REBENTOS DO CELSO: Poemas, causos, memórias, resenhas e crônicas do Celso, poeteiro não-punheteiro, aquariano-canceriano. O Celso é professor de Filosofia numa Escola e na Alcova. Não é profissional da literatura, não se casou com ela: é seu amante fogoso e casual. Quando têm vontade, dão uma bimbadinha sem compromisso. Ela prefere assim, ele também: já basta ser casado com a profissão de professar, dá muito trabalho. Escreve para gerar o kaos, discordia-ou-concórdia, nunca indiferença.
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Benzedeiras do interior
Minha mãe leváva-me em casas de benzedeiras
Aquelas mulheres que viviam em casas modestas
rústicas no interior de Minas ou São Paulo
Ouro fino, Caconde, Casa Branca ou outra cidade próxima
Era tudo muito ritualístico quando era moleque
Elas nos benziam e faziam suas rezas, faziam perguntas
e abanavam com ervas úmidas a nossa cabeça
davam-nos um chá para acalmar
Era bem melhor que qualquer psicólogo
Nunca precisei deles
E teve a vez que passamos na frente
da casa do Chico Xavier em Minas
ou do templo ramatis em Leme
Era tudo místico demais
Minha mãe ensinava
a fazer bois, cavalos
com manguinhas e palitos
a cabeça tronco e patas de palito
tudo isso sob a velha jaboticabeira
servia também de balanço
que o velho tio Peppo
lançáva-nos no espaço
Tai uma recordação achada no fundo do baú
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