Ontem eu fui até a Liberdade à noite. Minha neguinha poty pediu que eu fosse entregar umas provas que ela corrigiu lá na FMU. Eu faço tudo por ela, sem corpo mole. Fui de metrô, foi bem rápido. Cheguei na Secretaria, deixei o pacote pra uma mulher que deu um visto e arredei pé pra trás. No caminho, como houve jogo da seleção, eu vi os mais diferentes tipinhos, verdadeiros bobos da corte, com aqueles chapéus de palhaço verde-e-amarelo com bolas nas pontas, e mesmo sendo mais de oitimeia da noite os caras tocavam aquela trombeta, enquanto ficavam pelos bares da Avenida os adultos infantilizados após a copa. Lembrei-me como era melhor aquela avenida mais acima, quando chegávamos ao Cultural e ouvíamos uns blues na terça. Depois o povo enchia a calçada do Chicão, e as idéias, as pessoas rolavam com a maior intensidade das coisas. Bom, depois de passar por aqueles tremendos abestalhados, fiz questão de ir para casa, dar um tempo pra buscar meu bem. O caldo de madioquinha com alho poró que ela faz é divino, insuperável, ainda mais se eu acrescento aquele alho torrado e queijo ralado, não há melhor coisa no mundo pra esquentar o bucho numa noite fria de junho.
REBENTOS DO CELSO: Poemas, causos, memórias, resenhas e crônicas do Celso, poeteiro não-punheteiro, aquariano-canceriano. O Celso é professor de Filosofia numa Escola e na Alcova. Não é profissional da literatura, não se casou com ela: é seu amante fogoso e casual. Quando têm vontade, dão uma bimbadinha sem compromisso. Ela prefere assim, ele também: já basta ser casado com a profissão de professar, dá muito trabalho. Escreve para gerar o kaos, discordia-ou-concórdia, nunca indiferença.
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