Suas mãos firmes, os dedos finos
apertando a massa, fazendo doces cristalizados
ou docinhos, beijinhos, brigadeiros, amendoim doce
ou bolos de diversos tipos
As conversas ao pé da mesa, o rádio ligado
A vida nunca mais será a mesma
nunca mais esse tempo voltará
as conversas, ensinamentos ou simplesmente
prosas jogadas fora
Estórias de ouvir vozes
vindas da mangueira do sítio
As estórias do cachorrinho fri
Ou dos personagens, pessoas do interior
Roque Tete, Emilinha, vorta mula, ou da Maria Boi
Nunca mais eu serei o mesmo
Após esse duplo luto
Parece que a morte estendeu sua capa
Deixou um rastro na vida
A saudade é muito grande, doída
Do seu cuidado, do carinho, da atenção
De tudo tão bem feito e preparado
sem fazer questão ou de ficar falando que faz
Simplesmente fazia, com todo amor,
dedicação, desprendimento e desapego
Lembro das brincadeiras
Dos conselhos, da sua sabedoria de vida
Da sua previsão e intuição femininos
Preocupada, ainda que nem sempre ouvíamos
ou seguíssemos seus ditos
Saudade de um tempo que já foi.
REBENTOS DO CELSO: Poemas, causos, memórias, resenhas e crônicas do Celso, poeteiro não-punheteiro, aquariano-canceriano. O Celso é professor de Filosofia numa Escola e na Alcova. Não é profissional da literatura, não se casou com ela: é seu amante fogoso e casual. Quando têm vontade, dão uma bimbadinha sem compromisso. Ela prefere assim, ele também: já basta ser casado com a profissão de professar, dá muito trabalho. Escreve para gerar o kaos, discordia-ou-concórdia, nunca indiferença.
domingo, 28 de dezembro de 2014
segunda-feira, 22 de dezembro de 2014
Luto e melancolia
Dia 14/11
Solidão
Tristeza corrói por dentro
Saudade - faz uma falta danada
Imcompreensões mútuas cotidianas
Feridas e chagas abertas
Espinhos cutucam e machucam
Remexendo no lodo do pântano - da memória,
do fundo do ser
E a vida segue sem sentido
Só o cão companheiro
abraça e me lambe
Com uma chaga,
sem materno, sem filial e companhia
Sigo solitário
Dia 11/12
Um luto imposto
Melancolia como estado de espírito
A morte declarada pela distância imposta
Não a ver todos os dias como a via desde o nascimento,
minha querida menina
seus gritinhos, seus sorrisos, o seu cheirinho
A lonjura imposta não a tira do meu coração
dos meus sentimentos e pensamento
Ainda a tenho, seus cabelinhos cacheados
suas brincadeiras, manhas e mesmo chorosa canção de ninar, cantigas e cantigas,
pequenina meu anjo da guarda, tu me guias, noite e dia
meu espírito sempre ligado ao seu.
Tristeza corrói por dentro
Saudade - faz uma falta danada
Imcompreensões mútuas cotidianas
Feridas e chagas abertas
Espinhos cutucam e machucam
Remexendo no lodo do pântano - da memória,
do fundo do ser
E a vida segue sem sentido
Só o cão companheiro
abraça e me lambe
Com uma chaga,
sem materno, sem filial e companhia
Sigo solitário
Dia 11/12
Um luto imposto
Melancolia como estado de espírito
A morte declarada pela distância imposta
Não a ver todos os dias como a via desde o nascimento,
minha querida menina
seus gritinhos, seus sorrisos, o seu cheirinho
A lonjura imposta não a tira do meu coração
dos meus sentimentos e pensamento
Ainda a tenho, seus cabelinhos cacheados
suas brincadeiras, manhas e mesmo chorosa canção de ninar, cantigas e cantigas,
pequenina meu anjo da guarda, tu me guias, noite e dia
meu espírito sempre ligado ao seu.
quinta-feira, 28 de agosto de 2014
Veneno do mal
As mentiras e falsidades
Cobriram-lhe a divindade como um véu
O feitiço do mal-feito quebrou-se
E voltou contra a própria feitiçeira
O malfeito foi grande
arrasou, devastou e destruiu a vida
O mal perdurará por muito tempo, anos
Não tem perdão
A falsidade e o veneno da traição
serão lembrados
por gerações
E a alma será arrastada por demônios
Para os limbos infernais
terça-feira, 10 de junho de 2014
Coração sangrando
Tempos em que o amor se banaliza
Troca-se de “amor” como se troca de roupa
Fralda descartável ou absorvente usado
Amor que se diz eterno, pra vida toda, infinito enquanto
dure
Do naipe de Romeu e Julieta ou Tristão e Isolda
É trocado por algumas moedas, caprichos,
Vaidades ou coisas supérfluas
Tempo de amores líquidos, na modernidade líquida
O amor virou mais uma mercadoria
No fogo das vaidades do amor
Em que não existem mais laços nenhum
afetos, sinceridade
ou honestidade
Punhaladas pelas costas e no coração
Em quem sempre ajuda, estima e tem consideração
O cão morde a mão que o alimenta
Com que cara olharás para vossos filhos
Sempre pedindo a verdade, o que contarás?
