quinta-feira, 24 de junho de 2010

Esperando pra botar o pé na estrada: deu no blogue da L&PM (lembrei do que o Willer falou sobre o filme de trocentas horas necessário para ser fiel ao livro)



O Walter Salles é bancado por bancos que lucraram na estratosfera pra fazer este filme. O mecenato já existe desde fins da idade média baixa, ou seja, desde a formação do capitalismo, daí não ser novidade. A diferença é só o tipo de capitalismo, antes comercial, mercantilista, hoje financeiro-especulativo. Na impossibilidade de bancar sua própria produção e com parcos recursos públicos para o cinema, recorre-se ao privado. Nada de novo sob o sol.

Vejamos qual é a visão do cara das coisas em 2010, 2011 ou em que diabos de anosair essa fita, uma vez que dizer que há uma única visão significa matar a semiose, a interpretação e a visão que tem das coisas. Livro é livro, filme é filme, ainda mais que um foi escrito em 1951, outro, quase sessenta anos depois.
Não tem como ser igual mesmo, e nem é essa a questão mais importante, se ele vai estragar a recepção e o entendimento sobre o livro dos leitores, pois cada época e cada geração tem uma recepção da coisa. Se fosse assim, nunca teria lido nenhuma tradução, leria tudo no inglês, já que toda tradução é uma traição, uma adaptação para o cinema é uma traição além da conta. Deixemos a ojeriza contra as cópias e plágios pra Platão em seu afã pelas idéias verdadeiras.

A grande questão é se ele dá conta do recado, e daí é que vem a dificuldade das coisas: lembrei da oficina sobre os beats do Willer, que citou que esse projeto está parado na mão do Coppola há anos, que tem os direitos de filmá-lo, mas desistiu devido ser necessário dias de filmes. Ele fez um paralelo do que foi feito com o Combate nas trevas do Conrad/Apocalipse Now do Coppolla pra mostrar essa dificuldade. Ou ele dá pra trás no meio do caminho e caga na retranca, é isso o que interessa ver. Ainda mais que tem a questão da linguagem, que deve perder muito, mas uma trasnposição de um texto para um roteiro, a transformação para outra linguagem é SEMPRE diferente, vide o MACBETH do Orson Welles, o Anjo Azul, Morte em Veneza Romeu e Julieta - trocentas versões, Ricardo III e trocentos outros filmes feitos a partir de romances, peças e contos.

Sobre alguns comentários que li identifiquei um certo ressentiment blasé de quem parece aspirar à participar da farra, mas que tá de fora dela chorando as pitangas, querendo mamar nas mesmas tetas de flips, Itaús e o caralhaquatro.

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