REBENTOS DO CELSO: Poemas, causos, memórias, resenhas e crônicas do Celso, poeteiro não-punheteiro, aquariano-canceriano. O Celso é professor de Filosofia numa Escola e na Alcova. Não é profissional da literatura, não se casou com ela: é seu amante fogoso e casual. Quando têm vontade, dão uma bimbadinha sem compromisso. Ela prefere assim, ele também: já basta ser casado com a profissão de professar, dá muito trabalho. Escreve para gerar o kaos, discordia-ou-concórdia, nunca indiferença.
domingo, 5 de julho de 2009
Cruel: uma homenagem ao Sérgio Sampaio
Taí um cara que passou sua vida praticamente no ostracismo, e felizmente agora está sendo redescoberto, que passaram maus bocados e muito tempo na janela. Eu estou falando do Sérgio Sampaio.
O Sergião começou a sua carreira vindo de Cachoeiro de Itapemirim-ES. É portanto um capixaba de mão cheia. Ele participou do disco da Sociedade da Grã-ordem kavernista, por volta de 1971, ao lado de Raulzito Seixas, Myrian Batucada e Eddy Star. Fez coisas como "Êta vida, Sessão das 10; Doutor Paxeco; Eterno Carnaval", entre outras.
Daí o Sérgio resolveu fazer um disco solo, que lhe rendeu um certo reconhecimento por parte do grande público, (o compacto vendeu centenas de milhares de cópias): o "Eu quero é botar meu bloco na rua", de 1972, um posicionamento sobre a Ditadura militar vigente na época. O Disco contava com boas coisas, do rock ao samba de breque, como "Cala a boca, Zebedeu"( cantada pelo Jards), "Raulzito Seixas", "Eu sou aquele que disse", "Leros&Leros&boleros" (cantada pelo Jards) entre outras.
O Caminho do samba de breque estaria mais presente em seu segundo disco, "Tem que acontecer", de 1976, que traz coisas boas, como esta música "Que loucura", a melhor, na minha modesta opinião, dedicada ao poeta suicida Torquato Neto:
"Eu tô doente do peito
To doente do coração
minha cama já virou leito
Disseram que perdi a razão
Eu tô maluco da idéia
Guiando o carro na contramão
Desci do palco fui pra platéia"
Ou a que adquiriu um reconhecimento maior na voz do Zeca Baleiro em 1997, com a música "Tem que acontecer", a faixa-título: Eu dara tudo pra não ver você baleada (...) eu sou apenas um compositor popular"
O Sérgio Sampaio sempre esteve cercados de caras da antiga, como o Jards Macalé, que também tomaria o rumo do samba de breque, após a passagem com a tropicália, mais especificamente Torquato, além de Luiz Melodia, ao qual temos a foto fantástica acima com o Sérgio.
O Sérgião Samapio faleceu em 1994. Agora estão realizando o projeto Cruel, que envolveu o Zeca Baleiro na busca de seu disco póstumo, assim como o Jards e o próprio Melodia. Este final de semana frio de Julho em São Paulo fizeram um show em sua homenagem no Sesc Pinheiros. Ainda é pouco, mas valeu.
Segue algumas fotos da mostra no corpo deste post (que em breve disponibilizarei, desde que encontre um cabo do celular da Cléia).
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