Amar não é só concordar ou dizer amém pra tudo
Como dizia o russo Maiakóvski: desconfio que isso não seja
amar
Amores que vem de outras vidas
São vendidos ou rifados a preço de banana
Palavras não tem mais nenhum valor
Pessoas não tem coerência entre discurso e ação: não fazem o
que dizem pregar
Quero um amor verdadeiro e sincero, para o que der e vier
Amor do Vinícius, do Camões, do Raul ou do Renato Russo
Não um desses que se encontra na esquina e troca a qualquer
instante
Não desses que decepcionam e magoam em troca de ninharias
quinta-feira, 29 de maio de 2014
Internarei-me no hospício junto com meus grandes amigos
Sérgio Sampaio, que loucura, aquele que estava doente do peito,
maluco da ideia, amigo do Raulzito
Do Carl Solomon, De Repente, Acidentes
Aquele, amigo de Ginsberg
"que jogara salada de batata em conferencistas da Universidade de nova York sobre dadaísmo"
Ou no seu grande mestre Antonin Artaud
Recusara à Razão, vale mais o instinto e o corpo
Todos anjos seráficos,
Meu amigo Van Gogh, que cortou sua orelha
Suicidado da sociedade
esta que aparta por que não compreende os loucos
estes que apenas recusam suas leis.
Sérgio Sampaio, que loucura, aquele que estava doente do peito,
maluco da ideia, amigo do Raulzito
Do Carl Solomon, De Repente, Acidentes
Aquele, amigo de Ginsberg
"que jogara salada de batata em conferencistas da Universidade de nova York sobre dadaísmo"
Ou no seu grande mestre Antonin Artaud
Recusara à Razão, vale mais o instinto e o corpo
Todos anjos seráficos,
Meu amigo Van Gogh, que cortou sua orelha
Suicidado da sociedade
esta que aparta por que não compreende os loucos
estes que apenas recusam suas leis.
Sofia Bella
Nos seus olhinhos de neném vejo a inocência perdida
Como tudo é tão mais fácil minha pequena filha
As lembranças dos tempos perdidos, da doçura
Da delicadeza, do cuidado, coisas que entrevejo e lembro
de todo o cuidado e afeto que tive e lhe compartilho
nos seus pequenos olhinhos e lhe desejo
a sabedoria dos amigos loucos do papai, de um Goethe,
de um Nietzsche, Walt Witman, todos amigos do seu papai
o círculo dos loucos amigos que sempre o acompanharam
e que fazem muita falta, dos seus amigos do sítio do Picapau amarelo
saudades do tempo e da pureza que vejo em você, minha menina.
Como tudo é tão mais fácil minha pequena filha
As lembranças dos tempos perdidos, da doçura
Da delicadeza, do cuidado, coisas que entrevejo e lembro
de todo o cuidado e afeto que tive e lhe compartilho
nos seus pequenos olhinhos e lhe desejo
a sabedoria dos amigos loucos do papai, de um Goethe,
de um Nietzsche, Walt Witman, todos amigos do seu papai
o círculo dos loucos amigos que sempre o acompanharam
e que fazem muita falta, dos seus amigos do sítio do Picapau amarelo
saudades do tempo e da pureza que vejo em você, minha menina.
