Estavam em uma noitada numa pracinha. Havia uma gordinha dando em cima dele fazia tempo. Um camarada tinha arrastado a sua irmã. Lembrou de que a gordinha ficou passada de bêbada e sobrou para ele.
É sempre assim: a primeira vez da gordinha, no sexo e no porre: a primeira nunca conta, nunca é para valer, nunca quebra o cabaço pra valer. A segunda já desce melhor, vai mais fácil adentro na mulher. Ela tinha catorze ou quinze no máximo. Então, quanto mais faz, mais ficava melhor.
Ela ficou no pé dele o carnaval quase inteiro. Quase que entrava em outro esquema, com duas fubanguinhas e um camarada, ele foi até atrás, bebinho, mas chegou tarde e não tinha sobrado nada. A gordinha teve a moral de ir atrás, na casa de um camarada. Ele até ligou para casa e falou com o véio. Disse para que viesse embora, e ele disse que não, "que tudo lá estava muito bem". Todos riram, pois estavam loucos e chapados.
O moleque estava sentado, em frente do salão principal da cidade, o carnaval rolando. A gordinha ficava beijando, esfregando, pra ela que era feia, foi vantagem. Só chegou um mané comédia, dizendo que ele estava deixando a sua “sobrinha assim bêbada”, e tal e tal. Uns camaradas chegaram, a própria gordinha chegou, dando água e tudo mais, der um esporro no pau no cú do tio dela, querendo dar mesmo pra ele e ficar em paz. Depois ainda chegamos a dar uns chutes, umas bicas no mané, num bar na cidade, meses depois que o trombou. Ele ficou na moral, mas depois voltou com uma galera. Eles também tinham número, ainda que menor. O moleque chegou a errar um soco no ar, de bêbo que estava, ele veio com uns golpes de caratê, acertou um soquinho de moça, separaram, a coisa ficou por isso mesmo.
*
Outra fuleiragem que aprontaram e que não deu em nada foi com o Cristiano, o diabo loiro, o Rob Halford casabranquense. Arrumaram umas minas, compramos um conhacão, e fomos tomando em casa. Sempre sobrava alguma para ele, desde que veio no Bixiga uma vez e uns caras ficaram estranhando.
Uma era uma putinha, tinha mais experiência. A outra, uma loirinha, gordinha, baixinha, que depois Albanês descobriu que nem pêlo na buceta ela tinha.
No entanto, a baixinha começou a dar trabalho. Bebeu um pouco a mais. Fico lá na sala, Albanês tentando dar uns amassos, enfiou o dedo lá e descobri que a gordinha era virgem. Nem emplumada ainda ela era. O diabo loiro ainda pegou ela no quarto, ela gemia, resistia, e ele tentava bombar, entrar na gordinha.
Albanês partiu para cima a putinha, uma vez que ela pediu para secar sua calça, que tinha molhado. Só não rolou porque um pirralho ficou enchendo o saco. A gordinha berrava, batia na porta, pedia para sair. Na saída, seu camarada ainda jogou a borracha na cara dela e xingou as vadias, que só deram trabalho.
"Ele morava com a mãe. Ao entrarmos, a velha senhora ergue os olhos de seu jornal:
-Hank, não vá embebedar o Timmy.
-Como vai, sra. Hunter
-Da última vez que você e Timmy saíram juntos, os dois acabaram na cadeia." Henry Chinaski no Factótum.
-Hank, não vá embebedar o Timmy.
-Como vai, sra. Hunter
-Da última vez que você e Timmy saíram juntos, os dois acabaram na cadeia." Henry Chinaski no Factótum.
Augusto participou da treta que evolveu um camarada seu. Saiam as vezes para tomar umas biritas, mesmo caminhando pelo bairro, até um supermercado. Pegavam o litrão, da pingaiada, misturavamos com alguma coisa para sujar.
Na volta, o camarada as vezes dava uma de xarope. Tomava as decisões sozinho, achando que dava conta do recado. Passaram uma vez pela casa, estava rolando uma festa na garagem. Ele falou que uma mina, nesta festa mexeu com ele, deu um xingo, sei lá. O Augusto falou que deixasse quieto, e que seguissem seu rumo, pois aquilo nada significava, e ele nem tinha ouvido. Apesar de ser menos de um ano mais novo, a experiência em lutas de Augusto, ganhas ou perdidas, deram a medida de quando entrar ou não em uma. E naquele caso, era claro que era bobagem pagar para entrar em um jogo em que se ia perder de goleada.
