E esta cidade tem se tornado cada vez mais conservadora. Andar um bocado pela cidade e curtir um pouco tem se tornado apenas um privilégio ou um martírio para muitos outros. Falo isto sem a doença da moralina, mas apenas uma constatação de que as políticas hoje beiram mais a pirotecnia e o impacto do imediato. É só ver como os resqucios do malufismo com este kassamba ai, que colocou novas roupagens em velhas políticas. O turcão sírio libanês safado usava políticas populistas e demagógicas, clientelistas e assistencialistas, fiando famosos por seu bordão rouba, mas faz (ou seria estupra, mas não mata?), entre outras de suas pérolas.
Só que hoje elas ganham outras feições, assim como começaram com a Lei do PSiu, apresentada pelo Jojii Rato, um japa com base na Saúde e outros bairros, como a Liberdade também, que escolheram cortar os botecos após 1 hora. Isto ganhou força na era Pitta, outro cria deserdado do malufismo como este Kassamba, agora abraçado pelo PSDB.
A cidade tem se tornado mais conservadora com a vitória de Kassab. Eu já vinha avisando no boteco do Gera desde 2004, desde a eleição de seu aliado e apoiador de primeira hora, o Serra, que esta parada não acabaria bem. E tinha gente que ialá, um sansei zé ruela que curtia Raul, mas não sacava nada de política, acabou por apoiar o que viria a tirar nossa diversão preferida. Não digo a dele, pois ele era uma contradição em termos: penso que só ia lá para ver o bar do Gera fechar e acabar com nossa alegria. Basta ver que as medidas tomadas logo após foram proibir ônibus fretados de circular no centro expandido, a Lei anti-fumo, a lei cidade limpa, que, embora alegue preocupação urbanística, não vejo com bom olhos o autoritarismo de mandar arrancar placas de estabelecimentos sem a medida adequada e não oferecer nada para colocar no lugar.
A última que vi foi a da festa do Bixiga deste ano, Achiropita, uma festa com mais de 90 anos. Fomos, eu e amios, dar um rolê por lá no último dia, domingão sem nada mais pra fazer em casa, quando somos surpreendido que estava fechando todas as barracas às 22 horas. É incrível como esta cidade retrocede, e consegue ficar mais careta, e todo mundo acha normal. Poucas pessoas estavam lá para ver a santa passar, ou teriam saco para esperá-la passar. Queriam apenas comer alguma comida italiana, somente isso. E nem isso podem mais, e nada fazem. Fazer pra que? Foram elas mesmas que conduziram a isto.
REBENTOS DO CELSO: Poemas, causos, memórias, resenhas e crônicas do Celso, poeteiro não-punheteiro, aquariano-canceriano. O Celso é professor de Filosofia numa Escola e na Alcova. Não é profissional da literatura, não se casou com ela: é seu amante fogoso e casual. Quando têm vontade, dão uma bimbadinha sem compromisso. Ela prefere assim, ele também: já basta ser casado com a profissão de professar, dá muito trabalho. Escreve para gerar o kaos, discordia-ou-concórdia, nunca indiferença.
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