A nega está em casa, dormindo
Ela terá que aturar para o café
A chegada do seu branco.
Ele está bêbado, com um bafo de onça
amanheceu e o mala do bebum de cana ainda está para chegar
Às vezes, ele é como um gato arredio, arisco na noite:
mais preso à casa do que à dona
Noutras, como um cão vira-lata que ama sua dona
Quando chega, ele passa pelas suas pernas
O gato dá trabalho pra sua nega
Pega nas tetas, alisa, amassa o corpo
Pega nos pêlos, agarra o cabelo
Não dá sossego para essa nega, que é muito valente
Pega duro no batente, paraíba, mulher macho, mais forte que muito homem, sim sinhô
Nega, índia, potiguar genuína socialista autêntica assistente social da habitação
Vai nas areas de Diadema lutar pelo direto à moradia do povo
Luta pela sociedade sem classes pelo fim da propriedade privada
Os homens e as mulheres são livres
Não possuem donos, não são coisas
Não pertence a ninguém, como o gado
Só levantei a mão para a nega para acariciar a sua face indígena
Apenas nos agarramos, nos atacamos
Apertamos, mordemos, arranhamos
Ela mostra os genes
Sua ascendência potiguar
Antropofágica
Canibal.
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