M.Horkheimer e T.Adorno – a Indústria Cultural, 1947
O novo não é o caráter mercantil da obra de arte, mas
o fato de que hoje ele se declara deliberadamente como
tal, e é o fato de que a arte renega sua própria autonomia,
incluindo-se orgulhosamente entre os bens de consumo,
que lhe confere o encanto de novidade.
ADORNO&HORKHEIMER. Dialética do Esclarecimento.
Lanço um sorriso de ironia aos artistas e escribas executivos de gabinete que se dizem descolados
aqueles que se dizem viver sem "nenhuma" burocracia, livres, leves e soltos
Tornaram-se mais burocratas e idiotizados no que escrevem do que a média sempre mediocre
Eles são medianos e menores, seu ofício tornou-se uma repetição do mais do mesmo
Só fazem o beabá e o feijão com arroz e nada mais além disso, arrotam peru quando comem mortadela
Seu ofício é como freelancers, pequenos executivos e acionistas da bolsa pequenos burgueses e novos ricos
A sua única preocupação é a respeito do direito autoral, daí pensarem ser o lobo da estepe desgarrado
mas se apegam tanto à propriedade intelectual, lembram a defesa feita pela Tradição Família e Propriedade
Como se o fato de ser explorado por editoras fosse uma Grande novidade para quem é explorado todos dias
A obra de arte deixará de ser uma criação esquizofrênica e paranóica, solipsista e egocêntrica
com os artistas sem nome e sem rosto, vários fazendo e se diluindo numa obra em processo
Não se iluda com a aparência ou alguma promessa de diversão com a rotina do sua escrita monótona, batida, calcada numa fórmula manjada e já há muito repetida
Não têm mais o sangue nem o fervor dos que correm o risco, dos que quebram a cara pra valer, dos fodidos que ousam fazer algo mais além do seu ofício
A pinta de outsider marginal é apenas mais um fetiche ou embrulho embromador pra vender pelo rótulo
"quem quer bananas? promoção a dúzia por dois real!!!!!"
Não são a sintonia do seu tempo, não sacam o lance mais, só repetição de fórmulas manjadas
Sua vidinha classe mérdia mediocrizada só faz reproduzir o status quo e pra fazer cena em grupo
Levando uma vida mais $o$$egada do que encarar certas saias justas e quebradas da vida real
Qualquer um poder sair por ai também embromando um bocado de gente desavisada
é mais fácil do que compreender o que acontece nas ruas, o que acontece com aqueles que ousam dar uma bica em um barril de nitroglicerina pra ver o que ocorrerá de verdade
e não em ficções imaginárias inventadas num quarto com ar condicionado
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