terça-feira, 7 de julho de 2009

Jards Macalé: um Vampiro na porta principal de Gotham city



Saiu por estes dias, ainda quero assistir (e o bom é que será na faixa, num festival de cinema latino-americano que está rolando neste final de semana no MIS), um filme sobre o Macalé, um vampiro na porta principal.
O Macalé e um daqules caras de primeira hora, que andou com poetas da estatura de um Torquato Neto (aquele anjo torto, que tentou e conseguiu o suicídio), o Wally Salomão (Sailormoon?), com o qual fez a "vapor barato", que arregaçou ao som da guitarra do Lanny Gordin no show FA-TAL, da Gal; além do próprio Serjão Sampaio aqui antes já homenageado, e que o próprio Jards prestou e participou de uma homenagem neste último final de semana. É do Sérgio Sampaio a homenagem do maluco da idéia ao Torquato Neto, o suicidado da sociedade tropycal, aquele poema que postei antes sobre o Sergião.
O Jards também passaria pelo samba de breque, no ótimo disco "4 batutas e um coringa", um disco em que passa por Lupiscínio, por Paulinho da Viola, Nelson Cavaquinho e Geraldo Pereira na voz do Jards; aliás, sempre houve o bom e velho samba em sua obra, ainda que tenha flertado bastante com o rock na época do Torquato, assim como o Serjão, fazendo seus experimentalismos, sempre querendo complicar mais e mais, nunca facilitar. Sempre foi autêntico, nunca preferiu o caminho fácil de gravar Peninha ou com o Rei Roberto pra ganhar mais uns milhares, aliás, como Tom Zé, Jorge Mautner, todos os autênticos daquela época e de hoje que participam do "Banquete de mendigos".



O máximo do Jards é que ele não perde nunca o humor: ainda que tenha comido demais a farinha do desprezo, não chora pitangas. Antes de executar "Positivismo", do Noel Rosa, o mesmo anuncia que está fazendo uma campanha cívica para colocar o AMOR na bandeira do Brasil. Sim, pois, desprezaram a lei de Comte, neste caso: o AMOR como princípio, a ordem como base o o progresso por finalidade. Só ele mesmo para dizer isto e tentar consertar o país.

Vai ai Let´s Play that, com letra do Torquato e musica do Jards:



"quando eu nasci
um anjo louco muito louco
veio ler a minha mão
não era um anjo barroco
era um anjo muito louco, torto
com asas de avião

eis que esse anjo me disse
apertando minha mão
com um sorriso entre dentes
vai bicho desafinar
o coro dos contentes
vai bicho desafinar
o coro dos contentes
let's play that"

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