domingo, 4 de abril de 2010

Um poeta nas Guianas


Nova York de lama,



Nova York de arame e de morte.


Que anjo levas oculta na face?


Que voz perfeita dirá as verdades do trigo?


Quem o sonho terrível de tuas anedotas manchadas?
 
Federico Garcia Lorca


 
Hoje demos umas voltas, por Diadema. Na volta, nunca imaginaria que assistiria uma peça de teatro na faixa na Praça das Guianas. O interessante é que sempre que eu pegava o busão, antiga linha Jardim São Domingos, que eu pegava desde a Praça das Bandeiras quando vinha do centro, fazendo algum rolo, vendendo alguma revista antiga nas Galerias ou mesmo só passeando ao léu pelo centro com alguma namoradinha. Eu passava por aquela praça, e sempre imaginava que daria para fazer uma monte de coisas nela. Para além das vadiagens, mas eu pensava que dava para mandar um concerto de rock lá, pois aquele bairro é deserto, não se vê as pessoas que habitam as mansões das redondezas. Casarões de fantasmas.

Eu via os mendigos que às vezes ficavam tomando sol por lá, enquanto esperava meu ônibus no ponto em frente à praça. A minha curiosidade fez que descobrisse, além da escultural india, uma arte em homenagem a um tal de Garcia Lorca, datada de 1968, assinada por um tal de Flávio de Carvalho. Falo disso porque diversas vezes eu descia ali naquela praça, eu fiz aula de violão com um professor que morava nas redondezas ali, e descia do ônibus exatamente nas Guianas. Eu tinha e tenho um carinho por aquela praça. Pois não é que eu assiti hoje aos "Cantos do Hotel", da Cia. hotel jardim verde, dirigida pelo Ivan Feijó, com algumas gotas de chuva, formigas subindo por minhas pernas, muita lama e algumas declamações teatrais do "Poeta em Nova Iorque", exatamente na praça das Guianas?

Depois de tanto tempo, deu para ver a homenagem ao cão andaluz, cujo corpo assassinado pelos franquistas ainda não fora localizado, no início da Guerra civil espanhola, em 1936. Um momumento feito pelo arquiteto e escultor Flávio de Carvalho, corroído pela ferrugem, sem iluminação, esquecido, no meio daquela praça. E eu via aquela obra, aquela homenagem, e ainda nem sabia quem eram os dito cujos nos idos de 1992, só viria a conhecer a poesia de Lorca cinco, seis anos depois.



Artigo de Claudio Willer sobre o poeta em nova iorque
http://www.revista.agulha.nom.br/cw02c.html

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