REBENTOS DO CELSO: Poemas, causos, memórias, resenhas e crônicas do Celso, poeteiro não-punheteiro, aquariano-canceriano. O Celso é professor de Filosofia numa Escola e na Alcova. Não é profissional da literatura, não se casou com ela: é seu amante fogoso e casual. Quando têm vontade, dão uma bimbadinha sem compromisso. Ela prefere assim, ele também: já basta ser casado com a profissão de professar, dá muito trabalho. Escreve para gerar o kaos, discordia-ou-concórdia, nunca indiferença.
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Lupino
O lobo galanteador e sedutor consegue tudo o que quer devagar, sem ter que pedir ou pagar. Sem encanar de entrar em fantasias com guarda-roupas, negrões armários (fetiche de viados) ou de bandidos bom de miras que não existem nessse habitats, apenas na ficção. O lobo solitário e caçador sabe andar e escolher suas trevas. Basta um belo de um toque, uma cheirada na nuca de sua presa, a sacada de manjar sobre a coisa e ele ganha beijos na boca ou outros brindes na faixa. Certo, há quem finja muito bem, mas dá para sacar quando a resposta à coisa que se faz é muito boa mesmo. Pra quem saca da parada, não é possível fingir o tempo todo, o corpo demonstra, fala e não mente quando se tem a mão para a coisa, o toque, não tem como negar, não tem como disfarçar. Tudo é um jogo de ganhos e perdas, quem está no jogo não pode se furtar a jogá-lo alegando medo. O charme de quem saca da parada, das noitadas de beberagem das bruxas sabáticas e goles de conhaque e uísque perdidos por conta de alguém derrubar ou ganhos de graça, enquanto tocava Layla no fundo de um bar qualquer. Alguém dançava e se empolgava sobre a mesa de sinuca e a fome caia sobre todos os homens que procuram por alguma dose forte, alguma diversão, ao menos, para passar aquela noite perdida em algum canto da cachola. Quando a noite acabava, partia para outra, ouvindo o canto dos pardais que assolam as manhãs de domingo, trombando com os carolas que iam para suas missas e curtindo uma ressaca braba, atravessando feiras livres pelos cantos.
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