sábado, 27 de junho de 2009

Deus da Chuva e da morte




Aquele senhor que pousou todo jeitoso, de fala mansa, como um Deus caido da Chuva, na Rua Junta Mizumoto, mais precisamente o endereço da Casa de Cultura do Butantã, viria ser um dos Grandes Caras do Brasil que mais rola em minha vitrola.

Estou falando do Jorge Mautner. Naquela época, penso que ele estava lançando o seu "Fragmentos de Sabonete". O Cara anda muito bem em tudo que faz. Manda bem na música, tocando a "onda do som de seu violino", recitando Nietzsche de Assim falou Zaratustra ou falando da crise do Das Kapital especulativo, como são os discursos no meio de seus shows.

Seus livros Narciso em tarde Cinza e os Fundamentos do Kaos estão para os mais doidos que já li: o primeiro, sobre uma transa numa praia de um casal de jovens; o segundo, mais filosófico, com reminiscências a Heráclito e Nietzsche.

Ainda lembro até hoje ele dizendo que era o pai da Tropicália, conforme lhe disseram Gil e Caetano. O som do cara é um misto de Waits com umbanda e candomblé: "do jeito que o mundo anda ele precisa de fé ou do grito da umbanda e também do candomblé". Suas letras, de quem sabe da condição humana, o ser humano é o que ele faz com o que fazem dele, conforme o existencialismo humansta de Sartre: é liberdade, é fazer-se "O ser humano, seja homem ou mulher é uma eterna criação". Não é a toa que ele ficava lendo estes autores na praia.
E as imagens plásticas que ele faz da chuva "e era uma chuva como cachos de uva; das Mil e umas noites de Bagdá"?
Ou em uma apresentação ele me disse que gostava amis dos versos: "uma pessoa jóia mesmo é coisa rara como alguém que tem um diamante costurado no umbigo"

O Jorjão rola junto com outros caras, desde o Gilberto Gil ou com o Chico "Ciência" (como ele o chamava) o seu Maracatu Atômico, ou com o Zé Ramalho em seu Orquídea Negra ou no disco Bomba de Estrelas, que tem mais parcerias com outros caras do rock; com o Moraes Moreira no Pégaso. Tem boas vozes ainda, por exemplo, o Rouxinol com a Vânia Bastos, entre outros caras que arriscaram cantar suas letras.

Saravá, Jorge Mautner! Evoé!

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