O resultado é que o bicho teimoso foi lá, e ainda chegou falando alto. Tinhas uns caras gordos, fortes, que só se alimentavam bem de hambúrgueres e faziam musculação, que já chegaram descendo o braço. Em Augusto, acertaram um soco de raspão, na têmpora, ao lado do olho que inchou, e ele teve que esconder no domingão em casa. O seu camarada estava com umas botinas que usava. Puxou-o para correr, pois com aquela leva não podíam mais, e ele veio depois de ver a merda que aprontou. No entanto, Augusto saiu rasgando por aquele fim de Bonfa. Já o seu camarada não teve a mesma sorte com seus saltos altos. Tropeçou, virou bola, um saco de pancadas. Augusto só conseguiu voltar para ajudar a carregar. E ele mancou um bocado ainda.
O pior foi a vez que, em um show do AC/DC, o cara resolveu se vingar da polícia que havera reprimido Augusto por uma danação que ele aprontara. Deu um mijão no carro de uma rádio, discutiu com o "promoter", levou uma prensa dos gambés, mas sabia o que tinha feito e segurara sua onda.
Já havia derrubado a garrafa de Velho barreiro. Perderam de vista e a conversa uma mina gente fina, que curtia vários sons do Terço; depois, resolveram ir embora. Eis que do nada o cara resolveu a sair correndo numa ladeira e começou a dar umas bicas, socos nos retrovisores dos carros. Ignorou, que, nesta circunstâncias, os guardadores tornam-se cães de guarda, pois são pobres trabalhadores flanelinhas, e este tipo de coisa sempre sobra para as costas deles.
Augusto tirou os caras de cima, puxando, mas eles estavam socando o seu camarada. Pegaram a cabeça dele. Só pode ver o resultado: o cara ficou com uma janela na frente, sangrando um bocado, os beiços inchados, lavando com a água da rua. Depois para disfarçar, o cara ficou tirando onda, mexendo com as primas até chegar na USP, afastando as mulheres que se aproximavam do Augusto. Mas nada conseguiu consertar a sua cagada.
*
Nem tudo foi azar. Teve um carnaval que parecia que ia mal, que seria um fiasco. O truta chegou, com suas cabeleiras a la Grand Funk, e apavorou toda a cidade. Diziam que parecíamos tomar ácido, tamanha curtição. Ele até ganhou a fama de lobisomem na cidade.
Na primeira noite em que chegou, foram parar até próximo da boçorocas, subindo no pé de Jambolão, com um monte de pingaiada na cabeça e outras coisas mais. O resultado foi que, no meio da noite, não deu outra: rodopiou tudo, Augustinho chamou o Juca pra valer, no chão, como já havia feito. Só que desta vez foi foda: o jambolão mancha um bocado. O pior é que ele já tinha experiência anterior no assunto... quem mandou comer jambolão naquelas alturas da noite?
A melhor parte foi após os 4 dias, sem conseguir nada, só mandando ver em todos os tipos de pingaiada, de repente, do nada, de um boteco, saem duas mulheres. As duas eram mais velhas, tinham uma boa conversa. Augustinho desceu acompanhando a morena de cabelos curtos. Olhando suas madeixas, suas coxas. Foi descobrindo que era uma historiadora. Sempre curtiu as historiadoras. Ele ainda gostaria de uma outra, só que loira, de Ribeirão, mas que não deu em nada. Elas são tão nostálgicas.
Bom, a morena era devoradora. Foi agarrando, dando uns beijos. Quando sentaram na calçada, a mina chupou o seu dedo. Pensou: "putz, hoje será o maior tesão. Esta mina trepa gostoso, dá para ver de longe!"
Pois, para sua surpresa, o truta, ao ver que iria perder a comida fina, começou a dar um escândalo de chorar. Agostinho estava dando o maior dos agarros, os beijos apertados, até alguém conhecido gritou o seu nome, mas ele nem viu, já que estava muito bem ocupado, dando uns agarros e quase entrando dentro da mina, apertando-a contra a parede e tirnado uns gemidos dela. Mas as minas foram embora. Não rolaria nada.
O seu camarada deu escândalo, rolou no chão, estrebuchou e chorou com romantismo. Ainda tiveram que agüentar mais um pouco na praça. Foi pena não encontrá-las no outro dia. Também, a volta foi boa, tomando cerveja no trem, oito horas de viagem. Rumo à capital, em um trem que nem existe mais, Mogiana a Campinas.
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