qualidade muito superior a outras. Glenn falou que tocaria uma música dos anos 1970, e logo começaram os dedilhados de Medusa, do disco homônimo do Trapeze ele esgoelou como poucos, com a capacidade e o timbre soul music que ele imprime nas músicas. Ele anuncia o faleciodo Mel Galley antes de tocar outra música do Trapeze , disco You are the music, Keeping time. Do  Deep Purple, como já era de se esperar, mandou Mistreated, com aquele solo inicial na guitarra e seu vocal solo no final e Stormbringer, pra fechar com Soul Mover e voltar com o bis de Burn. Pra conferir, Eis mais ou menos o set list, com pequenas diferenças, que já comentei:

01 Intro

02 Muscle And Blood (Hughes & Trall)

03 Touch My Life (Trapeze)

04 Orion

05 Sail Away (Deep Purple)

06 Medusa (Trapeze)

07 You Kill Me

08 Can't Stop The Flood

09 Crave

10 Don't Let Me Bleed

11 Keepin' Time (Trapeze)

12 Steppin' Over

13 Soul Mover

Encores:

14 Addiction

15 Burn (Deep Purple)

Acabou o show, na saída haviam cartazes. Peguei alguns. Glenn tocou com tanta gente (Gary Moore, no Phenomena etc) que ficou ainda devendo tocar umas que compôs e gravou com o Tony Iommi, principalmente do Seventh Star, meu preferido entre os discos com Glenn nos vocais (Pode ser algumas coisas do eight, do 1996 dep sessions ou do Fusion também que não acharei ruim). Deu pra perceber que ele vai soltando aos poucos, cada vez que vem, toca um pouco mais de diversidade, desta vez foi mais Trapeze e algo do disco solo com o Pat Thrall. Quem sabe numa próxima, desde que não demore muito, tá valendo.
Fiquei mais duro, porém mais feliz por mais uma dose de rock em roll puro. Só segurar as pontas até o dia 15 que vem mais uma merreca do décimo terceiro pra apaziguar um pouco o drama, já que a coisa ficou feia, lá vem mais contas. Passei no super, comprei mais algumas tralhinhas, mais uma cerva pra vir tomando enquanto caminhava nesta noite calorenta e um tanto chuvosa e agora cá estou eu, solitario, digitando estas linhas, preparando para assitir alguns filmes e degustando uma pizza destas semi-prontas que assei no fogão, enquanto espero ansiosamente a chegada da minha querida, misto de Mardou Fox com Tristessa, num fim de tarde de um domingão calorento e chuvoso.

Assista aqui videos do show do ano passado
Glenn Hughes no Carioca em 16 de Dezembro de 2010:

Nenhum comentário:

Seguidores

Pilotando a banheira do Manoel nas dunas

Pilotando a banheira do Manoel nas dunas
seguindo após Pitangui até Muriú-RN

Tatoo you

Tatoo you
Woman of night; Strange kind of woman; Lady in black; Lady evil; Princess of the night; Black country woman; Gipsy; Country Girl

Caricatus in 3X4

Caricatus in 3X4

Outra caricatus

Outra caricatus
Desenhista do bar e restaurante Salada Record

Mix, podi mandá "uma" aí?