REBENTOS DO CELSO: Poemas, causos, memórias, resenhas e crônicas do Celso, poeteiro não-punheteiro, aquariano-canceriano. O Celso é professor de Filosofia numa Escola e na Alcova. Não é profissional da literatura, não se casou com ela: é seu amante fogoso e casual. Quando têm vontade, dão uma bimbadinha sem compromisso. Ela prefere assim, ele também: já basta ser casado com a profissão de professar, dá muito trabalho. Escreve para gerar o kaos, discordia-ou-concórdia, nunca indiferença.
domingo, 5 de julho de 2009
As minas de ouro do rei Dalton Salomão
Coloquei um disco antigo do Santana, o Borboletta, para alegrar um pouco este Domingão sem muita promessa. Foi o primeiro bolachão do Santana que comprei, no sebo Red Star. Antes ele tinha três lojas só em Pinheiros (excluindo a da Lapa e a do Centro): uma na Cardeal, na Teodoro e outra na Lacerda Franco. A audição deste disco levou-me a tempos idos. Lembrei da camaradagem do Dalton, um companheiro que estudou lá na EESG Nasser Marão, há mais de quinze anos atrás. Como já disse, foi um ano muito bom em amizades verdadeiras, sem confete e serpentina, amizades de graça.
O Daltão era um cara que gostava muito do Raul Seixas. Ele morava em um conjunto de prédios, o Jau no Butanta, bairro do Bonfiglioli. Várias vezes que as aulas terminavam mais cedo ou algo ocorria de anormal, passávamos em sua casa. E acabávamos por ouvir e conhecer diversas pérolas musicais que escuto com maior gosto até hoje em casa.
O In-a-gadda da vida do Iron Butterfly, Jimmi Hendrix, o Cheap Thrills da Janis eram algumas das raridades da coleção que herdara de seu pai. Sem contar coisas que era mde tirar o chapéu, como o Phoenix, do Grand Funk, o Houses of the Holy, o Fireball do Purple, O Benefit eo Thick as a brick, o Living in the past do Jethro Tull (uma das primeiras coisas sobre o que conversamos). Com certeza lancei na mão algumas fitas k7 do camarada para gravar.
Por falar do Santana, o primeiro disco do Santana Band, aquele que mulheres africanas com suas saias formam a cara de um leão e sua juba. Tinha tanta coisa boa que fica até difícil de lembrar agora, compactos do Creedence, do Mungo Jerry, sem contar o Aftermath dos Stones, diversos Beatles. O Who´s Next, O Meddley do Pink Floyd (e outros que ele foi encontrando depois, pois alguns estavam na casa do seu primo) e por ai vai.
Depois com a confiança, o camarada até emprestava os discões de seu pai. Tem coisas que só depois de algum (muito) tempo fui achar, mas deu trabalho a doidado: o disco do Funkadelic, Maggot Brain, e aquele no NY Emsemble, o Roll Over. Este foi raro mesmo. Ele também tinha o Close to the edge do Yes, o Trilogy do Emerson, Lake and Palmer, o Aphostrophe do Frank Zappa
Tudo isso era como um tesouro, um baú cheio de ouro ali diante de nossos olhos e ouvidos atentos. E foi uma marca que carrego até hoje na alma rock and roll.
Segue ai um poema que encontrei depois de um tempo no meio da papelada, que só lembro o começo:
"Abraxas tu me abraças"
(...)
Prometo tentar lembrar o resto, pois foi o coração que apertou de saudade dos bons tempos.
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