quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Femmes


Houve uma época da vida em que estive mais para Bandini do que para Chinaski, e perdi muitas oportunidades por isto. Era um moleque tímido, mas sabia o que eu queria. Ainda sou, mas melhorei muito. Fui um bocado até uns treze anos, quando vi que não daria em nada mesmo, daí comecei a desencantar, e as coisas perderam seu mistério e sua magia inicial, assim como todas as impressões e sensações das namoradinhas que tive até então deixavam de ser angelicais. Até para mostrar o que escrevo eu sou tímido, é uma bruta dificuldade. Mas nunca me conformei ou me dei por derrotado por definitivo.

Cheguei num acordo com um camarada numa conversa descontraída faz tempo que o véio China quase nunca ou raramente deixava passar uma em branco, enquanto que o Bandini demorava mais, era mais cheio de onda, de rodeios, como ocorre com a Camilla lopez, a garçonete mexicana de Pergunte ao pó. Já o China não pestanejava. O Arturo, às vezes, demorava mais, hesitava, fazia cú doce até demais. Em outras, como nos sonhos de Bunker Hill, era porque não tinha sorte mesmo com as mulheres.

Na maioria das vezes me dava mal numa certa época da vida, perdia. Depois melhorou muito. Já tive época de pegar tudo que encontrava pela frente. Prefiro ser mais seletivo, ter uma única, exclusiva e titular absoluta. Pouca, mas boa. Nada se compara com as emoções, até com uma certa timidez de um Bandini, que dão e conferem até um charme a mais pra um homem. Como o Buk mesmo falava sobre o Fante: "eis aí um homem que não tem medo de suas emoções."

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