terça-feira, 27 de maio de 2014
Sou o poeta vagamundo, vagabundo
Na beira da estrada, à espera de carona
Mesquinharias apequenam minha alma
Meu espírito livre
É grande demais para misérias do cotidiano
Quero trocar uma ideia com os loucos e marcianos
Que falam sobre coisas
Fora do comum
Falam sem parar até cansarem as suas línguas
Sobre os abismos existenciais da alma
Como fazem meus amigos Bandini ou um Chinaski,
ou um Miller ou mesmo Ginsberg
Coisas que interessam à vida,
que dêem um pouco de graça
e façam sentido
ao humano, demasiado humano
Neste tédio da vida
Águias não foram feitas para voar baixo ou sonhar pequeno
Quero viver com Zaratustra, sumir para o clima hiperbóreo e gélido do alto das montanhas
Sair no mundo feito Sidarta Gautama Budda, um Lobo da estepe,
São Kerouac viajante solitário,
ou um Che Guevara - o Jesus Cristo dos acostamentos
Não me aprisionar em uma camisa de força por coisas banais
Muito menos em um jaleco ou paletó que é menor que meu número
Já bastava o pai do Raul, que lhe dava 36 e ele calçava 37
Desregramento dos sentidos
O caminho do excesso é que traz as iluminações na vida
Como ensinaram Rimbaud e antes dele, William Blake
Sou bicho, fera , não gosto de viver enjaulado
Muito menos em uma redoma, sou pássaro
Que morre em cativeiro
Prefiro a amizade com as cobras, lagartos, escorpiões, aranhas
Uma naja ou uma víbora entrelaçando suas línguas à minha
O sono do ópio ou do haxixins de Morfeus, in vino veritas
Da morte que me libertará
O espírito
Deste corpo limitado
Para o descanso dessa mediocridade
Na beira da estrada, à espera de carona
Mesquinharias apequenam minha alma
Meu espírito livre
É grande demais para misérias do cotidiano
Quero trocar uma ideia com os loucos e marcianos
Que falam sobre coisas
Fora do comum
Falam sem parar até cansarem as suas línguas
Sobre os abismos existenciais da alma
Como fazem meus amigos Bandini ou um Chinaski,
ou um Miller ou mesmo Ginsberg
Coisas que interessam à vida,
que dêem um pouco de graça
e façam sentido
ao humano, demasiado humano
Neste tédio da vida
Águias não foram feitas para voar baixo ou sonhar pequeno
Quero viver com Zaratustra, sumir para o clima hiperbóreo e gélido do alto das montanhas
Sair no mundo feito Sidarta Gautama Budda, um Lobo da estepe,
São Kerouac viajante solitário,
ou um Che Guevara - o Jesus Cristo dos acostamentos
Não me aprisionar em uma camisa de força por coisas banais
Muito menos em um jaleco ou paletó que é menor que meu número
Já bastava o pai do Raul, que lhe dava 36 e ele calçava 37
Desregramento dos sentidos
O caminho do excesso é que traz as iluminações na vida
Como ensinaram Rimbaud e antes dele, William Blake
Sou bicho, fera , não gosto de viver enjaulado
Muito menos em uma redoma, sou pássaro
Que morre em cativeiro
Prefiro a amizade com as cobras, lagartos, escorpiões, aranhas
Uma naja ou uma víbora entrelaçando suas línguas à minha
O sono do ópio ou do haxixins de Morfeus, in vino veritas
Da morte que me libertará
O espírito
Deste corpo limitado
Para o descanso dessa mediocridade
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
Pássaro lindo
Sou pássaro doido feito fogo
Canto a linda liberdade
Correndo pelas estradas do mundo afora
Pássaro que canta
não serve para ficar engaiolado, amuado
represado numa jaula de arapuca
e nem mesmo numa gaiola de outro
Sou pássaro louco
batendo minhas asas e lindas penas
O pássaro - poeta
às vezes, pára
pra cuidar do seu ninho
Essa é sua forma de fazer poesia
Poesia: a práxis do Amor
Mas a sua essência é voar
espalhar alegria e felicidade
Poesia no dia a dia
Poesia feita com suas mãos
de carinho e sabedoria
Poesia não é só escrever no papel
Mas gestos, atitudes - paixão
Poesia sai do papel para a calçada
como já disse o velho Sampaio
22/01/2014
Moça bonita, dos olhos serenos
Do corpo cheiroso, da flor do maracujá
Teus seios, teu dorso e cabelos perfumosos
não me canso de cheirar
Tuas mãos ágeis cultivam a terra
sovam o pão doce, com canela, açúcar
e uma pitada de amor: com romeu e julieta
Balançando o nenê no colo
O amanhecer é tão radiante ao seu lado
ao som do canarinho estridente
e as maritacas no telhado
O clima calorento,
o calor do seu corpo junto ao meu
Vita de interior, crianças brincam na rua
Paisagens e horizontes de mata verde
Cachoeiras de raios de sol furam as nuvens
Estrelas aos milhões
tilintam no espaço
Do corpo cheiroso, da flor do maracujá
Teus seios, teu dorso e cabelos perfumosos
não me canso de cheirar
Tuas mãos ágeis cultivam a terra
sovam o pão doce, com canela, açúcar
e uma pitada de amor: com romeu e julieta
Balançando o nenê no colo
O amanhecer é tão radiante ao seu lado
ao som do canarinho estridente
e as maritacas no telhado
O clima calorento,
o calor do seu corpo junto ao meu
Vita de interior, crianças brincam na rua
Paisagens e horizontes de mata verde
Cachoeiras de raios de sol furam as nuvens
Estrelas aos milhões
tilintam no espaço
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