Os Castoldi, em foto da Copa do Mundo de 1982, em Casa Branca-SP. A menina do canto inferior direito, agachada, morreu esmagada por um muro. Trágico.
Família grande, com muitos tios e primos é assim. Eram em oito irmãos, quatro homens e quatro mulheres. todos morando na mogiana, interior paulista, próximo do circuito das águas e das malhas e do sul mineiro de Poços de Caldas. Terra do café, da laranja, da cana e da jabuticaba. Dois já morreram o tio mais velho e atia Inês de Caconde.
Toda a primaiada brincava na frente daquela casa, na rua de paralelepídos. Certa vez, vários primos menores estavam na porta da casa. Haviam obras e um tapume de madeira na casa de baixo, entre a nossa e a entrada da vila. O Antônio Augusto, filho da finada tia Inês, deu de gritar: olha lá vem a Maria Batata! todos ao ouvirem isto, deram uma carreira, e o menorzinho foi pisoteado pela molecada, pois lá vinha a Maria largando pedradas e com a boca mais suja, soltando os palavrões nunca antes possíveis e imagináveis de ser ouvidos.
A Maria Batata era uma das figuras, uma das lendas casabranquenses. Ela andava de saia, tinha a cara toda enrugada. Andava apoiada numa bengala, e levantando a saia e abanando para arejar a bacuria. A molecada enchia o seu saco, com o apelido que odiava, e não media esforços para acertar uma pedrada no moleque que a caçoava.
Casa Branca tinha muitos doidos. O Arthur babou no leite era outro, o entregador de leite cachaceiro que babava nas encomendas. O arthur foi o que mais viveu, acho que pode estar vivo ainda, ficava uma arara quando chamado pelo apelido. Sem contar os anteriores que a mamma contava, o vorta mula, a Emília Barraquinha, Roque tete da roça onde minha mãe nasceu, um que saiu da guerra e ficava imitando tiros, tetete, pela estrada de terra a fora.
Haviam tantas outras figuras que parecia mais do que coincidência brotarem naquele local. Havia um sanatório chamado cocais, desses que chama de hospício, um suplício para estas pessoas que todos os "normais" desrespeitam.
REBENTOS DO CELSO: Poemas, causos, memórias, resenhas e crônicas do Celso, poeteiro não-punheteiro, aquariano-canceriano. O Celso é professor de Filosofia numa Escola e na Alcova. Não é profissional da literatura, não se casou com ela: é seu amante fogoso e casual. Quando têm vontade, dão uma bimbadinha sem compromisso. Ela prefere assim, ele também: já basta ser casado com a profissão de professar, dá muito trabalho. Escreve para gerar o kaos, discordia-ou-concórdia, nunca indiferença.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário