segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Libertem todos prisioneiros políticos!


Até que enfim vi alguma coisa de alguns daqueles que se queixam ou tecem lamúrias, levantar a bunda pra fazer alguma coisa. Principalmente os que falam contra passeatas, mas que quando o bicho pega, e a água já afogou, esboçam alguma reação. Mesmo quando o poste já está atolado na bunda, nunca é tarde para brigar, pois a luta não começou anteontem, nem ontem, muito menos hoje. E a luta é algo permanente, para todos os movimentos sociais, e sempre prezamos pela autonomia, independência e luta destes frente ao estado, partido, embora são sempre os de esquerda que estão no meio, e não vejo nenhum problema nisso, pois este debate já está superado faz tempo pra quem já está calejado e escolado no assunto.
Estou falando da concentração e passeata no MASP que participei hoje ao meio dia, dos artistas de rua, circenses, músicos e outros. Foi bacana, não precisa esperar ter milhares, haviam centenas, mas a coisa é assim mesmo, a balaiada, farroupilhas, praiera, canudos, foram feitas com centenas. Fizemos uma passeata até a Augusta, depois voltamos para o MASP, parando em alguns locais, tocando, cantando, algumas faixas, os instrumentos, alguns andando em perna de pau, algumas palavras de ordem: "Kassab é contra a democracia e a liberdade de expressão" depois foi feita uma ciranda no vão do MASP, lido um manifesto, os músicos de metais tocaram, o guitarrista Rafael tocou, e daí fui embora. Muita gurizada, classe média, alguns lumpens de fato (pois alguns artistas são "lumpen" por opção, enão por origem de classe), uns pitelzinhos bem novinhos, que acho que nunca participaram de uma luta qualquer, o que é importante, pois cria consciência de classe, o que só ocorre participando da luta.
Espero não ter de ler tanta bobagem como eu li que alguns artistas se considerem como indigentes, pois há mais indigentes moradores de rua sem teto que lutam, ocupam prédios e fazem o diabo a quatro e não ficam resmungando pelos cantos. Apenas lutam, pois é um instinto natural de quem ainda está vivo, e não ficam de blábláblá nem se fazem de coitadinhos como gente que tem teto, comida e tudo mais e fica de choramingo. Como por exemplo os tiozinhos que me chamaram pra trocar uma ideia e me ofereceram um trago de uma pinga Jamel (faz tempo que não via uma dessas). Eles estavam deitados na pracinha perto do metrô Madalena, mandando ver umas esfihas, e me chamaram pra um papo.
Eles é que são indigentes, mas nem por isso estão de brincadeira com a coisa: são reprimidos pela política higienista do Serra-Kassamba (rampa antimendigo, praça, banco, vale até caminhão pipa jogando água, tudo contra os moradores de rua), que acabou com o projeto Boracéia e outros de inclusão e geração de renda para o povo da rua, defenestrou o centrão, a cracolância, mas jogou o povo da rua sob o minhocão e pela cidade toda. O levantamento realizado pelo censo no ano passado (publicado em Março de 2010) registrou 13 mil pessoas vivendo nas ruas de Sampa.
Foi bom pra democracia e para a liberdade de expressão, em particular, contra o autoritarismo do prefeito Kassab, que põe a força  administração, dá-lhe repressão policial pra cima. Espero que se organizem não apenas em situações defensivas como essa. Sempre que precisar fazer mobilizações de rua, usem redes alternativas pra convocar, façam petições on-line, entre outras, além de não ficar só no umbiguismo e participar do processo mais amplo de discutir a politica cultural pra varrer o fascistinha do Kassab do poder municipal e contra o grande Capital e suas manifestações facistóides que mercantilizam a arte, o espaço público da cidade e ressuscitam o preconceito obscurantista da violência homofóbica e outros tipos de violência. Não é a toa que isto está ocorrendo na Paulista, centro financeiro e coração do capital, não é à toa que emperram a discussão e implementação do Plano diretor e a reforma urbana com participação e sob controle popular.

Declamação das Revolutionary Letters por Diane di Prima
39 Free All Political Prisioners

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