Suas mãos firmes, os dedos finos
apertando a massa, fazendo doces cristalizados
ou docinhos, beijinhos, brigadeiros, amendoim doce
ou bolos de diversos tipos
As conversas ao pé da mesa, o rádio ligado
A vida nunca mais será a mesma
nunca mais esse tempo voltará
as conversas, ensinamentos ou simplesmente
prosas jogadas fora
Estórias de ouvir vozes
vindas da mangueira do sítio
As estórias do cachorrinho fri
Ou dos personagens, pessoas do interior
Roque Tete, Emilinha, vorta mula, ou da Maria Boi
Nunca mais eu serei o mesmo
Após esse duplo luto
Parece que a morte estendeu sua capa
Deixou um rastro na vida
A saudade é muito grande, doída
Do seu cuidado, do carinho, da atenção
De tudo tão bem feito e preparado
sem fazer questão ou de ficar falando que faz
Simplesmente fazia, com todo amor,
dedicação, desprendimento e desapego
Lembro das brincadeiras
Dos conselhos, da sua sabedoria de vida
Da sua previsão e intuição femininos
Preocupada, ainda que nem sempre ouvíamos
ou seguíssemos seus ditos
Saudade de um tempo que já foi.
REBENTOS DO CELSO: Poemas, causos, memórias, resenhas e crônicas do Celso, poeteiro não-punheteiro, aquariano-canceriano. O Celso é professor de Filosofia numa Escola e na Alcova. Não é profissional da literatura, não se casou com ela: é seu amante fogoso e casual. Quando têm vontade, dão uma bimbadinha sem compromisso. Ela prefere assim, ele também: já basta ser casado com a profissão de professar, dá muito trabalho. Escreve para gerar o kaos, discordia-ou-concórdia, nunca indiferença.
domingo, 28 de dezembro de 2014
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